Valentina Gonzalez
Ao acordar, senti um vazio no peito, como se uma parte de mim tivesse sido arrancada. As palavras de Raquel ainda ecoavam em minha mente: "Você é minha propriedade". A sensação de impotência e aprisionamento era avassaladora.
O lençol gelado contra a minha pele era um lembrete cruel da realidade. Tentei fechar os olhos, bloquear o mundo, mas a dor era real demais. As lágrimas que eu tentava conter finalmente romperam a barreira, quentes e salgadas, molhando o travesseiro.
Levantando-me da cama, e me olhei no espelho. Meus olhos estavam inchados e vermelhos de tanto chorar.
Meus pensamentos se voltaram para minha família. Eu sentia falta deles mais do que nunca. Eles eram meu porto seguro, meu apoio nos momentos difíceis. Mas agora, eu estava sozinha, longe de tudo que conhecia.
Ouvi batidas na porta. Sentei-me na cama, ainda tremendo, e murmurei "entre". A porta se abriu e Angelina, com seu olhar gentil e preocupado, entrou no quarto.
Angelina: ̶-̶ A Srta. Martinez pediu que eu trouxesse isso. - disse, estendendo uma bolsa de gelo.
Peguei a bolsa de gelo em minhas mãos trêmulas e coloquei delicadamente no meu rosto dolorido, pressionando bastante para que tivesse efeito. Fechei os olhos com força no início, a dor era suportável, eu sentia como se o tapa estivesse se repetindo.
Valentina: ̶-̶ Obrigada, Angelina. - disse, minha voz ainda rouca de tanto chorar.
Angelina: ̶-̶ De nada, senhorita. - respondeu ela, com sua voz doce e gentil. - A Srta. Martinez também pediu que eu lhe trouxesse seu almoço.
Angelina olhou para mim com uma expressão preocupada e ao mesmo tempo aliviada. Quando ela ia perguntar se algo havia acontecido, ela sentou na ponta da cama hesitante em começar.
Angelina: ̶-̶ Ela lhe bateu? - Sua voz calma me perguntou.
Valentina: ̶-̶ Sim, ela me bateu. - minha voz saiu em um sussurro trêmulo.
Angelina franziu a testa e balançou a cabeça em desaprovação.
Angelina: ̶-̶ Desculpe-me perguntar, mas o que aconteceu?- indagou ela, com um tom de voz que demonstrava sua compaixão.
As lágrimas voltaram a escorrer pelos meu rosto, Angelina, com um gesto carinhoso, pousou sua mão em meu ombro, transmitindo um conforto.
Valentina: ̶-̶ Eu acabei falando mais do que devia e o que eu disse parece ter afetado ela. - minha voz quase inaudível.
Angelina: ̶-̶ Perdoe-me por ser intrometida, mas o que exatamente você disse para ela reagir daquele jeito? - perguntou, com um olhar que demonstrava sua preocupação.
Contei a ela o que havia acontecido. Expliquei como eu havia expressado meu desejo de estar em qualquer outro lugar, mesmo que isso significasse enfrentar os "velhos dos leilões". E como eu havia chamado Raquel de monstro.
Angelina suspirou, apertando minha mão com gentileza.Angelina: ̶-̶ E ela só lhe deu um tapa? Nenhum tiro ou soco? - Perguntou surpresa.
Valentina: ̶-̶ Qual foi Angelina tá querendo que eu vá de arrasta pra cima? qual foi eu pensei que você gostava te mim.
Ela balançou rapidamente a cabeça e se explicou.
Angelina: ̶-̶ Desculpe, Valentina. Eu não quis dizer isso de forma ruim. É melhor eu me calar antes que eu me arrependa.
Valentina: ̶-̶ Tudo bem, Angelina. Não precisa se desculpar. Obrigada por se importar comigo.
Angelina: ̶-̶ Mas você precisa ter cuidado com o que fala para Raquel. Ela é uma pessoa difícil e não lidar bem com provocações ou desafios. Tente manter a calma e evitar confrontos diretos.
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BELA MÁFIA
RomantizmEm um mundo obscuro e perigoso, uma poderosa chefe da Máfia se encontra afundada em amargura e desilusão com a vida que levou. Em uma tentativa de fugir de sua realidade sombria, ela decide sair para um bar, em busca de um momento de descontração e...