CAPÍTULO 40

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Há alguns anos atrás

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Há alguns anos atrás...

— Porra, Carter! Acelera essa moto! — grito, batendo no capacete dele, o desespero pulsando em cada palavra.

Eu deveria ter impedido isso.

Eu deveria ter feito ela me ouvir lá em Serenity Peak.

Se eu tivesse dito a verdade, ela não estaria em perigo agora.

Se eu tivesse feito escolhas diferentes, tudo seria mais fácil.

Demoramos quinze minutos.

Exatos quinze minutos para Lucas estacionar a moto de qualquer jeito na frente do apartamento e corrermos para as escadas. O elevador seria lento demais. Saltamos três degraus de cada vez, movidos por pura adrenalina.

O porteiro grita atrás de nós, mas ignoro. Apenas grito de volta que sou o namorado da Emily, que meu nome está naquele maldito documento de passagem.

Trinta segundos para subir cinco andares. Dez lances de escadas. Cada segundo contado nas batidas desesperadas do meu coração.

A falta de ar não importa. A adrenalina é o único combustível.

Empurro a porta do apartamento com força, o som ecoando no vazio perturbador da sala. A cozinha está deserta, como se o ambiente estivesse segurando o fôlego. O silêncio é sufocante, quebrado apenas pelos nossos passos.

— Eles devem estar no quarto! — Lucas murmura, a urgência na voz refletindo o desespero. Corro atrás dele, mas algo no ar me faz hesitar por um segundo. Quando ele abre a porta, tudo dentro de mim congela.

Diogo está em cima dela, as mãos cerradas ao redor do pescoço de Emily. A visão me atinge como um soco. Ela está ferida, o rosto desfigurado por inchaços e cortes. O sangue mancha sua pele, um contraste cruel com a lembrança dos seus sorrisos. Ela está seminu, o moletom pendendo sobre o corpo, expondo a intimidade que deveria ser protegida, não violada. O horror da cena me arrasta para um abismo de culpa e impotência.

Por favor, não. Eu prometi a ela. Jurei que ele nunca mais a tocaria. Prometi que a protegeria a todo custo.

Em algum momento, Lucas tira Diogo de cima dela. Deveria estar agradecido, mas a paralisia me impede de agir, como se eu estivesse preso em um pesadelo.

— Emily! Acorda! Não deixe ele vencer! — Lucas grita, enquanto finalmente me mexo. — Lute, caralho!

Ela está respirando! Ela está respirando!

O peso insuportável nos meus ombros se alivia por um segundo, e eu caio de joelhos ao lado dela, lágrimas ardendo nos olhos, caindo sem controle.

— Emily... amor... fica comigo, entendeu? Acorda. Não fecha os olhos. Olha pra mim... — sussurro, minhas mãos trêmulas afastando os fios de cabelo manchados de sangue do rosto dela.

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