03 | ZERO TO ONE - Desire

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[...]

— Ah San, sério, você é muito impuro. — Seonghwa fazia caretas para o amigo enquanto eles passavam pelo corredor principal da faculdade, até que San sente alguém batendo contra ele, ouvindo-se logo livros a cair no chão. Um típico clichê, mas desta vez foi sem querer, pois, San não estava com atenção devido a conversa com o Park. Eles se baixaram para ajudar a garota a pegar os livros que tinham caído, pegando cada um metade dos livros.

— Deixa que nós levamos.

— Quê? Não. Não é preciso. — Ela pegou os livros de San, esperando Seonghwa colocar os dele por cima, mas ele não deixou.

— Nós não temos aula agora, posso te ajudar sem problemas. — Ela acabou aceitando, caminhando atrás dela até chegar à sala dos professores, onde Seonghwa entrou junto dela por conter os livros, enquanto San esperava do lado de fora.

Assim que os garotos saíram, depois da professora da garota lhes agradecer por isso, Seonghwa parou a garota, puxando gentilmente o braço dela para ela não ir contra as pessoas que passavam feitas loucas no corredor, pois tinha tocado, então estavam indo para a sua respetiva aula.

— Vai ter aula agora?

— Para uma coincidência estranha... Não tenho. Só a tarde.

— Então eu queria tirar um pequeno papo com você. É algo rápido. Ia fazer isso mais tarde, mas vou fazer agora já que estamos livres. — A garota assentiu, sentindo-se ser puxada pelo garoto novamente, mas ela afastou-se, sentindo medo, parando rapidamente.

— Desculpa, mas era só para não ir contra as pessoas.

— Eu entendi isso, mas... Eu vou por mim, já me bastou puxar há pouco, essa eu deixei. Não gosto de contacto físico.

— Tudo bem, eu compreendo.

— Também quero saber para onde vamos.

— Para o meu dormitório. Eu vivo aqui na universidade. Partilho o quarto com o San, então não liga a desarrumação que deve estar.

— E tem que ser logo no seu dormitório? Não pode ser no bar da escola? Biblioteca?

— Seonghwa...

— O que eu vou falar não seria recomendável os outros ouvirem... Eu não vou te fazer nada. Se quer saber, eu sou bissexual e estou gostando de um homem atualmente. E o San também é, mas ele não gosta de ninguém, por enquanto.

— Ele não vai te fazer nada. É muito menos eu. Além de que... Jamais deixaria o Seonghwa fazer algo que ele sabe bem como é a sensação. — A garota olhou o Park, respirando fundo.

— Mesmo que você tenha sofrido... Não acho que podemos comparar... Eu não superei.

— Eu superei, por isso que eu quero te ajudar. Tudo bem, eu posso ter errado na palavra de muitos, tanto que eu podia estar na prisão o resto da minha vida, mas eu dei uma lição a quem merecia, e você, com eles presos até apodrecer, pode dar a lição ao mundo também.

— Eu não quero falar sobre isso!

— Eu quero te ajudar. Eu sei o que é passar por isso. Eu passei por não ser aceite, porque não sou hétero! — Seonghwa viu no rosto dela que ela estava prestes a chorar, e seu intuito foi abraçá-la, mas ela iria reagir com medo, então ele apenas se aproximou dela, se baixando um pouco. — Passamos pelo mesmo, podemos nos ajudar...

— Eu não preciso de ajuda de você. Desculpa, mas é porque você é homem.

— Eu sei, é difícil confiar, mas eu quero te ajudar.

Halateez's Return | ateezOnde histórias criam vida. Descubra agora