Chiaras version- O Retorno á Hogwarts

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O dia finalmente havia chegado. Depois de semanas de expectativa, eu estava prestes a embarcar no Expresso de Hogwarts. O frio da manhã londrina era cortante, mas a excitação corria quente pelas minhas veias, aquecendo cada parte do meu corpo. A estação de King's Cross estava lotada de famílias bruxas, cada uma se despedindo de seus filhos antes de embarcarem na jornada para Hogwarts. Olhei para a barreira entre as plataformas 9 e 10, onde um grupo de alunos desaparecia magicamente, e senti um frio na barriga.

Minha mãe me deu um último abraço apertado, a preocupação evidente em seus olhos, mas ela sabia que eu estava determinada. Meu pai sorriu, orgulhoso, e me ajudou a empurrar o carrinho com minhas malas. Juntos, atravessamos a barreira e, de repente, estávamos diante do majestoso Expresso de Hogwarts, vermelho e brilhante, com fumaça saindo da chaminé como se fosse uma criatura mágica viva.

— Bem, Chiara, é hora de embarcar. Não se preocupe, vai correr tudo bem. Faça muitos amigos e aproveite cada momento — disse meu pai, apertando minha mão.

Assenti com um sorriso e subi no trem, acenando para os meus pais uma última vez antes de me perder no corredor apinhado de alunos. Caminhei pelos vagões, procurando um compartimento vazio, mas a maioria já estava ocupada. Finalmente, encontrei um espaço onde três alunos estavam sentados: dois meninos e uma menina. A garota tinha cabelo castanho cheio e estava lendo um livro grosso, enquanto os meninos conversavam animadamente.

— Olá! — disse eu, com um sorriso tímido. — Tem espaço para mais uma?

A garota levantou os olhos do livro e sorriu de volta, acenando para que eu me sentasse.

— Claro! Pode se juntar a nós. Meu nome é Hermione Granger, esses são Harry Potter e Ron Weasley.

Meu coração deu um salto ao ouvir o nome de Harry Potter. Eu tinha ouvido falar muito sobre ele, e ali estava ele, bem na minha frente! Tentei não parecer muito impressionada enquanto me apresentava.

— Prazer, sou Chiara. Chiara Delaney. Estou começando meu primeiro ano em Hogwarts.

Harry, com seus óculos redondos e uma cicatriz em forma de raio na testa, sorriu amigavelmente.

— Bem-vinda a bordo, Chiara. Esta é uma ótima viagem para começar. Qual casa você espera entrar?

Antes que eu pudesse responder, Ron, que tinha o cabelo ruivo mais vibrante que eu já tinha visto, interrompeu.

— Aposto que vai para a Grifinória! É a melhor casa, afinal de contas.

Hermione revirou os olhos, mas sorriu.

— Não dê ouvidos ao Ron, Chiara. Todas as casas têm algo especial. Mas sim, Grifinória é onde todos nós estamos, então seria ótimo se você fosse para lá também.

Conversamos animadamente durante o resto da viagem. Eles me contaram histórias sobre Hogwarts, sobre as aventuras que haviam vivido no ano anterior, e eu me senti acolhida, como se já fosse parte de algo grande e incrível. Hermione me deu dicas sobre os professores, Harry falou sobre o quadribol, e Ron descreveu os banquetes no Grande Salão com uma paixão que só alguém obcecado por comida poderia ter.

Quando o trem finalmente parou na estação de Hogsmeade, meu coração estava disparado. Desembarcamos e fomos guiados até os barquinhos que nos levariam ao castelo. A visão de Hogwarts iluminada contra o céu noturno era de tirar o fôlego. Eu sabia que minha vida estava prestes a mudar para sempre.

Ao entrar no Grande Salão, fui tomada pela grandiosidade do lugar. O teto encantado refletia o céu estrelado, candelabros flutuavam suavemente acima de nossas cabeças, e as longas mesas das casas estavam alinhadas, cada uma cheia de alunos conversando animadamente. Fui guiada com os outros alunos do primeiro ano até a frente do salão, onde o Chapéu Seletor nos esperava.

Mas, antes que minha atenção pudesse se focar completamente no chapéu, meus olhos foram atraídos para a mesa da Sonserina. Lá, sentado com a postura altiva e um ar de indiferença, estava Draco Malfoy. Eu tinha ouvido falar dele. Sua reputação o precedia. Mas, ao contrário das advertências da minha mãe, algo dentro de mim foi imediatamente capturado por sua presença. Ele era diferente de qualquer outra pessoa que eu já tinha visto, e uma sensação estranha se instalou em mim.

Eu o observei por alguns segundos, os olhos analisando cada detalhe: o cabelo loiro platinado, os olhos frios e penetrantes, o jeito como ele parecia controlar o ambiente ao seu redor com um simples olhar. Minha mente, como que por conta própria, começou a imaginar cenas que eu nunca tinha ousado pensar antes. Me imaginei na cama dele, os lençóis entrelaçados, os corpos próximos, e... balancei a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos absurdos. O que estava acontecendo comigo?

No mesmo instante, Draco olhou diretamente para mim. Por um breve momento, nossos olhares se cruzaram, e senti um arrepio percorrer minha espinha. Ele me avaliou de cima a baixo, com um interesse que eu não soube decifrar. Aquele momento durou apenas alguns segundos, mas pareceu uma eternidade. Havia algo nos olhos dele, algo que me fez sentir uma mistura de curiosidade e nervosismo.

Eu sabia que estava sendo tola, imaginando coisas que não faziam sentido, mas não conseguia evitar. Aquele breve olhar trocado havia mexido comigo de um jeito que eu não esperava. E enquanto eu subia para ser sorteada pelo Chapéu Seletor, a imagem de Draco Malfoy ainda dançava na minha mente, deixando-me inquieta e confusa.

Sentada no banquinho, o Chapéu Seletor foi colocado na minha cabeça. Ele sussurrou coisas que apenas eu podia ouvir, mas minha mente estava em outro lugar. O que ele diria? Para onde eu iria? Mas, por mais que eu quisesse focar nas palavras do chapéu, minha mente insistia em voltar para aqueles olhos cinzentos que haviam me observado com tanta intensidade.

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