Capítulo 7: - A Consequência do Descontrole.

202 22 117
                                    

Raquel Martinez.

Saí do quarto em meio a um acesso de raiva, batendo a porta com força. Minha mente fervilhava de fúria, e eu mal conseguia controlar as mãos que tremiam de raiva. Angelina tentou dizer algo, mas eu a interrompi com um gesto brusco, meu rosto contorcido de raiva.

Raquel:  ̶  Saia da minha frente! - Rosnei, minha voz áspera e ameaçadora.

Ela se encolheu, seus olhos arregalados de medo, e se afastou rapidamente. Entrei no meu escritório, a fúria me consumindo como um incêndio. Sem pensar, peguei o primeiro objeto que vi, um vaso de cristal com flores murchas e o arremessei contra a parede. Os cacos se espalharam pelo chão, como se espelhassem a minha mente fragmentada.

A dor e a raiva borbulhavam dentro de mim, e eu só queria que tudo desaparecesse. Não podia acreditar que Valentina teve a ousadia de me desafiar daquela maneira, de me chamar de monstro. Ela não tinha ideia do que eu era capaz, da escuridão que habitava meu coração. Ela precisa entender que não tem escolha, que está presa a mim, à minha vontade. Mas a teimosia dela está me irritando cada vez mais. Ela deveria estar agradecendo por tudo que fiz por ela, por tê-la tirado daquele lugar nojento.

Raquel:  ̶   Maldita seja! - Gritei, meu punho cerrado, batendo com força na mesa. As veias do meu pescoço pulsavam, e meus dentes estavam cerrados.

Sem pensar, acabei lhe dando um tapa. A sensação de remorso misturada com a satisfação momentânea me deixou completamente desnorteada. Eu não queria ser uma pessoa violenta, principalmente com ela, mas aquela garota tinha o dom de me tirar do sério. Ela me irritava profundamente, me forçando a encarar a escuridão que eu tanto tentava esconder.

Agarrei um copo e o enchi com uma bebida forte, virando o líquido de uma só vez. A queimação na garganta não era suficiente para aliviar a dor que me corroía por dentro. Depois, arremessei a garrafa de Starward Tawny contra a parede, a fúria me impulsionando.

Raquel:  ̶  Quebra tudo! - Berrei, as lágrimas de raiva escorrendo pelo meu rosto.

Mas aquilo não era suficiente para acalmar a turbulência em meu peito. Eu precisava continuar a me entorpecer, a afastar a dor que me corroía por dentro.

Eu iria fazer isso por horas e horas até que toda raiva fosse embora em um passe de mágica, deixando apenas uma dor de cabeça que um analgésico com certeza daria conta. Mas enquanto isso não acontecia, sentia meu peito arder, como se fossem chamas vibrantes queimando tudo.

Sinto uma sensação estranha se apoderar de mim. Uma mistura de triunfo e arrependimento. Será que estou mesmo fazendo o que é certo? Será que estou trilhando o caminho correto ao forçá-la a ficar aqui? Afinal, ela é apenas uma garota assustada e confusa.

A porta se abriu e Pablo entrou, seu olhar examinou meu estado com pena. Ele abriu seus braços e, quando percebi, já estava encaixada neles e chorando até não aguentar mais, descontando toda a raiva que eu carregava em mim.

Pablo: -̶  Vai ficar tudo bem. - ele sussurrou, suas mãos acariciaram suavemente meu cabelo, dando-me uma sensação muito necessária de conforto e segurança.

Agarrei-me a ele com força, buscando conforto em seu abraço. A fragilidade que sentia me deixava envergonhada, mas eu precisava daquilo.

Quando chorei o suficiente, consegui manter os soluços em silêncio. Me soltei de seu aperto e voltei até o copo para enchê-lo de novo. Precisava de uma distração, algo que bloqueasse a lembrança.

Pablo: -̶  Já chega! - Retirou o copo das minhas mãos após a quinta dose. - Você já bebeu o suficiente por hoje, Raquel. Isso não vai te trazer alívio, só vai piorar as coisas. Me diz o que está acontecendo, por favor.

BELA MÁFIA Onde histórias criam vida. Descubra agora