04 | ZERO TO ONE - Light

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No dia seguinte, Wooyoung acordou completamente confuso. Isso porque seu sonho foi completamente estranho, tão estranho ao ponto de acordar pensando no quão confuso ele era. Lembrava-se de tudo, e mesmo pensando em contar para alguém, não conseguiu por não saber sequer explicar as coisas por palavras, por mais que lembrasse de tudo.

Se sentou na cama, olhando o chão, respirando fundo. As lembranças do sonho o percorreram sem menos ele perceber.

Ele estava num local bem iluminado pela luz do dia. Um local lindo ao seu olhar, repleto de margaridas, com um caminho de terra na sua frente, mostrando pequenas colinas mais a frente, também completas de margaridas, mas mais a frente, tinha um pequeno campinho de dentes-de-leão, e no final de todo esse caminho uma praia. Sim, uma praia.

Wooyoung caminhou esse caminho todo, escutando um pequeno canto, mas não sabia de onde vinha, apenas continuou andando ouvindo-o ficar mais alto à medida que se aproximava da praia, e foi então que seus pés pisaram a areia quente. Estava descalço e sequer percebeu, a sensação quentinha em seus pés que o fez perceber que estava descalço. A areia se enfiando no meio dos seus dedos o lembrava do quão bom e desagradável podia ser a sensação da areia no corpo, mas nos pés ele gostava, tirando a parte quando estava bem mais quente.

O canto parou, mas também porque ele descobriu quem cantava, mas não foi exatamente por causa disso que a música parou de ser cantada. A identidade não o tinha sequer visto ali, mas viu outra pessoa. Ela continha um dente-de-leão na mão, que foi jogado pela outra identidade, que continha roupas pretas, mas sua face não estava sendo visível. Wooyoung tentou forçar sua visão, após se esconder atrás de uma pequena casinha, ouvindo perfeitamente a conversa deles, como se ele tivesse a audição bem apurada.

— Você tinha mesmo que voltar? Não bastou ter que aparecer daquela vez? Eu morri por sua culpa! — Wooyoung não entendi sequer um pingo da conversa, mas ainda assim, tentou se concentrar no que ouvia e via.

— Eu não sei do que está falando.

— Ah para de sacanagem, olha como eu estou agora, eu sequer existo na mente das pessoas, apenas do seu namoradinho porque ele acreditou nas minhas palavras no início! Eu entrei em esquecimento até na história, sendo que eu que te matei!

— Eu já disse que não sei do que está falando. Eu nem sei quem você é! E eu não tenho namorado!

— Mas você quer mesmo que eu te retire tudo à força? — Wooyoung teve vontade de intervir, mas ele viu alguém surgir por trás daquele homem de preto. Esse que também vestia preto, mas Wooyoung notou algo que o deixou assustado. Ele era completamente igual a ele, só que um corte na sua boca fazia a diferença.

Ele sentiu-se fraco, e olhou suas mãos, que estavam repletas de sangue. O cenário mudou e ele se viu frente a uma garota, muito parecida com a garota da biblioteca. Mas ele estava diferente, ele sentia ódio por ela, mas não sabia o porquê. Ela estava ajoelhada à sua frente, apenas com uma blusa branca meio esfarrapada vestida. Chorava enquanto pedia perdão, mas Wooyoung continuava com a espada apontada para seu pescoço. Chegou mesmo a ter suas pernas seguradas pelas mãozinhas dela, mas ele, com um ato rápido da mão livre, se livrou desse toque, levando agora a espada para a boca dela, colocando a pontinha no final da boca, sentindo ela chorar ainda mais, ao ponto de molhar a espada com lágrimas. A espada sujou. Um pouco de sangue se misturou com as lágrimas e a expressão de agonia se fez presente nela. Porém, ele não soube o que fez, parou com tudo o que estava fazendo e a pegou pelo pescoço. O corpo mais pequeno que o seu, segurando seu braço pedindo mentalmente para ele a soltar. E então, ele beijou a garota.

E com isso, o cenário mudou de novo, voltando a onde ele estava, e suas mãos não estavam mais com sangue, e ele já não ouvia nada, mas via o sujeito que queria segurar a garota no chão, ensanguentado.

Halateez's Return | ateezOnde histórias criam vida. Descubra agora