Capítulo 16 - Conflitos e confissões

1 0 0
                                    


O clima em Hogwarts nunca esteve tão tenso. O corredor que antes ecoava os risos e cochichos dos alunos agora parecia uma corda prestes a arrebentar. As discussões que se seguiram após o confronto no dormitório de Draco fizeram com que as paredes do castelo presenciassem uma explosão de emoções.

Chiara estava furiosa. Depois de sair de mãos dadas com Draco, ela sabia que teria de enfrentar as consequências. E como esperado, Pansy não demorou a aparecer, com o rosto contorcido de ódio. As duas se encontraram no corredor, e a atmosfera rapidamente se tornou sufocante.

— Você acha que pode simplesmente tomar o que é meu, não é? — Pansy gritou, a voz carregada de veneno. — Não pense que só porque ele está andando com você agora, você ganhou!

Chiara, tentando manter a calma, respondeu:

— Ele não é um troféu, Pansy. E você nunca o teve, para começar. Se ele quisesse estar com você, não estaria comigo agora.

— Isso é o que você pensa. — Pansy rosnou, dando um passo à frente, seus olhos brilhando com uma fúria contida. — Mas você não sabe do que sou capaz, Chiara. Eu farei de tudo para separá-los.

— Não tente me ameaçar. — Chiara rebateu, aproximando-se de Pansy, os olhos faiscando de determinação. — Você não tem poder sobre nós, e se acha que pode nos separar, está muito enganada.

As duas estavam tão perto agora que suas respirações se misturavam, mas antes que a situação pudesse escalar ainda mais, Draco apareceu, colocando-se entre elas.

— Pansy, chega! — Ele ordenou, sua voz autoritária e fria. — Não vou deixar você continuar com isso.

Pansy tentou empurrar Draco, mas ele se manteve firme.

— Draco, você não vê que ela está nos destruindo? — Pansy choramingou, a voz finalmente revelando uma vulnerabilidade que não mostrava antes. — Nós éramos bons juntos, você sabe disso.

— Pansy, você precisa entender que nunca houve um 'nós'. — Draco respondeu, sem desviar o olhar. — O que você sentia era unilateral. E não vou permitir que você use isso para manipular a situação.

Pansy se encolheu com as palavras de Draco, e Chiara sentiu uma pontada de pena, mas ao mesmo tempo, sabia que aquela discussão era inevitável.

Enquanto isso, em outra parte do castelo, Harry Potter estava sozinho, o rosto sombrio e o coração apertado. Ele ainda não conseguia acreditar no que tinha visto — Chiara e Draco juntos, como se todos os momentos que eles compartilharam não significassem nada. A raiva queimava dentro dele, e ele sabia que precisava confrontar Draco.

Quando finalmente encontrou Draco no corredor, com Chiara ao seu lado, não hesitou em agir. Os dois se encararam, as palavras não sendo necessárias para expressar a animosidade entre eles.

— Então, você decidiu mostrar sua verdadeira face, Malfoy. — Harry disse, com desprezo em sua voz. — Sempre soube que você era um rato dissimulado, mas não pensei que fosse tão baixo ao ponto de manipulá-la.

Draco estreitou os olhos, respondendo com uma calma assustadora.

— Você pode pensar o que quiser, Potter. Mas Chiara sabe onde realmente quer estar. Você só estava no lugar errado, na hora errada.

— Você é um covarde, Malfoy. Sempre foi. — Harry rosnou, aproximando-se mais de Draco, pronto para começar uma briga física se fosse necessário.

— E você, Potter, é um tolo por pensar que poderia me substituir na vida dela. — Draco respondeu, um sorriso frio se formando em seus lábios. — Mas acho que finalmente percebeu que nunca teve uma chance.

Chiara tentou se colocar entre eles, mas antes que pudesse, Harry lançou um soco em Draco, que mal teve tempo de reagir. O impacto fez Draco cambalear, mas ele rapidamente se recuperou, limpando o sangue do canto da boca com as costas da mão, enquanto um brilho perigoso surgia em seus olhos.

— Foi um erro, Potter. — Draco disse em um sussurro perigoso, e antes que Harry pudesse se preparar, Draco revidou, um soco certeiro que fez Harry tropeçar para trás.

A tensão estava prestes a explodir, mas antes que as coisas saíssem ainda mais do controle, Chiara conseguiu se interpor, empurrando Draco para trás enquanto olhava para Harry com uma expressão de desespero.

— Parem! — Ela gritou, a voz quebrando com a intensidade do momento. — Isso não vai levar a nada!

Draco, ainda ofegante, olhou para Chiara, e por um momento, algo em sua expressão suavizou. Harry, por sua vez, estava com o rosto vermelho, os punhos cerrados, mas ao ver Chiara no meio da confusão, ele relutantemente deu um passo para trás.

A respiração pesada de todos ecoava pelo corredor enquanto Chiara se aproximava de Draco, estendendo a mão para tocar seu rosto, onde o soco de Harry havia deixado uma marca. Draco segurou a mão dela, seus olhos encontrando os dela em um momento de pura conexão.

— Não deixe que ele te machuque mais, Draco. — Chiara murmurou, o olhar firme, mas cheio de preocupação.

— Você é a única que pode fazer isso, Chiara. — Draco respondeu, sua voz baixa, quase um sussurro.

Antes que pudesse responder, Draco a puxou para si, sem se importar com Harry observando. Seus lábios se encontraram em um beijo feroz, cheio de paixão e raiva reprimida. Chiara respondeu com a mesma intensidade, suas mãos se entrelaçando no cabelo de Draco, puxando-o para mais perto enquanto seus corpos se colavam, como se nada mais existisse ao redor deles.

Harry assistiu à cena com uma mistura de incredulidade e dor, sentindo-se traído de todas as maneiras possíveis. Quando o beijo finalmente terminou, Chiara e Draco se afastaram apenas o suficiente para se olhar nos olhos, suas respirações ainda rápidas.

— Isso não acabou, Malfoy. — Harry murmurou, com uma voz cheia de ressentimento antes de se virar e sair.

— Que vá para o inferno. — Draco respondeu, sem desviar o olhar de Chiara, que agora tinha um sorriso ligeiramente provocante nos lábios.

Pansy, que tinha assistido a tudo à distância, não aguentou mais. Ela avançou, pronta para começar outra discussão, mas Draco ergueu a mão, sinalizando para que ela parasse.

— Chega, Pansy. — Ele disse, cansado. — Já estamos fartos disso.

Pansy olhou para ele, então para Chiara, e uma lágrima solitária escapou de seu olho antes de ela se virar e correr, deixando os dois sozinhos.

Com a briga terminada e o corredor finalmente vazio, Chiara se aproximou novamente de Draco, agora com um olhar mais suave. Ela sabia que muita coisa ainda precisava ser resolvida, mas naquele momento, tudo o que queria era estar ao lado dele.

— Vamos para outro lugar. — Draco sugeriu, a voz um pouco mais calma, mas ainda carregada de emoção. — Precisamos conversar sobre tudo isso... sem interrupções.

Chiara assentiu, permitindo que ele a guiasse para longe do tumulto. Ela sabia que as coisas estavam longe de serem simples, mas talvez, finalmente, estivessem no caminho certo.

Hogwarts Forbidden Onde histórias criam vida. Descubra agora