Capítulo 18: A Espera da Fuga

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Valentina Gonzalez

Abri os olhos, sentindo a luz suave do sol em meu rosto. Meu corpo estava relaxado e eu me sentia renovada, pronta para enfrentar o novo dia. Olhei ao redor do quarto, vendo os primeiros raios de sol tingindo tudo de um tom dourado. Era uma manhã linda.

A beleza da manhã não durou muito, a lembrança do leilão da Selena, minha irmã, invadiu minha mente como um furacão. O sábado havia infelizmente chegado, devo admitir que as coisas começaram a melhorar. Talvez pelo fato de eu ter me acostumado com a rotina ou por minha relação com Raquel ter mudado bastante comparado ao dia em que cheguei.

Os negócios estão florescendo, Raquel passa a maioria do tempo fora, e quando está em casa aproveita esse tempo para transarmos. Ainda não acho que isso tenha sido a coisa mais inteligente a fazer, mas, estamos falando de Raquel Martinez! Com essa mulher ninguém pode, não importa o quanto eu tente me controlar e não cair em seu jogo de provocações ela sempre vence. Estou caindo em um jogo sem volta.

Conforme os dias se passaram, tudo se complicou para mim. Ao acordar todas as manhãs encarava o calendário na parede enquanto suspirava pesado lembrando que o dia do leilão estava cada vez mais próximo. Hoje ele havia infelizmente chegado. Não me conformava de que aquele seria o futuro de Selena, a garota sempre deu tudo de si, trabalhou mais que todas e agora é retribuída com isso.

Sinto um misto de raiva e tristeza eu poderia facilmente acabar com isso se a mulher dona da porra toda fosse alguém mais compreensível e calma. Mas Raquel é totalmente o contrário disso, então já poderia descartar a ideia de pedir sua ajuda. O mínimo que ela faria para me ajudar era rir da minha cara ou lançar aquele sorriso de canto se aproveitando da situação, mas não custa nada tentar.

Saltei da cama e caminhei até o banheiro, a água gelada do chuveiro me despertou de vez.

Terminei o banho e fui procurar algo para vestir, segui até o armário e escolhi um vestido azul-marinho que realçava meus olhos, ele era em lã acrílica gola alta. Modelo manga longa com punhos e barra canelada e um corte justo que marcava minha cintura. É perfeito para esse dia friozinho.

Desci as escadas com pressa quase tropeçando no meu próprio pé para encontrar Angelina, vou em direção à cozinha e dou de cara com Raquel tomando seu café da manhã.

Raquel: - Bom dia. - Ergueu a xícara de café aos lábios e me encarou com aqueles olhos penetrantes.

Valentina: - Bom dia. - Forcei um sorriso, tentando disfarçar.

Raquel: - Espero que esteja com fome, o café da manhã está maravilhoso.

Puxei a cadeira e sentei meus olhos se fixam na mesa cheio de comida, Raquel me observo atentamente, mas não diz nada. Ela sabe que estou escondendo algo, eu sirvo um pouco de suco de laranja, minhas mãos estão um pouco trêmulas, eu tento me acalmar respirando fundo. Eu precisava encontrar coragem para falar com Raquel.

Raquel: - Você está bem? Você está parecendo... - Ela me analisou com um olhar perspicaz.

Senti o olhar dela sobre mim, incisivo, como se pudesse ver através da minha pele. Seus olhos escuros analisavam cada movimento, cada reação. Ela me conhecia bem o suficiente para saber que algo estava errado. Continuei tomando meu café da manhã.

Raquel: - Valentina, o que está acontecendo? O que você quer falar? - A voz era firme e implacável. Ela já estava começando a perder a paciência.

O sangue gelou nas minhas veias. Respirei fundo, tentando controlar a tremedeira que percorria meu corpo. Era a oportunidade perfeita para tentar negociar, para tentar convencê-la a impedir o leilão de Selena. Mas como? Como convencer uma mulher conhecida por ser implacável e cruel. Mas, antes que eu pudesse dizer uma palavra, o celular de Raquel tocou.

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