QUERIDO DIÁRIO... 29.07.2016
Eu nem sei porque eu ainda tenho este diário, mas vi que escrevia várias coisas. Hoje, incrivelmente, estou a escrever de novo e queria entender o porquê eu ainda tenho este diário, sendo que nele, eu desenhei algumas coisas que se alguém ver, eu sei que irá acabar com tudo de mim. De como irá me achar estranha e achar que eu sou doida com tão pouca idade. É anormal uma criança desenhar piratas? Eu amo piratas.
Mas bem, não é esse o motivo que eu procurei este diário.
Faz hoje um ano. Faz hoje um ano que eu simplesmente sinto a maior culpa em cima de mim, sendo que vejo em histórias parecidas pela internet ou notícias e penso se um dia eu conseguirei contar. Bem, pelo menos, eu acho que deixo a entender aqui que faz um ano que algo aconteceu-me.
Tenho catorze anos, sei que ainda sou nova, minha obsessão por piratas, por exemplo, não acabou, mas a minha mãe desconfia que algo aconteceu porque ela já viu, uma vez, um dos meus braços.
Faz um ano desde que comecei a me cortar, pois eu sei que sou culpada. Mesmo que me digam que não. Eu sei que se eu não saísse de casa para ir comprar pão atrasada antes da mãe chegar, eu não chegaria a casa limpando as lágrimas e querendo ir tomar banho o mais rápido possível enquanto ainda estava dominada de pânico pois tinha medo da reação da mãe e do pai, que até então, ainda estavam juntos.
Não posso colocar as coisas sempre com atenção para mim. O pai partiu há seis meses. Partiu para algo bem melhor, um lugar bem melhor, sem nem saber que sua filha sofreu de algo que ele sempre falava que esmurraria um dos homens, mas eu sabia que o pai não duraria muito tempo e já estava em cadeira de rodas. Se ele soubesse, talvez nem acreditasse em mim por conta de muitas vezes brigarmos quando eu digo que também preciso de atenção.
Na verdade, nem precisava de atenção. Só queria o meu pai perto de mim para eu tentar entender o que o outro homem tem de diferente do meu pai mesmo sendo do mesmo sexo. Porque um era tão gentil e o outro mexeu no meu corpo, como se eu fosse um objeto? Porque ele simplesmente me chamou de tudo e mais algo porque eu disse que era uma criança? Porque ele culpou as minhas roupas se eu estava de moletom do pai? Porque... Porque ele me fez aquilo?
Eu sou a culpada, não sou? Eu... eu simplesmente segurei o choro, engoli toda a dor e fui para casa fingindo que não queria me atirar para algo, pois eu sabia o que era aquilo, eu não nasci ontem. Eu sei mais do que as outras meninas porque fui forçada. O que as meninas sempre ficam falando, o que as meninas ficam querendo fazer mais cedo.
Eu sinto nojo delas. Sinto nojo do ser humano. Menos da mãe. Menos do menino que sempre senta comigo quando falto às aulas de educação física porque ele tem ao mesmo tempo que eu, mas ele é mais velho.
Ele também se corta. Ele viu uma vez sangue no meu moletom e me deu o dele, que estava limpo, ficando com o meu, sendo zoado em seguida por ser rosa e meio curto.
Lembro do nome dele, mas nunca mais falei com ele.
Ele se chama Jung Wooyoung e mudou de escola. Aquela escola lá dos maiores, já que ele tem dezasseis anos, mas ele já reprovou, então acho que é por isso que o colocaram mais cedo numa escola para maiores, já que lá tem o meu ano também. Bem, ele era um bom amigo, posso ser sincera, mesmo odiando tudo o que possa se imaginar nos homens, mas eu conheci-o antes, então, meio que... eu achava ele bonito.
Mas faz um ano que odeio qualquer ser humano sem ser os meus pais. Eles eu nunca vou odiar.
Faz um ano que eu tenho nojo de tudo o que envolva sexo.
Faz um ano que me roubaram algo que eu pensei que iria perder com alguém que gostasse.
Faz um ano desde o meu trauma. Nem a morte do meu pai me doeu mais do que isto. Pois faz um ano que tudo mudou na minha vida.
QUERIDO DIÁRIO...
Faz um ano que perdi meu pai.
Faz um ano que vi ele morto.
Faz um ano que me corto.
Faz um ano que começaram a me zoar.
Faz um ano que eu comecei a ser outra pessoa.
Faz quase um ano que eu descobri o que o meu pai fez.
Faz quase um ano que odeio o meu pai.
Faz quase um ano que culpo ele pelo que eu vi, sendo que o tentei salvar mesmo que estivesse morto.
Faz um ano que eu... que eu simplesmente não sei o que fazer da minha vida.
Faz um ano que eu simplesmente quero sumir.
Mas tem um motivo do porquê eu ainda não fiz isso.
Faz quase um ano que eu comecei a gostar de uma pessoa.
Faz quase um ano que eu não a vejo e sei que ela passa por algo que a faz fazer o mesmo que eu.
Com isso, faz quase um ano que a quero ajudar, mesmo que possamos acabar os dois na cova quando o outro estiver distraído.
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Halateez's Return | ateez
Fanfiction[ateez & woobia ! ver] Imagine o mundo ficar sem mais internet? Ninguém pode se comunicar. Tecnologia não funciona mais por tudo o que faça. Tudo se foi. Imagine o mundo regressar a épocas que nunca imaginaria viver. A pirataria voltando. Capitães d...
