Em cima dos palcos

27 Bruninho...

Bruno Mars

Eu sei que tudo isso é uma merda, ter tanta gente jogando mais e mais merda em cima de você é uma merda. Violet sofreu muitos traumas, eu também já sofri muito com o ódio  na internet até que aprendi a não me importar. É difícil. É difícil para caralho ignorar, até porque elas estão ali falando de você o tempo inteiro. Tento evitar postar sobre minha vida privada, faço o máximo para manter a privacidade mas sempre vão falar.

Cancelar o contrato é uma das coisas que nunca cogitei fazer, abandonar tudo é o que não faz sentido.

— Olívia deve estar surtando. - acho a relação delas admirável, por mas que sempre parece que Olívia é a mãe de Vi.

— Quando se conheceram ? - não seguro a curiosidade.

Violet ri parecendo nostálgica, um sorriso pequeno mais sincero. Sinto falta da sua risada alta e escandalosa, talvez até demais.

— Lá no começo, eu estava me lançando na música e Olívia era assessora  da Madison. Eu abria os shows dela e ela me patrocinava quando eu estava começando, Olívia foi transferida para ser minha assessora. Ela me ajudou muito e ajuda, acho que foi uma das pessoas que mais esteve do meu lado. Madison dizia que confiava muito em Olívia e que ela seria a melhor assessora para mim. E realmente ela é. - pausa rindo mais.

Cacete, Claire tem um sorriso muito bonito.

— Tentam passar a perna em você, te roubar, tirar seus direitos das parcerias... muita coisa. Ela e minha equipe sempre se desdobraram para conseguir resolver tudo. Madison é muito especial para mim, ela foi um suporte enorme - diz voltando a me encarar.

Sim, acho que todos que trabalham com isso sabem como é.  Percebo quando Vi tira os óculos e aperta os olhos, acho que vir para um bar não foi a melhor das escolhas. Eu estava um pouco desesperado para sair de lá e não pensei direito. 

Bebo o último gole e vejo seu copo também vazio.

— Já chega de beber. - digo e ela concorda com a cabeça, um pouco tonta levanta e se segura na cadeira.

Não seguro a risada e vejo sua expressão irritada mas logo um sorriso frouxo sai. Caminho na sua frente vendo Vi esbarrar em algumas cadeiras mas logo voltar a andar novamente. Quando estou prestes a pagar sinto uma mão gelada no meu braço e encontro os óculos escuros brutos na minha frente. Ela começa a mexer nos bolsos procurando alguma coisa e reviro os olhos.

— Foque em não esbarrar mais em ninguém. - digo após pagar e a guio até a porta para que não mate ninguém no caminho.

— Beber sentada da tontura, já estou melhor. Não bebi tanto. - falou e agora realmente parece que sua cabeça parou de rodar.

Deixo-a em seu lugar e corro para o meu, percebo alguns olhares de dentro do bar para o carro preto mas ignoro. Relaxo no banco rindo da situação e me assusto quando levo tapinhas na perna:

— Espera... você não pode dirigir, você bebeu. - falou se desarrumando e se livrando do lenço que deixou seu cabelo um pouco bagunçado.

— Eu não bebi nada alcoólico - explico e recebo como resposta suas sobrancelhas juntas em confusão. — Não sou você - brinco.

A morena fingi arrumar o cabelo para dar o dedo do meio para mim. Abafo a risada e volto a dirigir. No meio do caminho conversamos sobre as coisas mais idiotas do universo. Violet parece esquecer pelo menos por enquanto da realidade, tirando os sapatos e relaxando um pouco. Acho que só depois de um tempo ela percebe que não estamos voltando para a gravadora ou o hotel.