Hogwarts Forbidden

Capítulo 3-O chapéu seletor

(Draco's Version)

O Grande Salão estava repleto de uma energia quase elétrica enquanto os alunos retornavam para mais um ano em Hogwarts. Draco Malfoy sentou-se à mesa da Sonserina, seu olhar frio e distante percorrendo o salão sem real interesse. Mesmo cercado por amigos e colegas, ele sentia-se isolado, como se uma barreira invisível o separasse de tudo ao seu redor. Hogwarts, uma vez seu território seguro, agora parecia cheia de lembranças sombrias, cicatrizes do passado.

Ele estava se permitindo a um breve momento de indiferença, quando algo ou, melhor dizendo, alguém, capturou sua atenção. Uma garota entrou no salão, e Draco notou que ela era diferente. Havia algo nela que o fez desviar o olhar de sua indiferença habitual. Ela estava ali, de pé, junto aos outros novos alunos, esperando para ser sorteada pelo Chapéu Seletor. Seus olhos, grandes e curiosos, analisavam o salão com uma mistura de nervosismo e admiração, e Draco sentiu uma faísca de interesse que não experimentava há muito tempo.

Ele a observou em silêncio, suas feições endurecendo enquanto lutava contra os pensamentos que começavam a surgir em sua mente. Ela era bonita, sem dúvida. Havia uma delicadeza em sua aparência que o intrigava, mas também havia algo mais, algo que o atraía de uma maneira que ele não estava preparado para admitir. Seus pensamentos começaram a vagar, e Draco se imaginou em situações que não eram apropriadas para o momento, mas que o dominavam de qualquer forma. Imaginou aquela garota em seu dormitório, a luz suave das velas iluminando sua pele enquanto se deitavam juntos. A ideia de ter aquela inocência ao seu alcance, de explorá-la em seus próprios termos, o fazia sentir um calor que não conseguia controlar.

Ele se recompôs rapidamente, percebendo que estava observando-a de maneira muito intensa. Não queria que ninguém notasse seu interesse, então desviou o olhar, mas não antes de perceber que ela também o havia notado. Por um breve momento, seus olhos se encontraram, e Draco sentiu um choque de reconhecimento. Havia algo naquela troca de olhares que o fez acreditar que ela também havia sentido algo. Ele sabia que era proibido, quase ridículo, mas a ideia continuava a atormentá-lo.

Quando o Chapéu Seletor finalmente gritou "Corvinal!", Draco sentiu uma mistura estranha de alívio e decepção. Ele a viu caminhar em direção à mesa da Corvinal, onde foi recebida com aplausos. O fato de que ela não estava na Sonserina significava que ele não teria que lidar com ela tão de perto, mas ao mesmo tempo, o distanciamento tornava-a ainda mais intrigante.

O resto do dia passou em uma espécie de neblina. As aulas iniciais, os rostos familiares, nada disso parecia realmente captar sua atenção. Ele estava distraído, e por mais que tentasse se concentrar, a imagem daquela garota de Corvinal continuava a surgir em sua mente. O jeito como ela andava, a curva suave de seu pescoço, a ideia dela em seus braços, na sua cama...

Draco estava ciente de que esses pensamentos eram perigosos. Ele tinha aprendido, da maneira mais difícil, a esconder seus desejos e emoções, a manter um controle rígido sobre si mesmo. Mas algo naquela garota o desafiava, e ele não gostava de se sentir fora de controle. Ele sabia que não deveria, mas não conseguia evitar o desejo de vê-la de novo, de estar perto dela.

Enquanto a noite caía sobre o castelo, Draco se recolheu aos dormitórios da Sonserina, mas o sono não vinha. Ele ficou deitado na cama, encarando o teto de pedra, sua mente cheia de pensamentos impróprios e possibilidades que ele não deveria estar considerando. Ele sabia que não poderia simplesmente ignorar o que estava sentindo, mas também sabia que seguir esses impulsos poderia ser um erro. Ainda assim, a ideia de tê-la para si era tentadora demais para ser ignorada.

Havia algo sobre essa nova aluna que o fazia questionar tudo, e Draco sabia que, de alguma forma, ela seria um desafio que ele não poderia evitar. O que ele faria a respeito ainda estava para ser decidido, mas uma coisa era certa: ele não conseguia tirá-la da cabeça, e isso o perturbava mais do que qualquer outra coisa.