CAPÍTULO 43

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02/08/2024SERENITY PEARK, EUA

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02/08/2024
SERENITY PEARK, EUA

— Jackson...?

É inevitável que minhas pálpebras pesem ao ouvir o som da sua voz baixa e receosa ao me chamar.

Elas pesam pelas lágrimas que tento segurar, pressionando minha língua contra o céu da boca e fechando as mãos em punho ao lado do meu corpo.

Pesam pelas memórias de seu corpo jogado ao chão.

Pesam pelos gritos dos socorristas naquela maldita ambulância.

Ela está em ritmo não chocável! Administre sessenta miligramas de lidocaína!”

Pesam pela lembrança de quanto tempo eles esperaram o aparelho registrar um ritmo para poderem aplicar o choque.

Pesam pela vontade imensa de virar as costas, me trancar no quarto e não sair mais, como se eu voltasse a ter doze anos e tivesse brigado com meus pais pela primeira vez.

Pesam pelo desejo de beijar sua boca mais uma vez.

De sentir o cheiro de seus cabelos, agora loiros.

De provar o gosto da champanhe que ela bebe.

De beijar seu pescoço e sentir sua pulsação contra meus lábios.

De saber se seu corpo ainda reage da mesma forma que antigamente.

Queria saber se ela sentiu tanta falta quanto eu.

Mas eu não posso.

Nem sequer posso pensar nisso, porque a resposta é óbvia.

Emily está aqui, sim, mas não por mim.

Emily está aqui e tem uma filha, com quem sabe quem.

— Emily. — Tiro forças do fundo da alma para assentir em sua direção.

Sinto os olhares de todos sobre nós, inclusive os de Sarah e Lucas, que conversam com alguém mais afastado.

— Titio, titio! Senta com a gente! — Olho para baixo e vejo os olhos verdes da garotinha que corre até a mãe. Emily afasta a cadeira e a coloca no colo. — Mamãe, convida o príncipe Jack para sentar! — Emily dá um sorrisinho sem graça para a filha, e eu observo cada movimento seu.

Suas bochechas levemente rosadas, seus olhos com uma fina camada de lágrimas, seu sorriso tímido.

— Já tem lugar? — Ela me pergunta de novo, e eu apenas nego. Não consigo juntar as letras, formar sílabas, muito menos frases. — Se quiser, pode sentar com a gente. Ainda tem um lugar vago na mesa. — Ela sorri.

Ela sorri.

Porra, não me fode, Emily.

Não faça isso comigo.

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