Capítulo 5- A tentação e o limite

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(Versão de Draco Malfoy)

Draco ficou surpreso pela primeira vez em muito tempo. Ele estava acostumado a ter controle sobre as situações, especialmente quando se tratava de flertes e jogos de poder. Mas Chiara o desarmara completamente ao tomar a iniciativa e beijá-lo. O toque dos lábios dela contra os seus foi um choque de eletricidade, uma sensação que ele não estava preparado para sentir. E, ao mesmo tempo, era algo que ele desejava profundamente, ainda que não tivesse percebido isso até o momento.

Enquanto ainda saboreava o gosto do beijo, sentiu uma onda de satisfação misturada com uma faísca de algo que ele não conseguia definir. Talvez fosse admiração pela coragem dela, ou talvez fosse o puro desejo que ela havia despertado. O fato de Chiara ter rompido a barreira e o beijado mostrou que ela estava disposta a jogar esse jogo com ele, e isso o excitava mais do que ele estava disposto a admitir.

Com uma confiança renovada e um desejo crescente, Draco não perdeu tempo. Aproveitou-se do momento e, com uma mão firme na cintura de Chiara, começou a puxá-la em direção ao seu quarto. Ele sabia que o dormitório da Sonserina estava silencioso naquela hora, os colegas de quarto provavelmente adormecidos ou ocupados em outro lugar. A ideia de estar sozinho com Chiara em seu quarto, longe de olhares indiscretos, era irresistível. Ali, ele poderia explorar essa conexão inesperada sem interrupções.

A sensação do corpo de Chiara tão perto do seu, o calor que irradiava dela, apenas intensificava seu desejo. Seus dedos se apertaram levemente na cintura dela, guiando-a por corredores escuros e silenciosos. Sua mente estava tomada por uma mistura de antecipação e excitação. Ele estava pronto para levar esse jogo ao próximo nível, para ver até onde Chiara estava disposta a ir.

No entanto, quando estavam prestes a cruzar a porta do quarto de Draco, Chiara parou abruptamente. Ele sentiu a tensão no corpo dela e olhou para baixo, encontrando os olhos dela cheios de algo que não era medo, mas um tipo de hesitação que ele não esperava.

— Draco, espera — ela sussurrou, a voz suave, mas determinada.

Draco parou, sentindo a frustração misturada com a confusão. Ele estava tão envolvido no momento, tão seguro de que estavam ambos na mesma página, que a interrupção o pegou de surpresa. Ele franziu o cenho, tentando entender o que estava acontecendo na mente dela.

— O que foi? — perguntou, sua voz mais suave do que ele pretendia, quase um murmúrio. A ideia de que ela pudesse estar reconsiderando tudo fez com que algo dentro dele se agitasse.

Chiara respirou fundo, seus olhos nunca deixando os dele. Ela parecia estar lutando com seus próprios pensamentos, algo que Draco reconheceu instantaneamente. Ele viu nela uma batalha interna que espelhava, de certa forma, o que ele também sentia. O desejo era palpável entre eles, mas havia algo mais, algo que ela estava relutante em atravessar.

— Eu... Eu não sei se estamos prontos para isso, Draco — ela disse, a voz suave, mas firme. — Eu só... não quero que isso seja um erro.

As palavras dela o atingiram como uma brisa gelada. Draco ficou em silêncio por um momento, absorvendo o que ela acabara de dizer. Ele sentiu o desejo dentro de si vacilar ligeiramente, substituído por uma mistura de respeito e frustração. Ele poderia forçar a situação, mas sabia que não era isso que queria. O jogo era excitante, sim, mas não ao ponto de cruzar uma linha que ela não estava pronta para atravessar.

— Chiara... — Draco começou, sua voz agora carregada de uma sinceridade que ele raramente mostrava. Ele se afastou um pouco, dando-lhe espaço para respirar. — Não quero que faça nada que não queira. Eu estava apenas... seguindo o momento.

Chiara o olhou, seus olhos brilhando com uma mistura de gratidão e algo mais que ele não conseguia definir. Ela assentiu levemente, aliviada pela compreensão dele. Draco sentiu algo estranho em seu peito, uma sensação de que havia algo diferente entre eles, algo mais profundo do que ele estava acostumado a sentir.

— Eu só preciso de um pouco de tempo — ela sussurrou, relaxando um pouco mais, mas sem se afastar completamente.

Draco suspirou, entendendo o que ela estava dizendo. Ele não queria pressioná-la, não queria arriscar perder a conexão que estavam construindo. O jogo que estavam jogando era perigoso, mas também era excitante de uma forma que ele não havia experimentado antes. Talvez, pela primeira vez, estivesse disposto a deixar o tempo e as circunstâncias decidirem o que viria a seguir.

— Tudo bem — ele disse, com um pequeno sorriso, tentando aliviar a tensão. — Podemos ir devagar. Temos tempo.

Chiara sorriu de volta, e Draco sentiu um calor se espalhar por seu peito. Ele ainda sentia o desejo ardendo dentro de si, mas, por agora, estava disposto a respeitar o ritmo dela. Afinal, o jogo estava apenas começando, e a ideia de explorá-lo lentamente, com Chiara ao seu lado, não parecia tão ruim assim.

Com um gesto suave, ele levou Chiara de volta ao corredor, longe do quarto, mas sem soltar a mão dela. Eles caminharam juntos, em silêncio, as mãos entrelaçadas, enquanto o castelo adormecido os envolvia. E, pela primeira vez em muito tempo, Draco sentiu que não estava sozinho naquela escuridão.

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