ROMAN.
Viver na mansão Movisk não é tão ruim quanto parece, todos são muito amigáveis, mas meio que fui praticamente sequestrado, tento parecer tranquilo com isso, mas toda vez que vejo Rodrik sinto vontade de matar ele com minhas próprias mãos, mesmo que eu não consiga. Eu não era próximo da minha mãe, ela me deixou com meu pai quando eu era criança, ainda sim, era minha mãe, Rodrik não tinha esse direito.
-Mas que droga!! -Gianna grita e bate nos frascos de experimentos, jogando tudo no ar. Uso meus poderes e volto os frascos para o lugar. -Eu não consigo!! Não encontrei nada, não dou conta... Não sem ele.
Sei que ela está falando de Roland, me sinto mal por Gianna passar por isso tão nova. Ela é uma das únicas pessoas daqui que consigo sentir um pouco de compaixão. Acho que é por conta do seu jeitinho meigo, ela tenta ajudar a todos, mesmo que precise de ajuda.
-Você só precisa descansar um pouco, a mente precisa estar descansada, quando se trabalha com ciência.
-O que sabe sobre ciência? Você é um bruxo bibliotecário! Não entende nada aqui! -Ela diz com o tom de voz arrogante.
Eu sou uma pessoa bem explosiva, mas consigo ser paciente com ela, talvez seja porque ela é paciente com todos, só está em uma fase ruim, não faz nem uma semana que o pai morreu.
-Desculpa. -Diz se aproximando -Eu... Me desculpe, Roman.
-A culpa não é sua. -Vou até ela e pego em suas mãos, puxando-a para fora do laboratório -Você precisa fugir um pouco da realidade.
-O que vai fazer?
-Você sabe que aqui tem uma biblioteca, não sabe?
-Eu sei...
-E já foi lá?
Ela revira os olhos.
-Não...
Descemos as escadas juntos, entramos na biblioteca e Gianna cobriu o rosto com as mãos e começou a rir.
-Chame um homem de bruxo bibliotecário e ele irá te levar para biblioteca.
Solto uma gargalhada e deslizo as mãos pelas estantes.
-Bom... O que temos aqui? Shakespeare? Machado de Assis? Jane Austen... -Pego o livro orgulho e preconceito -Eu adoro autoras mulheres, são divinas, mas geralmente elas escrevem os personagens masculinos como gostariam que fossem na vida real, entende? O amor profundo e todo romantismo, porém, Jane Austen escreve Darcy como um homem bruto e orgulhoso, bem como os homens da vida real.
Gianna arqueia as sobrancelhas finas e cruza os braços, ela parece confusa.
-Não sem quem são essas pessoas.
-Ah, minha nossa, você passa o dia inteiro estudando tabela periódica, ácidos e base. Nunca nem pegou em um livro? Sabe como é mágico viajar por mundos diferentes sem sair do lugar?
Ela não responde, apenas abre aquele sorriso vergonhoso que deixa suas bochechas vermelhas e exibe as covinhas fofas e cativantes.
-Já esteve em Paris?
-Não...
Meu olhar corre pelas prateleiras em busca de alguma história que possa prender Gianna e fazê-la viajar para longe.
Encaro o livro perfeito, pego-o, depois seguro a mão de Gianna e levo-a até o canto onde há um tapete com vários travesseiros. Sento-me escorado nos travesseiros, Gianna permanece em pé me encarando, então uso meus poderes para puxá-la para mim. Ela cai sobre meu corpo. Seu rosto está próximo do meu, sinto sua respiração quente e o hálito com cheiro de chiclete de melancia. Aliso seu rosto delicadamente, colocando uma mecha cacheada atrás da orelha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A rosa branca
RomanceÉ possível se sentir atraída pelo medo? É possível se apaixonar por algo perigoso e sombrio? Dynastia é uma pequena cidade repleta de histórias macabras e moradores estranhos, como a família Movisk. Amylla é uma jovem garota que após ser expulsa do...