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Seus lábios começaram a se mover com voracidade e intensidade, eu nunca tinha beijado daquela forma, e eu estava tão inerte a tudo, ainda não havia caído a ficha que eu era casada com esse ser humano que estava em cima de mim.

Ele parou de me beijar quando percebeu que eu não consegui acompanhar seus movimentos. Seu olhar penetrou o meu como se mil facas entrassem na minha alma, seus olhos estavam gélidos, mas havia algo a mais neles, mas eu não sabia dizer o que era.

Sua camisa estava um pouco aberta, me permitindo ver mais um pouco das tatuagens que começavam no seu pescoço e iam descendo por todo o seu corpo, o seu peitoral pelo pouco que eu pude ver, era coberto por elas, e bem definido. Para, Natalie, que droga você fumou?

— Sai de cima de mim, com esse cheiro de bebida e perfume barato! — falo me remexendo embaixo dele, mas sem sucesso para conseguir sair.

— Não irei sair, você é minha mulher e é a sua função me satisfazer. — diz com a voz mais firme.

— Sou sua mulher contra a minha vontade, então saia de cima de mim, Matteo! — exclamo tentando novamente sair do seu aperto.

Todo o meu esforço de pedir algo é em vão quando vejo que Matteo não está processando nada que lhe digo, e ainda está com aquele maldito sorriso que só ele tem.
Reunindo o pingo de força que me resta, consigo jogar ele pro lado e me levanto da cama rapidamente, seu olhar ainda um tanto confuso, é mortal.

— Falei pra você sair de cima de mim com esse cheiro horrível. — exclamo novamente e viro de costas indo em direção a porta.

— Volte aqui Natalie! Ou garanto que se eu for te buscar vai ser bem pior. — sua voz sai carregada de desejo, que nojo, mas havia raiva nela também.

— Me poupe dos seus mandados, não vou obedecer coisíssima nenhuma. — falo com a voz já alterada — Como se não bastasse eu ter sido obrigada a me casar com você, ainda tenho que aturar os seus caprichos com essas mulheres fúteis que você conhece. Se você acha que eu vou aturar isso, está muito enganado. Passar bem! — após dizer um terço do que estava entalado na minha garganta, saio do quarto deixando o Matteo em guerra com seus próprios pensamentos.

Quem ele pensava que era, não é porque nós odiamos que eu aceitarei ser tratada como lixo, era só me dar o divórcio e pronto.

Desço até o hall do hotel e me dirijo para uma sala mais reservada, me sento apreciando a paisagem da rua e a movimentação dos carros. Não estava tão intensa tendo em vista que já era de madrugada. Então uma ideia me passou pela cabeça. Matteo chegou e o carro dele está no hotel, então nada melhor do que sair para da uma volta pra espairecer.

Subo novamente e chego de fininho no quarto, dou uma olhada com cautela antes de entrar totalmente, escutei o barulho do chuveiro e isso me tranquilizou. A sua calça é camisa estavam largadas na cama, não foi difícil encontrar a chave da Ferrari. Pego a chave como uma criança que está prestes a fazer uma besteira, ponho um casaco preto e saio correndo do quarto.

Chego no estacionamento do hotel, e lá está, o carro preto brilhoso e inconfundível, tão impotente quanto o dono, reviro os meus olhos só de lembrar do cretino.

Destravo o carro, entro e ajusto o banco, é realmente um carro maravilhoso, não poderia me sentir melhor. Saio então das dependências do hotel e começo a dirigir por uma Paris sem movimentos grandes, a noite está bonita, a luz da lua ilumina a cidade assim como as luz dos postes antigos. Chega a ser uma sensação libertadora.

Fiquei dirigindo por muito tempo e perdi a hora, o sol já despontava no leste, as ruas começavam a se encher e eu ainda não havia voltado para o hotel, o Matteo vai me matar. Que importa, que mate, é até melhor.

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