Capítulo 10

1 0 0
                                    

James apresentou Sirius para todos os moradores da Capela, deixando por último sua esposa Lily.

A primeira coisa que Sirius percebeu era que nem todos pareciam concordar com a sua presença ali a julgar pela expressão de poucos amigos que alguns dos magos lhe ofereceram ao cumprimentá-lo. Não que ele se importasse, claro. Estava ali a trabalho e não pra fazer amigos. Mas, mesmo aqueles que não fizeram questão de demonstrar sua antipatia, também não lhe deram muita atenção. Se limitavam a cumprimentá-lo educadamente e depois voltavam aos seus afazeres.

Os únicos que pareceram demonstrar algum interesse na sua existência era a esposa de James e o próprio, que recebera a incumbência de mostrar aquilo que ele chamava de Capela para Sirius.

Lily era uma moça de beleza inegável, olhos verdes cativantes e um sorriso muito doce. Sirius simpatizou com ela imediatamente, o que, por si só, era uma grande conquista.

- Muito prazer, Sr. Black. - Ela falou com sua voz melodiosa, estendendo a mão delicada para o vampiro, que a tomou entre as suas e a beijou.

- Onde está Harry? - James perguntou para a esposa assim que os cumprimentos terminaram.

- Ele não está, querido. Saiu faz algum tempo.

- Uma pena. - James lamentou - Harry estava curioso para conhecê-lo.

- Ele terá a chance. O Sr. Black ficará aqui por algum tempo, não é mesmo? - Lilly perguntou, olhando pra ele.

- Claro... - Sirius respondeu, educado.

- Bom, e agora vamos! - James se dirigiu a Sirius - Ainda há muito pra conhecer.

James deu um suave beijo em sua esposa, sussurrando alguma coisa em seu ouvido que Sirius não teve interesse em ouvir, e então fez um sinal expansivo e animado para que ele o seguisse.

James mostrou uma parte dos cômodos, tomando o cuidado de evitar uma ou outra porta daquilo que a Sirius pareceu não passar de uma grande universidade onde um bando bruxos aprendia a fazer truques inúteis. Nada capaz de fazer Sirius entender o motivo de ter que proteger aquele local. Afinal de contas, quem poderia se interessar em destruir um grupo de humanos míopes de tanto enfiar a cara nos livros?

- E este será o seu quarto. - James abriu uma porta no final de um longo corredor.

Sirius olhou em volta. Nada muito pomposo. Uma cama, um armário, uma janela...

- Vocês querem me matar? - Sirius perguntou, mal humorado.

- O que o faz pensar isso? - James devolveu a indagação com outra pergunta.

Sirius apontou pra enorme janela, enfeitada com cortinas de renda branca.

- Será que no meio desses livros todos que vocês gostam de estudar não tem nenhum que fale que vampiros fritam com o sol?

- Ah... - James finalmente demonstrou entender - Fique tranquilo. Não bate sol nessa janela.

- Como assim não bate sol nessa janela? - Sirius perguntou, já começando a pensar que James sofria de alguma anomalia mental muito séria - Claro que bate sol nessa janela! O que o faz pensar que não bate sol nessa janela?

- Não bate sol nessa janela. Eu garanto. - James repetiu.

- Merda! Vocês são todos malucos!

- Você deveria parar de duvidar tanto das coisas. Isso faz mal, sabia? - James respondeu, sem se deixar abalar um milímetro pela irritação crescente do outro.

- Claro, agora ser são faz mal. - Sirius resmungou.

James sorriu:

- A insanidade não existe. O que existe são aqueles que vivem nesse mundo e pessoas que enxergam além de tudo isso.

Sangreal (wolfstar) (drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora