capítulo 9: A Teia de Controle

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Raquel Martinez

Enquanto observava Valentina e Pablo conversarem na sala, uma sensação de desconforto tomou conta de mim.

Atravessei a sala com passos firmes,  meu olhar  gelado  e  incisivo.  Encarei  os  dois  esparramados no sofá,  os rostos  vermelhos  de  tanto  rir,  as lágrimas  escorrendo pelo canto  dos  olhos.

Raquel:  ̶-̶  O que está acontecendo aqui? - Minha voz ecoou pela sala. - Pablo, o que faz aqui?

Pablo  se  recompôs  rapidamente,  limpando  as  lágrimas  com  o  dorso  da  mão.  Valentina  ainda  tentava  recuperar  o  fôlego,  as  bochechas  coradas,  os  olhos  brilhando  de  uma  alegria.

Pablo:  ̶-̶  Vim atrás de você, maninha. Por que não me disse que a garota que você tinha sequestrado era tão legal assim?

Eu franzi a testa meu olhar se tornou ainda mais frio. Eu não queria que Pablo se envolvesse nessa situação.

Raquel:  ̶-̶  Isso não é da sua conta. Bom, estou aqui. você quer?

Pablo:  ̶-̶  Avisar que Shō está tentando trazer as porcarias dele pra cidade. Dessa vez, mandou o querido filho fazer o trabalho, e vamos dizer que ele não é nem um pouco inteligente. - Ele me entregou o  celular com a localização do possível  descarregamento.

Shō, um dos chefes do tráfico na região, sempre fomos inimigos, ele nunca tinha se aventurado tão perto da minha zona.

Raquel:  ̶-̶  Ótimo, Cuidem disso, agora pode ir.

Pablo:  ̶-̶  Você é muito chata, deveria ter umas aulas de simpática com Valentina - Murmurou seguindo até a porta - Tchau pequena flor, nos vemos em breve. E por favor, esteja viva - disse a Valentina.

As palavras de Pablo ecoavam em meus ouvidos enquanto ele saía pela porta. Meu olhar voltou-se para Valentina, que encolheu-se encarando o chão inquieta.

Raquel:  ̶-̶  Sobre o que estavam conversando? - Minha voz soou firme e autoritária.

Valentina:  ̶-̶  Nada importante. - Ela  respondeu em um tom seco, evitando o meu contato visual.

Raquel:  ̶-̶  Se não é nada importante, por que você não me conta? Eu exijo saber o que estavam falando. - Minha voz tremeu ligeiramente, a  raiva começando a ferver em meu interior.

Valentina:  ̶-̶  Estávamos apenas conversando. Já disse que não foi nada importante. - Ela respondeu, a  voz quase inaudível.

Raquel:   ̶-̶  Quem você pensa que é pra falar assim comigo? - Eu cerrei  os punhos, os meus dedos ficam brancos de tanta força.

Valentina:  ̶-̶  Alguém com muito mais caráter do que você. - A voz firme, os  olhos brilhando de uma coragem inesperada.

Aquela resposta foi uma faísca no meio da tempestade. A raiva que fermentava em mim explodiu  com  a força de um vulcão. Avancei em  direção a Valentina.

Ela se levantou com os lábios  tremendo, os olhos cheios de medo e  desespero. Correu em direção à escada, subindo rapidamente. Ouvi  o som da porta se fechando com força, indicando que ela havia se  trancado no quarto.

Raquel:  ̶-̶  Apenas espere até eu abrir essa porta. - Minha voz era um tom de ameaça.

Como é possível que uma garota seja tão rebelde assim? Que tipo de educação os pais dessa menina deram a ela? Não a ensinaram como se deve tratar e respeitar uma chefe da Máfia? Mas que inferno.

A voz suave de Angelina, interrompeu meus pensamentos.

Angelina:  ̶-̶  Senhora? - Um tom tímido e hesitante.

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