16 Historias passadas.

305 24 0
                                    


~ Violet Claire ~

Que merda. As pessoas lá foram não param de berrar e até agora nada dos seguranças ou Olívia voltarem,Bruno apenas anda em círculos e não me responde, só limitou minha chegada ate a janela. Não consigo entende o que dizem, apenas gritos.

Ouço Bruno murmurar algo quase inaudível para si mesmo.
No mesmo instante Dylan volta assustado com Olívia.

— Temos que ir, tem mais gente chegando. - falou o assessor para o havaiano, agora ambos parecem assustados.

— 4 vans vão sair, então não saberiam onde vocês estão. - falou Olívia. Vieram disseminar o ódio pessoalmente, é claro.

Agora é minha vez de cavar buracos no chão.

— O que estão dizendo? - chamo atenção dos olhos presentes na sala, Olívia hesita... seus lábios tremem antes de começar a falar, se é que ela consegue pois apenas ar quente sai.

Percebe o sua trava, Dylan começa:

— Nada importante, vocês vão sair pela porta dos fundos... as vans já estão esperando. - afirma se aproximado de Olívia e a lembrando de respirar. — Vamos. - chama indo na frente e minha produtora indica a porta à frente com o queixo para mim.

Bruno os acompanha e aproveito os segundos sozinha para finalmente ir à janela, puxo as persianas vendo os cartazes e podendo ler os lábios. Vadia. Interesseira. Deixe nosso Bruno em paz. Volte do esgoto onde saiu.

Vadia. Vadia. Vadia. Não me surpreendo. Não é a primeira vez.

Já fui atacada em shows, vaiada, tudo por culpa de uma certa pessoa que entrou em minha vida para destruir cada célula do meu corpo, mas agora... parece que as pessoas voltaram a me odiar, as pessoas que acreditaram na sua versão agora acham que eu sou a pior pessoa do mundo. Sinto uma mão se fechar de leve no meu pulso e subo o olhar, vendo os olhos de Bruno sem a proteção dos óculos.

Sua cabeça faz um não rápido antes de me puxar para fora da sala. Corremos por um corredor extenso até chegar do lado de fora, onde agora estamos expostos. Vejo pessoas correndo em nossa direção, sou empurrada pare dentro do carro e vejo Mars sendo também empurrado para outro.Saímos rápido dali, ouço os xingamentos claros e pessoas com algumas pedras na mão para atirar no veículo. Não são muitas pessoas, mas o suficiente.

O rosto assustado de Olívia me encara, os olhos de jabuticaba dobram de tamanho. Sinto meus olhos começam a marejar mas não deixo uma lágrima cair, abro meu celular vendo as novas notícias bombarem nas redes sociais. É como se uma guerra virtual acontecesse, pessoas se xingando, um lado de defendendo do ódio que jogam em mim. Sinto vontade de chorar, mas não permito meus olhos derramarem uma lágrima.

Bato com força na porta do carro, fazendo um barulho alto romper o silêncio que agora se formava. Olívia me encara, assustada talvez, chateada, não sei.

—Ah, Vi- diz se aproximando um pouco, tentando pegar na minha mão. Não a respondo, apenas deixo que prossiga.

Por que? Por que de repente as pessoas começaram a me odiar tanto novamente? Não deveriam estar felizes pela parceria?

— Aquilo é uma minoria, muita gente ficou maluca quando soube. - disse rindo, pegando o próprio celular.

— Uma minoria aqui, na internet tem uma guerra acontecendo. - digo.

Insistente ela me mostra inúmeras mensagens, abre os directs da minha conta e mostra as mensagens de apoio e carinho das pessoas.

É reconfortante saber que nem todo mundo te odeia.

                                  (...)

Sentada, me permito chorar um pouco. As pessoas sabem do novo projeto juntos, estão irritadas e disseminando ódio na internet. Porra. Eu nem sei se vamos continuar com a música agora, não sei mais de nada. Não culparei se Peter não quisesse seguir com a parceria, não o culpo por não querer uma pessoa ruim do seu lado. Bem agora! Tínhamos tantos planos, tantos.

Íamos começar a pensar nos clipes e nas gravações, era para todo ser uma surpresa boa. Me acham interesseira, assim como me achavam antes, achei que tinha conseguido limpar a fama suja que certo infeliz me deixou. Eu nunca fiz nada, e ainda assim sempre saio como errada. Eu tinha conseguido! Tinha conseguido mostrar a verdade para as pessoas, mas é claro que é impossível fazer tanta gente acreditar, mas porra eu tinha conseguido!.

Meu celular vibra, vejo notificações de páginas chegando. Me chamando de mentirosa, interesseira, que sempre acreditaram que eu era uma manipuladora. É incrível como as pessoas acreditam nas coisas que não sabem, e conseguem convencer o resto de uma mentira.

Puta que pariu.

Posts bombardeando minhas últimas fotos e directs. Penso. Quero abrir a câmera e xingar o filho da puta que destruiu minha carreira no passado, e que sempre volta para me destruir quando consigo me reerguer. Sempre trazendo essa história ridícula a tona. Quero xingar as pessoas que me xingam, quero que acreditem na verdade cacete! Quando clico na câmera, a porta do meu quarto se abre e Olívia arranca o celular da minha mão.

Em cima dos palcos Onde histórias criam vida. Descubra agora