Bia Jung não parava de olhar para aquela cena. O cheiro era insuportável, mas pelo menos o sangue que via da silhueta partida da bailarina tinha desaparecido, mas o sangue que tinha dentro da caixa era real, e fedia.
E claramente ela pensou em algo, pois sua mãe tinha morrido.
Pegando aquela bailarina, ela nem pensou que estava misturando seu adn com o daquele sangue, correndo entre lágrimas para tentar descobrir se o que estava prestes a revelar poderia explicar a morte da sua mãe, visto que seu pai nunca lhe contara.
— Eu acho que o meu pai matou a minha mãe, mas não tenho provas suficientes, apenas esta caixa de música que eu quebrei ao descobrir que tem sangue. — Ela nunca falara tão rápido na sua vida, tentando ao máximo não soluçar enquanto falava, recuperando o fôlego ao máximo, mas não conseguia por chorava, tanto que acabou com os joelhos ao chão por pensar nos piores cenários possíveis. — Eu quero fazer uma queixa crime se tudo for verdade e eu admito tudo o que ele fez! Aquele que diz ser meu pai abusou-me durante anos e eu não saio daqui sem saber o que aconteceu com a minha mãe!
— Finalmente você está admitindo. — Ela ouviu uma voz, vendo uma garota parecida com a Líder das Crianças da Terra do Nunca do seu lado, mas logo a imagem desapareceu.
Os polícias trataram de tudo para terem tudo pronto, e com certeza mais um julgamento aconteceria, pois a filha tinha acabado de admitir, finalmente, o que o pai lhe tinha feito. Era um momento precioso, pois quando ela teve a oportunidade, ela negou tudo, até mesmo quando o pai foi detido, ela simplesmente ficara calada assistindo, ouvindo as várias ameaças do pai e vendo ele se debater contra os polícias.
[...]
— Há quanto tempo ela está dormindo? — Hongjoong acaba perguntando ao ver Líder irrequieta, mas não saindo do seu sono.
— Ela não acorda. Eu não a consigo acordar. Pensei que era porque ela estava exausta por limpar a praia ontem de madrugada, mas não. Ela simplesmente não acorda. Está irrequieta e eu não sei o que fazer. Penso sobre ser as consequências dela fazer de tudo para que a Bia Jung seja sua reencarnação, pois descobrimos que a Bia Jung de há cem anos atrás simplesmente... Matou-se. Quebrou tudo o que tinha com o Wooyoung. Com a minha reencarnação.
— Era o que você queria há cem anos atrás... Não?
— Eu apenas não aceitava que não pude ficar com a Líder, mas parece que fomos feitos um para o outro. Bem, o destino diz isso. Até mesmo uma Bia Jung que não é ela encontrou um Jung Wooyoung. Se não é destino, não sei o que é.
— É realmente verdade que ela é minha prima? Tipo, eu sei que você tem descendência portuguesa, mas eu? Eu não fazia ideia.
— E você acha que eu gostei de saber isso? Podia ter sido tão diferente se eu soubesse.
— Você viu o que aconteceu ao mexer-se com o tempo. E sobretudo vê o que o Jongho fez.
— Nem me fale. Se ele estivesse vivo, eu matava ele. E pensar que há cem anos atrás éramos controlados. Mas já pensou... Por quem éramos controlados?
— Peter Pan nunca seria. — Respondeu-lhe como se fosse óbvio, o que realmente era. — Foi a sininho, com certeza.
— Sininho estava encarregada da Líder. Até a própria sininho era controlada? Porque a Líder... Ai, são tantas perguntas sem resposta.
— Talvez eu saiba quem foi. — Hongjoong diz e engole a seco. — Mas não sei se seria possível, visto que eu não sei se ela morreu na altura. Mas faria sentido a forma que você era controlado. Você era visto como um monstro para ela.
— Ela?
— Eu protegi uma pessoa, você sabe. San também. Duas refugiadas... Você sabe também melhor do que ninguém que a Eunbi e a Minyoung eram japonesas. A Líder sabia também. "Eu sei a nacionalidade de cada uma de vocês". Aquela garota sabia demais, mas era a protegida de Sininho, assim como a filha foi. Então faria sentido nós não sermos controlados pela sininho, porque você não era um monstro para ela.
— Ela vai pagar pela minha cicatriz, que a cada dia que passa parece que fica pior.
— Como se isso tivesse sido bem cicatrizado. Não esquece também que sempre te atacavam por aí.
