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O tempo passa muito devagar aqui em cima, quase parando, principalmente porque está perto do meio-dia. Não vi mais o Matteo pelas horas seguintes desde que aconteceu aquilo.

O tédio está me cansando, já não consigo mais ficar acordada, então acabo reclinando um pouco a poltrona e me acomodando melhor. Não iria para o quarto sabendo que ele está lá.

Meus olhos vão ficando e pesados fechando devagar até eu cair em um sono muito profundo.

Sinto o meu corpo ser levantado de onde quer que seja e carregado, não consigo abrir direito os meus olhos pois o cansaço está me consumindo.

Encosto a minha cabeça mais confortável no peitoral de quem está me carregando e reconheço ser o Matteo, mas meus olhos não abrem e não tenho força para protestar de tanto sono.

Sinto o meu corpo ser colocado em um banco que supus ser de um carro e o cinto ser colocado em mim, só me acomodo novamente e recosto a minha cabeça no banco e caio novamente no sono do qual nunca saí.

Acordo um tempo depois e observo que o carro está em movimento. Viro para o meu lado esquerdo e vejo Matteo com os olhos vidrados na estrada, seu rosto estava relaxado, uma das poucas vezes que o vi relaxado foi no dia em que vi ele dormindo, ou pelo menos achei que estivesse dormindo.

— Até que enfim a bela adormecida resolveu acordar. —  ele fala sem tirar os olhos da estrada.

— Eu... onde estamos? — falo com a voz baixa por ter acordado recentemente.

— Estamos passando pelo Mount Etna, vamos para Taormina. — ele fala e um sorriso involuntário se faz nos meus lábios.

— Vou poder ver a minha mãe?

— Irei pensar no seu caso. Agora volte a dormir, ainda faltam 30 minutos para chegarmos lá.

Não respondo a sua farpa e viro o meu rosto em direção a estrada, olhando a paisagem que passava aos meus olhos, era realmente divina, a mia Itália.

Chegamos em Taormina e a sensação ruim me invade imediatamente, a forma como saí daqui me assombra até hoje pelo fato de como fui encontrada.

Enquanto o carro vai passando pelas ruas, vou relembrando tudo do ambiente que a mais de um mês não via. Chegamos na Villa Marieda, era mais afastada do centro, lembro que só vim aqui uma vez, eu era bem mais nova, devia ter uns doze anos.

As casas são bem poucas se comparadas ao meu bairro, Spiaggia, e são bem bonitas, a arquitetura rústica lembra castelos, o carro vai passando até só ter árvores e uma rua de pedra pela frente, mais um minuto chegamos em uma casa que realmente parecia um castelo. Uau!

O portão da casa se abre automaticamente e o carro adentra aquele lugar que tinha uma aura impressionante, mas um ar sombrio inigualável.

— Desça! Chegamos! — Matteo fala assim que estaciona em frente à porta de madeira antiga da casa.

Tiro o meu cinto, abro a porta e vejo a minha cunhada, irmã do Matteo, sair pela porta, Martina vem caminhando até nós e abre os braços para me abraçar. Faço o mesmo.

— Há quanto tempo não te vejo Natalie, como está? — se afasta perguntando, e me dá um sorriso.

— O que porra você tá fazendo na minha casa Martina? — Matteo vem até nós e pergunta bravo.

— Por favor não brigue comigo, você sabe que odeio ficar no mesmo ambiente que nostro papa. — Martina pede segurando a mão do irmão que não muda em momento nenhum a sua feição dura.

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