12 Alcool no sangue

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Violet Claire

Para comemorar o começo de um novo projeto nós brindamos com whisky, vejo Bruno rir da minha careta quando sinto o líquido amarelo descer pela minha garganta. Cacete porque isso é tão ruim ?. Nos sentamos novamente nos sofás de couro preto enquanto nossas assessorias foram resolver a parte chata.

— Pela sua cara não parece ter curtido a bebida - diz ele encarando a taça e apoiando a mão na perna.

— Eu curto algumas bebidas, mas essa com certeza não. - digo sentando em meus pés e entregando-lhe a minha taça.

Vejo o rir e bebericar o líquido de minha taça também, acho engraçado como ele parece apreciar o gosto, enquanto eu quase vomitei isso no chão.

— Poderiamos ir em um bar, aí você bebe o que gosta e a gente conversa um pouco mais, é engraçado conversar com você pessoalmente. - ele ajeita os óculos e me encara entre eles.

Viro um pouco a cabeça como um cachorro e não entendo o que ele quis dizer, então logo Bruno ri e tenta explicar.

— Tipo... você parece mais tímida pessoalmente. - diz e sorrio para baixo.

— Talvez eu seja, ou só esteja assim por estar perto de um dos meus maiores inimigos, não é? - digo nostálgica, lembrando de tudo que nos levou aqui.

Mars coloca as taças na mesa de centro e se senta de frente para mim.

— Ah claro, me esqueci que somos arqui inimigos, como será que as pessoas vão reagir com isso? - questiona pensativo.

— Talvez elas gostem, ou talvez só me xinguem mais ainda. - eu estou acostumada com xingamentos na internet.

Vejo que algo passa repentinamente pelo seu rosto, algo desnorteado e desolado. Seus olhos encontram os meus  e agora sua feição condiz com outra coisa, talvez eu tenha falado algo que ele não gostou.

— Olha me sinto mal de verdade por isso, eu não sei porque aquilo começou e- percebo então, dou um leve chute em sua perna para ele pare de falar e o mesmo parece assustado.

— Porra... já conversamos sobre isso, sem clima chato hoje vai - digo rindo e me inclinando para colocar mais uísque na minha taça.

Encho na verdade as duas e o entrego, viro de uma vez para evitar o gosto, a única coisa boa que isso aqui traz é o efeito. Bruno ri parecendo ainda mais assustado mas bebe igualmente, deixo o copo de lado e alinho os pensamentos.

— Porra você tem razão, precisamos sair para beber algo decente - concordo e o mesmo parece ofendido colocando a mão no peito e tirando os óculos coloridos da face.

— Não é porque seu gosto é ruim que isso aqui não seja decente! - rebate indignado

                                       (...)

Já no hotel, deitada mexendo no celular vejo que Olívia me mandou inúmeras mensagens de uma vez só, abro para ver o que é e são notícias com fotos minha e do Bruno em frente a gravadora se despedindo. Puta merda como eles conseguem isso tão rápido ?

Abro as redes sociais e vejo os comentários criando várias teorias diferentes, não sei se isso é bom, acabou que descobriram antes da hora, mas podemos falar que não é nada demais, eu não sei. Tiro print e envio para Bruno, ele não demora para responder ." Pelo visto descobriram nosso disfarce" sorrio sem entender muito bem e o respondo "Mas e agora? Descobriram antes do tempo que estamos trabalhando juntos" envio.

Dessa vez as barrinhas azuis ganham cor imediatamente mas sua resposta não é tão rápida quanto elas. Batuco os dedos na capinha do celular até ouvir a nova notificação. "Podemos desmentir? Ou podemos não responder" penso, não acho que isso deixaria a mídia confortável. "Vamos ficar no silêncio por enquanto" disse.

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