~ Violet Claire~
Paramos no beco, o homem já não nos seguia mais. Não há sinal algum que alguém atrás de nós. Tento não martelar minha cabeça pensando no caos que seria se alguém tivesse nos visto, a mídia ia pirar. Agradeço a Deus quando me encosto na parede e vejo Bruno olhar para os lados antes de se encostar na parede à minha frente.
Tento segurar a risada vendo suas sobrancelhas juntas de nervoso, explodo ao ver a cara de pavor no rosto de Mars. Sem me entender ele me encara como se perguntasse do que estou rindo.
— Puta merda. - bato palmas me curvando e gargalhando.
— Ei, shiu. - disse se aproximando e fazendo que eu me cale. Novamente ele olha para os lados e se estica para tentar ver mais longe.
Está próximo, o beco é apertado. Deus. Tento respirar o vendo tão próximo. Consegui sentir seu perfume caro misturado com algo forte, cheiro de fumaça, franzo a sobrancelha. Seus olhos fixam em mim e ele engole seco, sem desviar o olhar. Deus. Que caralhos está acontecendo.
É como se uma força maior me puxasse em sua direção, como se um fio atravessasse meu corpo e o de Bruno e me puxasse em sua direção, fazendo eu sentir seu peito colocado ao meu, fazendo sua mão descansar a minha volta. Sinto seus braços se fecharem na minha cintura e subirem pelas costas, passo meu braço por cima de seus ombros sem saber muito bem o que estou fazendo. Cacete, isso com certeza é errado.
Sua respiração beija meus lábios antes dos dele encostarem em mim. Uma tensão estranhamente boa pesa no ar dificultando a respiração, sinto os dedos de Bruno passearem pelas minhas costas e me puxarem para mais e mais perto. Aos poucos seus olhos e por algum motivo os meus também. Sua boca encontra a minha, meus pulmões perdem a função, minhas mãos param de tremer, é como se meu corpo parece de funcionar por um momento.
Sua língua pede passagem, quando menos percebo lhe dou permissão para invadir cada canto da minha boca. Desenho em seus pescoço com as unhas e sinto sua pele se arrepiar. Meus pensamentos se embolam cada vez mais. Porra isso é... bom, até demais. Suas mãos descem para meus quadris e logo sobem novamente para minha cintura. Contorno sua mandíbula com a minha unha e descolocamos nossas bocas buscando por ar.
Encostamos nossas testas sem abrir os olhos. Desacreditada do que acaba de acontecer, tento controlar minha respiração e percebo que Peter tenta fazer o mesmo. Sua boca se abre para falar algo mas apenas o ar sai, batendo em mim novamente. Uma voz alta nos afasta assustados, um homem bebado entra no beco com a cabeça baixa, falando coisas completamente sem nexo. Ele se caminha em nossa direção, o que faz Bruno se aproximar um pouco de novo.
— Você... v-você... gostosa... - a raiva ferve em minhas veias e sinto vontade de arrancar seu coração com a mão.
Bruno trinca o maxilar.
— Filho da puta. - diz.
— A gente tem que ir, agora. - digo agarrando seu braço para voltarmos ao nosso hotel.
Olhando para o bebado nojento que continua falando coisas obscenas ele não sai do lugar. Puxo novamente sua roupa e outras pessoas passam pelo beco. Abaixamos a cabeça e indico com o queixo para voltarmos.
Depois de mais relutância, fomos embora.
(...)01:01.
Chegamos na porta do hotel, afobados pela caminhada rápida. Um clima constrangedor se forma entre nós, Bruno parece não conseguir falar nada apesar de querer.
— Cacete, já são uma da manhã. - digo e ele apenas concorda sem desviar o olhar. O mesmo pigarreia antes de me responder.
—hm, eu vou indo... - disse passando a mão pelas roupas e finalmente olhando para outro lugar, agora para o chão. — Vi, eu.... Eu... me des- o corto sem nem mesmo perceber.
— Não,não se desculpe. - imponho. É como se as palavras saíssem involuntariamente da minha boca.
Tremo. É como se isso fosse uma confirmação para alguma coisa, que faz Peter sorrir.
—Boa noite Peter. - falo buscando os bolsos do moletom, me xingando internamente por ter escolhido um sem.
Ainda olhando para baixo, ele responde:
— Boa noite Vi. - ele me olha e ficamos ali, sem dar um único passo para nos distanciarmos.
Quero arrancar o Crocs do meu pé para verificar se ele formou raizes no chão. Forçando minhas pernas a voltarem para funcionar, me viro encarando os pés, em direção a portaria.
Mas algo me trava.
Uma mão com relógio dourados e um anel no mindinho, segura meu pulso me fazendo voltar a posição de antes. A mesma boca se encosta na minha, em um selinho demorado, mas uma nova sensação me invade. Uma surpresa boa.
Quando nos descolamos, ele sorri para mim e talvez eu também esteja sorrindo.
— Boa noite Vi. - diz e sai andando, olhando apenas uma vez para trás.
Incrédula, adentro a recepção. Meu segurança se levanta ao me ver e começa a dizer o quão preocupado ficou. Sorrio ouvindo seus relatos até adentrar ao meu quarto.
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Capítulo não revisado.
Espero que estejam gostando, comentem para eu saber o que vocês esperam para os próximos 🌸
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Em cima dos palcos
Fiksi RemajaViolet Claire é uma cantora famosa que faz inúmeros espetáculos pelo mundo. Do outro lado, outro fenômeno da música Bruno Mars, a história de ambos se cruzam e assim uma nova Era nasce.