Capítulo 14

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Notas:

Aviso: Este capítulo contém descrições explícitas de violência.


Sirius nunca seria capaz de explicar, mas James sabia o que estava para acontecer naquela noite.

- A vida é mesmo fascinante. - ele lhe disse, jogando a cabeça pra trás num sorriso, o fumo queimando no cachimbo. - Respirar, sentir fome, sede, frio, prazer, dor...

- Lá vem você com essas suas conversas... - Sirius resmungou.

- Amar, envelhecer...

- James! - Sirius já estava pronto pra protestar, mas o mago se adiantou a ele, concluindo o seu discurso.

- E... morrer.

James levantou-se calmamente da cadeira, o cachimbo abandonado, suas roupas esvoaçando com o vento da noite. Andou alguns passos e Sirius teve a impressão de ver um par de asas se abrir em suas costas (1) . A porta da casa se escancarou e Sirius presenciou, confuso, quando todos os magos que habitavam o lugar foram surgindo aos poucos, se posicionando, um a um, ao lado de James, como se atendessem a um chamado.

O vampiro levantou-se da cadeira, incapaz de dizer uma palavra. O silêncio era denso, quase palpável, mas foi logo quebrado por gritos terrivelmente assustadores.

- Sirius... - a voz de James o sobressaltou, trazendo-o de volta a realidade. - Quero que me ouça com atenção.


::::::::::


Justamente quando essa lembrança de James invadia a sua mente, Sirius ouviu um clique de uma mala sendo fechada e soube que Remus estava pronto para partir. O lupino levantou a mala e deu alguns passos adiante, olhando a sua volta como se quisesse guardar uma última lembrança do local onde estivera durante tantos anos.

- Vamos embora, Remus. - Sirius falou. - Precisamos nos distanciar o máximo possível ainda esta noite.

- Sim, vamos. - O lupino concordou, levantando a mala do chão e andando decidido até a porta. Sirius o seguiu e logo os dois ganharam a companhia da escuridão e do ar frio da noite.

Andaram em passos rápidos, a casa de Remus ficando lentamente para trás, até sumir no horizonte. Sirius cheirava o ar a procura de algo indesejado, antes de prosseguir por algum atalho que, por acaso, considerasse mais seguro. A certa altura, ele procurou a mão de Remus, como se precisasse saber que ele estava por perto. O lupino apertou a mão de Sirius, deixando que este o guiasse, apesar de conhecer aqueles caminhos melhor do que ninguém.

Seguiram viagem até alcançar uma enorme clareira no meio da densa e escura floresta, onde Sirius de repente parou, parecendo confuso com alguma coisa.

Remus seguiu o exemplo do vampiro, farejando o ar, mas tudo o que sentiu foi um suave cheiro de madeira queimada.

- Alguém fez fogo por aqui. - Sirius falou. - O cheiro está me confundindo um pouco.

- É o que parece. - Remus falou, apressado, sentindo-se de repente incomodado com aquele odor imperceptível a faros menos aguçados. - Vamos embora daqui, rápido.

- Espera um pouco. - Sirius falou quando Remus tentou puxá-lo dali. - Estou me sentindo... estranho...

- Sirius, segure firme a minha mão e ande! - O lupino ordenou, puxando-o com um pouco mais de energia.

- Não consigo... - A voz de Sirius saiu fraca e Remus pôde ver que suas pernas tremiam. - Acho que preciso... descansar um pouco...

E, assim que falou isso, suas pernas se dobraram.

Sangreal (wolfstar) (drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora