28 Our Last seal

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Violet Claire

Cantamos tanto que minha garganta está um pouco rouca. Ainda estamos parados olhando para a praia, o barulho do mar agora está mais alto que pelo som do carro estar desligado. Apenas o silêncio entre nós, olho para Bruno que parece estar confortável e relaxado vendo a água quebrando na beirada.

Olho para o relógio e puta merda, já está de noite mas puta merda! Está tarde.

— Acho melhor voltarmos, tá' tarde para caramba. - quebro o silêncio, recebendo os olhos grandes do mesmo para mim.

— Se não seremos decapitados. - completou brincando e liga o carro para irmos embora.

Fico pensando nas palavras de Bruno um pouco e no seu flerte claro. Deus. Talvez tenhamos deixado essa amizade com cores demais. Talvez ou com certeza ?

Volto a prestar atenção no que ele fala.

— No que tá pensando? - me tira dos meus pensamentos.

— Em como você é atacante. - me arrependo um pouco quando falo por ter sem querer deixado claro que estava pensando em nós.

O mesmo passa a língua pelo lábio inferior rindo, aproveitando a virada para olhar para mim.

— Eu? Não... sou tímido. - diz rindo, até parece. Nem ele acredita nisso.

Tímido? Imagina se não fosse.

— Imagina se não fosse. - comento baixinho mas para a minha sorte ele escuta.

O mesmo estala a língua com desprezo e me olha de canto. Bruno dirigi até a porta do meu hotel e resmungo ao olhar para a porta. Porra, tem mais de 6 seguranças rondando a recepção do hotel, meus seguranças.

— Parece que você está um pouquinho encrencada. - tira sarro.

— Não estou, você está. Vou falar que um baixinho tímido jogou todo o charme dele para cima de mim e me sequestrou. - explico e na mesma hora Peter passa a mão pelos cachos e olha para mim como um cachorrinho.

Sinto vontade de passar a mão pelo seu cabelo, que parece sempre ser muito macio, mas contenho minha mão.

— Poderia apenas tirar a minha estatura e caprichar mais nos elogios, o que acha ? - mais manda do que pede.

— Posso acrescentar que ele tem pulmão preto? - provoco.

ele revira os olhos para mim e fica em silêncio como se buscasse alguma forma de me atacar de volta.

— Não vão acreditar em você, é você quem está cheirando a bebida. - acrescenta me olhando de cima a baixo com deboche.

— Foi você que me embebedou. - dou um tapa em sua perna pela cara de pau de tentar incriminar a vítima.

— Eu impedi isso, fora que sua equipe sabe bem como você é. - abro a boca indignada.

Eu não sou nenhuma cachaceira.

— Melhor eu ir antes que a gente se mate aqui dentro. - falo mas não me movo, sem coragem de sair do carro e ouvir todo o discurso de como ficaram preocupados.

Sei que é egoista pensar assim porque eu sumi de repente e fiquei horas sem avisar onde estava, é normal que fiquem preocupados. Mas como eu disse, eu fui sequestrada, não tenho culpa alguma.

— Acho que vou alugar um quarto no seu hotel só para não ter que entrar. - falo olhando pela janela os movimentos dentro do prédio.

Ouço um sussurro quase parecido com um "eu não reclamaria" ou algo do tipo falando de quarto. Fico surpresa em como ele fala essas coisas sem menor pudor. Respiro fundo e olho bem para Bruno antes de sair do carro.

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