— Ainda assim. Tinha quem gostava.
— E acha mesmo que aquela peste não gostava de você? — Uma voz surgiu na conversa dos dois, além do dedo apontado para Líder, que soltava espuma da boca, rapidamente preocupando os rapazes. — Ela está se sentindo viva novamente? — Jongho perguntou. — Porra, eu perdi o meu momento de fala.
— Jongho ela não está bem! Lembra que ela está sofrendo consequências! Essas consequências que ela está dando a vida mesmo depois de morta por causa de algo que você podia ter evitado!
— Agora a culpa é minha dela estar assim?
— Tudo é culpa sua! — Wooyoung grita com Líder nos braços, tentando acordar ela, mas seu corpo tremia, parecendo estar a ter algum ataque, mas ele não sabia o que fazer. Além de mais, ele estava morto, então ninguém o via.
A não ser Bia Jung, como da última vez.
— Talvez eu consiga ajuda. — Saindo rapidamente do local com a garota em seus braços, ele correu até casa de Bia Jung, encontrando-a a falar sozinha enquanto se arrastava pela sua. Viu o HALATEEZ e jurou estar vendo coisas, esfregando seus olhos e rindo, se chamando de maluca.
— Está me vendo?
— Eu sou maluca! — Ela gritou, gargalhando, mas mais uma vez estava chorando. Preparava-se para entrarem casa, mas o pé do HALATEEZ travou a ação.
— Eu preciso de ajuda. Eu não sei se ela está viva ou sei lá! Eu não sei o que fazer! Ela é o meu bem mais precioso por mais doentio que seja o meu amor por este monstro em forma de pessoa surpreendentemente pequena demais para a idade que tem! Por favor! — Foi preciso ele quase gritar para Bia Jung chegar perto da garota que via em seus braços. Tocou em seu pescoço, vendo sua pulsação, escutando o seu coração batendo ao mesmo ritmo que o dela, na mesma intensidade, mas algo não estava bem. Ela não estava respirando, mas o coração batia.
— Como que ela não respira, mas o coração bate?
— Garota, se eu te falar que eu não es... — Ele nem conseguiu continuar sua fala, sendo cortado pela garota que mandou-o colocar Líder no sofá, enquanto falava para o 112.
— Espero mesmo não estar dando em doida. — O HALATEEZ apenas tirou seu chapéu de fedora e colocou em cima de Líder, saindo dawjrlr local. — Onde vai?
— Eu só apareço para você até então. Sendo que nem devia aparecer. Mas talvez também seja uma consequência. Quando ela estiver melhor, me encontre no casebre na praia. Cuide bem dela, por favor. — Bia Jung apenas assentiu, vendo o homem sair da sua casa, no mesmo instante que a ambulância chega. Wooyoung vasculha seus bolsos, encontrando uma pequena pulseira com uma pedrinha achada possivelmente à beira mar, pressionando-a forte sobre suas mãos. Aquela pulseira era de Líder. Ele tinha-a roubado quando estava em seu navio, por ter gostado de como a pedrinha era transparente, mesmo que quebrada a meio. Olhou o céu enquanto o corpo de Líder era levado para dentro da ambulância.
Líder ainda era especial para ele — pelas suas palavras anteriores "bem mais precioso" e odiava isso. Mas, qualquer passo em falho poderia piorar ainda tudo, e quem sabe, levar Líder de si de vez; para sempre.
Foi então que entrou na ambulância junto de Bia Jung, mandando ela calar a boca, observando-a segurando seu chapéu de fedora como segurava também a mão de Bia Jung.
Foi então que ele conseguiu ver algo que não tinha antes.
Líder não tinha marcas de cortes em seus braços, e agora tinha, igualzinhos ao de sua reencarnação há cem anos atrás, enquanto Bia Jung tinha poucos, sobretudo um bem em cima da veia, com uma cicatriz um tanto feia.
Ela notou, rapidamente tapando com a manga da blusa, soltando a mão da garota que estava respirando graças a máscara.
— Ela vai ficar bem. — Disse quase mudamente. — Mas eu preciso de respostas.
— É uma longa história. E eu acho que você não está pronta para isso ainda.
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Halateez's Return | ateez
Fanfic[ateez & woobia ! ver] Imagine o mundo ficar sem mais internet? Ninguém pode se comunicar. Tecnologia não funciona mais por tudo o que faça. Tudo se foi. Imagine o mundo regressar a épocas que nunca imaginaria viver. A pirataria voltando. Capitães d...