17 Histórias mal contadas

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~ Violet Claire~

— Para de olhar essas coisas. - falou arrancando o celular da minha mão, quase o derrubando no chão.

— Desgraçado....aquele desgraçado. - murmuro.

— Vi, logo as pessoas esquecem isso e quando lançarmos a música... todos vão gostar tanto que vão esquecer isso. - se embola, como uma mãe buscando palavras positivas para o filho.

— Esquecer?! As pessoas nunca vão esquecer! Sempre que eu fizer algo, sempre que não gostarem de algo vão trazer isso a tona! Sempre!. Não dá para falar que vão esquecer quando o projeto for lançado porque nem sabemos se vai ser lançado! Bruno pode desistir de tudo por não querer atrelar sua imagem a mim! E eu não o culparia se fizesse isso. - esbravejo, soltando fumaça pelas ventas.

— Não Vi! Bruno nunca faria isso! - disse passando as mãos nas pernas nervosa.

— Como pode falar que não? Ele pode acreditar nas mentiras! - digo, logo travo. Não, eu não acho que ele acredita... se acreditasse.... Se acreditasse não tomaria iniciativa no trabalho.

— Nem você acredita nisso. - diz andando de um lado para o outro pelo quarto. — Eu vou entrar em contato com a assessoria dele, explicar a situação e perguntar o que eles acham, por enquanto, se acalme! - diz e sai.

Porra mais que merda.

Ignoro as mensagens gritando no meu celular, entro no banheiro de vejo minha maquiagem borrada. Meu rímel derretido, minha aparência. Ela já foi alvo de críticas quando a bomba estourou, quando eu me tornei a pessoa mais infiel do país. Todos falavam que eu era horrível, que ele fez um favor em ficar comigo, que como ele pode me escolher com tantas mulheres bonitas por aí. As pessoas me esfaquearam por todo o corpo.

Tiro a roupa e entro no chuveiro, deixando a água bem quente cair sobre minha cabeça.


                                 (...)

Desligo o telefone, olho para o relógio e vi que fiquei horas falando com minha mãe, a atualizando de tudo, de como eu sinto saudade. A barra de notificações me mostra uma nova mensagem. Bruno. Não só uma. Várias. Abro para ver as inúmeras mensagens.

— Violet, recebi o comunicado de Dylan sobre sua mensagem. Você está louca? Não, claro que não. Cacete, essa situação toda é uma merda mas, não devíamos dar o que temos eles querem. - termina o áudio. Sinto vontade de chorar.

Agora Peter me acha uma fraca, eu sou, mas não queria que ele visse.

— Escuta... Tem muita gente que adorou a ideia da nossa música, muita gente mesmo. Estão ansiosos, loucos, vamos entregar a eles o nosso melhor. Que se fodam os haters Vi. Vamos fazer isso por eles, por quem gosta de nos ouvir, vamos fazer isso por nós. - fala.

Estremeço.

—Se você topar, podemos dar uma voltinha sem avisar de novo. - diz rindo. Sorrio.

Acho que Bruno se tornou um amigo de verdade. Batuco os dedos pelo celular um pouco, pensando. Estou jogada na cama, cabelo em pé, cara amassada, com o rosto inchado, levanto. Prendo meu cabelo em um coque, estou horrível. Penso em falar não, pego o celular de novo e vejo uma foto de Bruno fazendo careta.

"Estou trocando de roupa". Coloco um conjunto moletom qualquer, tênis. Não passo nada no rosto.

"A caminho"

Penso bem, isso pode ser perigoso. Pego um óculos enorme e coloco, mesmo noite. Desço, claro que o segurança me encara, ele sabe minha agenda, sabe que eu não devia sair, ainda mais agora.

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