Capítulo 11 - Segredos Revelados

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*(Versão de Chiara e Draco)*

O dia em Hogwarts passou com uma tranquilidade enganosa. Chiara e Draco tentaram se concentrar nas aulas, mas suas mentes estavam constantemente voltadas para o encontro que teriam mais tarde na biblioteca. Cada minuto que passava parecia mais longo que o anterior, a antecipação crescendo a cada troca de olhares furtiva pelos corredores.

Para Chiara, o resto do dia foi uma mistura de nervosismo e expectativa. As aulas de Feitiços e Poções passaram quase despercebidas enquanto ela revisava mentalmente o que diria a Draco à noite. Ela mal conseguia manter a concentração, respondendo automaticamente às perguntas dos professores enquanto sua mente vagava pelas possibilidades que a noite traria.

Draco, por sua vez, não estava em melhor situação. Durante as aulas, ele se viu rabiscando distraidamente o nome de Chiara em seu pergaminho, algo que ele nunca faria conscientemente. Ele sabia que Pensy Parkinson continuava a observá-lo, mas tentou ignorá-la, convencido de que ela não tinha motivo real para suspeitar de algo. No entanto, uma inquietação crescente começou a se instalar em seu peito, uma sensação de que algo poderia dar errado.

Quando o sol começou a se pôr e a noite cobriu o castelo, Chiara se preparou para sair em direção à biblioteca. Ela esperou até que a maioria dos estudantes estivesse ocupada com suas próprias atividades antes de sair discretamente do dormitório da Corvinal. Sentia o coração bater forte no peito, mas uma determinação calma a impulsionava. Hoje, eles teriam mais um momento a sós, longe dos olhares curiosos.

Draco deixou a comunal com uma antecipação semelhante, certificando-se de que ninguém o seguia. Ou, pelo menos, foi o que pensou. O que Draco não sabia era que Pansy estava mais desconfiada do que ele imaginava. Durante todo o dia, ela havia notado os olhares que ele trocava com Chiara, as saídas estratégicas, os sorrisos furtivos. Algo estava acontecendo, e Pensy não iria descansar até descobrir o que era.

Assim que viu Draco sair das masmorras, Pansy decidiu segui-lo. Ela manteve uma distância segura, movendo-se rapidamente e em silêncio pelos corredores escuros. O que ela descobriu ao vê-lo se dirigir à biblioteca apenas confirmou suas suspeitas.

Quando Chiara chegou à biblioteca, estava vazia como na noite anterior. Ela se dirigiu ao mesmo canto isolado onde haviam se encontrado antes, o coração batendo rápido, mas dessa vez por um motivo diferente. Havia uma sensação estranha no ar, como se algo estivesse fora do lugar, mas ela afastou o pensamento, convencida de que tudo ficaria bem quando Draco chegasse.

Do lado de fora, Pansy se escondeu nas sombras, observando enquanto Draco se aproximava da entrada da biblioteca. A raiva cresceu dentro dela, uma fúria silenciosa e ardente. Ela sempre acreditara que tinha algum tipo de direito sobre Draco, uma posse que nunca fora desafiada até agora. E aqui estava Chiara, uma garota da Corvinal, ousando interferir no que ela considerava seu.

Draco estava a poucos passos de entrar na biblioteca quando sentiu uma mão firme agarrar seu braço. Ele se virou abruptamente, surpreso ao ver Pansy ali, com os olhos ardendo de ciúme e desdém.

— O que você pensa que está fazendo, Draco? —Pansy sibilou, apertando ainda mais o braço dele. — Eu sabia que você estava escondendo algo, mas ir tão longe com... ela? Uma corvina?

Draco tentou se soltar, mantendo a voz calma, mas havia um tom de irritação evidente em suas palavras.

—Pansy, isso não é da sua conta. Deixe-me ir, tenho coisas para resolver.

Mas Pansy não o soltou. Em vez disso, ela puxou Draco para longe da biblioteca, para longe de Chiara, usando toda a sua força para mantê-lo sob controle. Ela sabia que não poderia deixá-lo entrar lá, não poderia permitir que ele continuasse com isso.

— Você não vai a lugar nenhum, Draco. Não com ela — afirmou Pansy, sua voz cheia de determinação. — Você está esquecendo quem realmente se importa com você.

Draco sentiu uma mistura de frustração e impotência. Ele não queria causar uma cena, mas ao mesmo tempo sabia que não poderia simplesmente deixá-la ditar seus passos. Enquanto isso, dentro da biblioteca, Chiara começou a se sentir inquieta. Draco já deveria ter chegado. O silêncio ao redor parecia pesado, opressor. Ela olhou ao redor, esperando ver sua silhueta entrando pela porta, mas nada.

O tempo passou, e o desconforto de Chiara aumentou. A ansiedade que ela havia sentido anteriormente começou a se transformar em preocupação genuína. Finalmente, ela decidiu ir até a entrada da biblioteca, olhar ao redor para ver se encontrava Draco nos corredores. Mas, ao sair da biblioteca, não havia sinal dele. Apenas o corredor vazio e o eco de seus passos.

Draco, nesse meio tempo, estava sendo levado por Pensy para longe da biblioteca, afastado à força de Chiara. A situação estava rapidamente fugindo ao controle, e ele sabia que, se não encontrasse uma forma de lidar com Pansy, a noite acabaria de forma desastrosa.

— Pansy, eu já disse que isso não é da sua conta — repetiu Draco, sua voz agora com uma ponta de irritação. — Deixe-me ir.

Mas Pansy, determinada e possessiva, não cedeu. Ela sabia que, se o deixasse ir agora, poderia perder Draco para sempre para alguém como Chiara, e isso era inaceitável.

— Se você quer continuar com isso, Draco, pode esquecer de qualquer apoio meu ou da nossa casa — ameaçou Pansy, sua voz agora cheia de frieza. — Você vai se arrepender de escolher essa... distração em vez de nós.

Draco parou por um momento, avaliando a situação. Ele sabia que Pansy não estava brincando, mas ao mesmo tempo, a ideia de ser manipulado por ela o enojava. Ainda assim, ele percebeu que seria mais prudente por enquanto acalmar as coisas, pelo menos até encontrar uma maneira de se livrar dela de vez.

— Tudo bem, Pansy — Draco disse finalmente, tentando controlar o tom. — Vamos conversar sobre isso em outro lugar. Não aqui.

Pansy relaxou um pouco a pressão, mas não soltou completamente o braço dele. Ela o conduziu para longe da biblioteca, satisfeita por ter conseguido impedir o que poderia ter sido uma noite que ela nunca perdoaria.

Enquanto isso, Chiara retornou à biblioteca, agora vazia e desolada. Ela esperou por mais alguns minutos, mas quando a realidade finalmente a atingiu, sentiu uma mistura de desapontamento e dor. Algo estava errado, e Draco não viria naquela noite. Ela saiu da biblioteca, sentindo-se estranhamente vazia, sem saber que Pansy havia conseguido separá-los.

No dia seguinte, Chiara e Draco mal conseguiram se ver. Pansy estava sempre por perto, vigilante, impedindo qualquer tentativa de contato entre os dois. E enquanto Draco tentava manter a fachada de indiferença, por dentro estava furioso. Ele sabia que algo precisava ser feito, mas naquele momento, estava preso no jogo de Pansy.

A noite que ambos esperavam se tornara uma lembrança amarga de um encontro que nunca aconteceu, e agora, o que viria a seguir estava envolto em incertezas e desafios.

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