Sorte

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- E aí, Nero, tudo pronto para o nosso jantar?  - Cheguei na cozinha já sentindo o aroma maravilhoso da comida que ele preparava.  - Já tô cheia de fome!


- Eu tô achando que sua pressa para este jantar é pra poder se livrar de mim o mais rápido possível. Acertei?  - Ele falava enquanto picava alguma coisa em cima do balcão da cozinha.


- Nossa, quanto drama! Eu só estou curiosa quanto a seus dotes culinários. Achei que você só soubesse roubar casas e ficar de babá de desconhecidos.  - Dei um sorriso divertido para ele que respondeu com uma gargalhada.


- Você se surpreenderia se soubesse tudo o que sei fazer.  - O cafajeste da pior espécie me lançou um olhar descarado, me dando certeza do duplo sentido daquelas palavras.


- Acho que vou me contentar em conhecer seu lado chef de cozinha. Se bem que se colocar tanto sal quanto fez na salada de ontem, vamos precisar de algumas garrafas de vinho ou algo do tipo.


- Quanto a isso podemos ficar despreocupados, você tem uma adega de dar inveja. A propósito, vai lá escolher um para a entrada, que o do prato principal já está separado.  - Ele me deu uma piscadinha de olho, o que fez meu estômago revirar. O que tá acontecendo comigo, senhor?


Passei na adega para escolher o vinho e depois fui para o quarto me arrumar. Abri o armário e não encontrei nada do meu agrado, então tive que me contentar com um vestido dourado coladíssimo que chegava a metade das coxas, com um decote simples no busto, mas um decote generoso na parte de trás que quase chegava a minha lombar, no pé uma sandália aberta alta, e uns acessórios também em dourado. 

Decidi deixar o cabelo solto e fiz uns cachos para desmanchar aos poucos dando um pouco de volume. Eu estava realmente linda, e percebi nesse instante como a muito tempo eu não me sentia assim, gostando do que eu via em mim.


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Desci as escadas quando ouvi um som vindo da parte externa próximo à piscina, a música que tocava bem baixinho era Olha na voz de Maria Bethânia, acho que não foi por acaso essa escolha

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Desci as escadas quando ouvi um som vindo da parte externa próximo à piscina, a música que tocava bem baixinho era Olha na voz de Maria Bethânia, acho que não foi por acaso essa escolha. Dei risada com esse pensamento.

Alexandre preparou o ambiente que já continha uma mesa de 4 lugares. Ele é realmente              IN CAN SA VEL. O lugar está todo decorado com velas e tem um jarro de flores no centro da mesa que tenho quase certeza que estava na sala de visitas.

- Nossa, que capricho!  - Cheguei quebrando o silêncio confortável que estava no ambiente enquanto Alexandre estava sentado numa poltrona próximo a piscina, com um copo de whisky na mão.


Ele estava lindo, com uma jaqueta jeans por cima de uma polo preta que ressaltava o peitoral avantajado que ele tinha e uma calça alfaiataria cinza. Não posso negar que ele é muito bonito.

- Nem me esperou pra começar a festa, Alexandre.  - Falei já retirando o copo da mão dele, mas Nero segurou meu pulso e me pegou pela mão, me direcionando até a mesa que ele havia montado. - Onde encontrou essas roupas? - Lancei um olhar fulminante em sua direção.


- Calma, senhora apressada, isso aqui foi só pra esquentar o motor, o que dividiremos é o vinho que você escolheu, já está ali. - Ele apontou para o balde com gelo e o Tannat que repousava ali com duas taças ao lado. - E as roupas eu encontrei no seu armário. Acho que seu ex deixou muitas roupas aqui, talvez ele tenha pretenção em voltar.


- Está tudo muito lindo, Nero, não sei onde você encontrou todas essas coisas, mas fiquei impressionada. - Falei depois de dar um gole no vinho que ele serviu para nós. Também para mudar o rumo daquela conversa.


- Como consegue morar nessa casa enorme e não saber onde ficam nem as colheres, Giovanna? - Alexandre falava em meio a um sorriso de lado, o que me fez virar a taça de vinho de uma vez.


- Opa, calma aí, senhorita! A noite só está começando, vou servir o carpaccio de entrada aí você pode começar a se embriagar, mas assim de estômago vazio você não vai conseguir chegar ao prato principal.


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A noite estava acontecendo como planejado, Giovanna estava relaxada, não a vi pegar no celular pra tentar contato com o idiota do ex nenhuma vez. Falamos sobre tudo. Contei a ela um pouco mais sobre mim e ela finalmente se sentiu à vontade pra falar coisas mais pessoais para além de sua vida amorosa.

Ela nasceu no RJ em uma família de muitas posses, sempre foi muito estudiosa, queria ser atriz...fiquei bem surpreso com essa revelação...mas a família dela queria que ela fizesse administração para assumir o legado da família junto com seu irmão mais velho que é advogado. 

Como ela se opôs, seu pai se voltou contra ela, não deixando nem sua mãe ter contato ... filho da puta do caralho!... Então ela foi morar com a avó materna que a amou incondicionalmente até o ano passado, quando morreu de complicações cardíacas.

Giovanna sente dores musculares absurdas e procurou alguns médicos indicados pelo ex, mas até agora não se sabe ao certo o que ela tem. Essa situação gerou muitas brigas entre eles e foi um dos motivos pelo qual ele largou ela, pois dizia que ela estava fazendo corpo mole ou até fingindo para mante-lo ao seu lado ... se eu encontrar esse idiota eu vou amassar a cara dele...

- Gio, eu tenho um amigo Reumatologista, o nome dele é Anselmo, ele trata minha avó.  - Demos uma risada nessa hora.


- Tá me chamando de idosa, Alexandre?  - Ela fingia uma falsa irritação, mas sorria fechando os olhinhos.  - E quem te deu liberdade pra me chamar de Gio? - Ergui a sobrancelha pra tentar fingir que não gostei da forma que ele estava me chamando, e ele ergueu as mão em rendição como quem pede desculpas.


- Claro que não, maluca! Não é só pessoa idosa que têm esse tipo de problema não. Tive uma amiga que internou por meses até descobrir que tinha febre reumática, e ela só tinha 25 anos na época. Como nunca te indicaram algo desse tipo.  - Giovanna se remexeu na cadeira como se estivesse desconfortável ou até mesmo envergonhada.


- Ficamos tentando métodos naturais e tratamentos alternativos. - Ela estava envergonhada e com bochechas coradas, seu olhar não encontrava o meu.  - O Bruno não é muito da medicina convencional. Fomos até a constelação familiar.


- Pelo amor de Deus, Giovanna. - Eu estava realmente a ponto de matar esse desgraçado. - Vamos amanhã mesmo procurar o Anselmo. E você não vai me dizer não.  - Fui enfático na minha fala e nesse momento ela penetrou no fundo dos meu olhos pra dizer...


- Tô cansada demais pra dizer não, Alexandre!  - Aproximei nossas cadeiras e puxei ela pela nuca que repousou a cabeça em meu ombro. É... a noite estava apenas começando.


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Roubada de Amor - GNOnde histórias criam vida. Descubra agora