Capítulo 3: Um Casamento Forçado

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Raquel Martinez

Eu observo Valentina através das câmeras de segurança, com um sorriso de satisfação nos lábios. Ela ainda não está adaptada à nova realidade e normalmente apresenta resistências iniciais. Não me importo com isso, afinal, sempre fui uma mulher determinada e acostumada a ter controle sobre tudo e todos ao meu redor.

Valentina esfregava as mãos no rosto, as lágrimas escorriam sem controle. Senti um aperto no peito, uma pontada de culpa. Não queria machucá-la. Só queria... Protegê-la.

Ela é um desafio e não se rende fácil, "eu gosto". Seu pai pode ter vendido sua lealdade, mas é a determinação de Valentina em proteger sua família que me intriga e me faz acreditar que ela pode ser útil.

Meus dedos tamborilam sobre o braço da poltrona, enquanto meus pensamentos correm como um rio turbulento. Tenho grandes planos para Valentina e tenho certeza de que ela será uma peça valiosa.

Assim que a calma volta e Valentina finalmente parece ter se rendido ao sono, eu desligo as câmeras, decidi dar privacidade para ela.

Me sento no sofá, enquanto analiso o tabuleiro de xadrez que está sobre a mesa de centro. Observo as peças, pensando em que farei. Enquanto estou distraída observando o tabuleiro de xadrez. De repente, a porta se abre e Angelina entra, sua expressão hesitante.

Angelina: ̶-̶ Senhora? - Ela disse, com uma voz quase imperceptível.

Raquel: ̶-̶ Oi Angelina, o que você está fazendo acordada a essa hora? - Perguntei, com um tom de voz calmo, e olhei para relógio em meu pulso. É quase uma da manhã.

Angelina: ̶-̶ Eu ouvi o barulho e vim ver se a Senhora precisa de alguma coisa.

Raquel: ̶-̶ Não, eu estou sem fome... Aliás, pegue algumas daquelas roupas que eram para doação e leve para o quarto três - Entrego a chave para ela.

Angelina pega as chaves da minha mão e sobe as escadas, seus passos leves, quase silenciosos.

Eu me levantei, fui até uma mesa, peguei uma garrafa de whisky, abri, coloquei em um copo e bebi. O líquido quente escorreu pela minha garganta, me aquecendo por dentro e me acalmando.

Angelina voltou alguns minutos depois.

Angelina: ̶-̶ Senhora? - Angelina volta, sua expressão preocupada.

Raquel: ̶-̶ Oi, Angelina? - Falo sem tirar os olhos do tabuleiro.

Angelina: ̶-̶ Tem uma moça lá no quarto. - Ela disse, com a voz trêmula.

Olho para Angelina, um sorriso se formando em meus lábios.

Raquel: ̶-̶ Eu sei, é a nova moradora desta casa. - respondo, com a voz calma.

Angelina: ̶-̶ Por que ela está dormindo no chão? - Pergunta, sua voz quase um sussurro.

Raquel: ̶-̶ Não sei! Ela ainda está se acostumando. Ela se chama Valentina Gonzalez e é proibida de sair daquele quarto sem a minha permissão. - Eu disse, com um tom de voz frio e ameaçador.

Angelina: ̶-̶ Sim, senhora - assente, sua postura um pouco curvada. e me entrega a chave de volta.

Raquel: ̶-̶ Pode voltar a dormir, eu já estou indo também. - Falo, minha voz suave, mas autoritária.

Angelina: ̶-̶ Boa noite. - Respondeu, saindo da sala.

Termino a bebida que está em minhas mãos, o gosto do whisky me acalma e me dá uma sensação de controle, volto para o meu quarto.

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