Capítulo 20 - O feitiço e o conforto

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O sol mal havia se posto quando Draco recebeu uma mensagem inesperada. Um pequeno pergaminho flutuava diante de seus olhos, envolto em uma aura cintilante que só poderia ser resultado de um feitiço. Ele estendeu a mão, apanhando o bilhete, e o desenrolou com um leve toque de curiosidade. Era uma mensagem de Pansy.

"Draco, precisamos conversar. É urgente. Encontre-me perto da Torre de Astronomia. Sozinho."

Ele franziu a testa, desconfiado. A última coisa que queria era se envolver em mais uma armadilha de Pansy. Ele sabia que ela não desistiria tão facilmente de tentar separá-lo de Chiara. Contudo, algo no tom da mensagem parecia insistente. Talvez fosse melhor resolver isso de uma vez por todas.

Mas Draco não era ingênuo. Ele decidiu que não iria sozinho. Chiara, sempre atenta, notou a expressão de Draco ao ler a mensagem.

— Quem era? — Ela perguntou, cruzando os braços.

— Pansy. Quer falar comigo. Mas não vou sozinho. — Ele respondeu, seu tom firme.

Chiara sorriu, apreciando a atitude dele. Draco nunca a deixaria de fora de algo assim. Juntos, eles deixaram o dormitório de Sonserina e seguiram em direção à Torre de Astronomia, onde Pansy havia marcado o encontro. Chiara manteve-se escondida nas sombras enquanto Draco se aproximava de Pansy, que o aguardava com uma expressão determinada.

— Finalmente você veio. — Pansy disse, tentando soar casual, mas a urgência em sua voz era evidente.

— O que você quer, Pansy? — Draco perguntou diretamente, sem paciência para rodeios.

Pansy respirou fundo, se aproximando dele. Seus olhos, cheios de desejo e frustração, fixaram-se nos de Draco. Sem hesitar, ela segurou a mão dele, seus dedos gelados contra a pele quente de Draco.

— Draco, eu sinto tanto a sua falta. Não consigo mais esconder. — Ela murmurou, sua voz trêmula. Antes que ele pudesse reagir, Pansy inclinou-se na direção dele, tentando capturar seus lábios em um beijo.

Mas antes que os lábios de Pansy pudessem sequer roçar nos de Draco, uma voz firme e ameaçadora cortou o ar:

— Crucio! — Chiara apareceu de repente, varinha em punho, seus olhos brilhando com uma raiva feroz.

Pansy, em um reflexo rápido, conseguiu se esquivar do feitiço por pouco, mas o medo que tomou conta de seu rosto era inegável. Ela recuou alguns passos, aterrorizada com a intensidade que emanava de Chiara. Draco, apesar de estar surpreso pela rapidez da reação de Chiara, sentiu uma onda de alívio ao ver Pansy recuar.

— Chiara, calma! — Draco disse, colocando-se entre as duas para evitar que a situação saísse ainda mais de controle.

Pansy estava em choque, sua mente tentando processar o que quase havia acontecido. O pânico a dominava, e ela sabia que, naquele momento, Chiara era capaz de tudo para proteger o que era dela.

— Eu... eu só... — Pansy tentou se justificar, mas as palavras falharam, presas em sua garganta.

— Eu te avisei para ficar longe dele. — Chiara disse, a voz baixa, mas repleta de uma ameaça velada.

Pansy, ainda tremendo, não esperou por mais ameaças. Ela virou-se e correu, sumindo pelas escadas antes que Chiara pudesse lançar outro feitiço. Quando a silhueta de Pansy desapareceu, Chiara respirou fundo, tentando acalmar seu coração acelerado.

Draco se aproximou dela, segurando-a pelos ombros e olhando em seus olhos.

— Ei, está tudo bem agora. Ela se foi. — Draco falou suavemente, tentando dissipar a tensão que ainda pairava no ar.

Chiara olhou para ele, seus olhos ainda brilhando com a adrenalina do confronto. Mas ao ver a expressão tranquila de Draco, ela finalmente começou a relaxar.

— Ela nunca vai parar, não é? — Chiara murmurou, mais uma constatação do que uma pergunta.

— Não se preocupe com ela. — Draco respondeu, segurando-a pela mão. — Vamos sair daqui.

Sem mais uma palavra, Draco a puxou, e juntos, eles caminharam pelos corredores até o dormitório dele. Quando finalmente chegaram ao quarto, Draco fechou a porta atrás de si e puxou Chiara para um abraço apertado. Ela sentiu-se segura em seus braços, e a tensão do encontro com Pansy começou a se dissipar.

— Eu sei que é difícil, mas nós vamos superar isso juntos. — Draco murmurou, sua voz reconfortante.

Chiara olhou para ele, seus olhos suaves e cheios de afeição. Sem dizer nada, ela inclinou-se para ele, e seus lábios se encontraram em um beijo profundo, carregado de emoções. Draco a puxou para mais perto, sentindo o calor de Chiara contra seu corpo.

A conexão entre eles era inegável. O medo, a raiva e a ansiedade desapareceram enquanto se envolviam um no outro, encontrando consolo e paixão nos braços um do outro. Draco a levou para a cama, onde se deitaram juntos, trocando beijos suaves e carícias que falavam mais do que qualquer palavra.

Naquela noite, eles se perderam no momento, encontrando uma paz que parecia quase impossível depois de tudo o que havia acontecido. O mundo fora daquele quarto não importava. Apenas eles importavam.

Enquanto a lua brilhava pela janela, iluminando o quarto com uma luz suave, Chiara e Draco adormeceram juntos, mais unidos do que nunca, certos de que, independentemente dos desafios que enfrentassem, estariam sempre ao lado um do outro.

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