Hoje é o casamento dos nossos amigos Flávia e Ota. Nero e eu somos um dos padrinhos. Foi tanto ajuste nesse vestido que tive que fazer por conta da barriga que não para de crescer que quase pedi a Flavinha pra ir de pijama, pois aparentemente é a única coisa que me serve.
Hoje invertemos os papeis, enquanto eu já estava pronta e linda, Alexandre ainda terminava de ajeitar o cabelo no banheiro, nem a roupa havia colocado. Acho que no dia que formos casar é ele quem vai atrasar e não eu.
- Neroooooooo, bora, meu filho, a noiva já deve ter dito sim e nós ainda nem saímos de casa. - Gritei da sala pois se tem uma coisa que me irrita é atraso.
- Tô pronto! - Tá vendo como o grito na frequência certa faz milagre? - Nossa, será que temos mesmo que ir pra esse casamento? - O safado chegou por trás agarrando minha cintura e deixando um beijo em minha nuca. - Deixa eu arrancar esse vestido, te levar pro quarto e ... - Ele falou uma sacanagem no meu ouvido que nem na minissérie das 23:00h seria permitido repetir.
- Para, safado, tu já me atrasou demais, bora, bora, vai andando. - Empurrei o cafajeste pelos ombros em direção a porta de saída, mas a verdade é que minhas pernas haviam enfraquecido com aquela conversa toda, me fazendo buscar um apoio qualquer em seus ombros.
Chegamos no local do casamento quase 1h depois. Os noivos escolheram casar no Lago Buriti, então com o trânsito às 18:00h de um sábado no RJ já é possível imaginar o caos que enfrentamos.
Flavinha ainda demorou uns 30 minutos pra chegar, mas quando foi anunciada, a emoção tomou conta. Ela estava linda, e Ota chorava mais que a mãe da noiva.
Lindo ver o amor desses dois. Confesso que ali segurando a mão de Nero, com muitos dos nossos amigos presentes, tive uma pontinha de desejo de casar com todas as pompas e circunstâncias, mas não existia tristeza alguma em mim. Minha vida era perfeita como estava, eu tinha o amor da minha vida ao meu lado e o transbordar do nosso amor estava crescendo dentro de mim. Meu felizes para sempre já havia começado a muito tempo.
Os noivos disseram seus votos, padrinhos assinaram, juiz de paz declarou a união e VIVA OS NOIVOS! Casamento realizado. Partiu festa!
Muita comida boa, sorrisos e fotos, milhares de fotos depois foi a hora de jogar o buquê. Todas as solteiras se prepararam para o momento tão esperado, menos eu, não iria pular junto com um tanto de maluca exibindo uma barriga de quase 7 meses.
Fiquei sentada em uma cadeira próxima a Alexandre, e junto com os outros acompanhei a bagunça gostosa daquele momento.
- Meu povo... - Flavia chamou a atenção dos presente antes de se dirigir para o meio da comitiva de solteiras. - ... Tradicionalmente o buquê jogado é o que a noiva entra na igreja, mas preciso dizer que hoje não será assim. Foi preparado dois buquês, este que é lindo tá, e aquele. - Flavia apontou para a entrada do salão onde minha mãe entrava com o buquê oficial do casamento.
Meu coração parou e acho que minha alma saiu do meu corpo, o que estava acontecendo?
Olhei para Alexandre que estava com aquela cara de culpado, mas não aparentava remorso. Minha mãe veio andando em minha direção e entregou o buquê para Nero, que ajoelhou em minha frente e proferiu as três palavrinhas mágicas: Quer Casar Comigo?
Será que ninguém avisou a esse homem que mulher grávida não pode ter emoções fortes?
Eu realmente não sabia por qual parte daquele momento eu estava chorando, se pelo pedido ou por minha mãe estar aqui, participando desse momento tão significativo em minha vida.
Pulei no pescoço de Alexandre que me tomou nos braços em meio a palmas, assobios e gritos.
- Giovanna... - Flavia me tirou da bolha de emoções. - ...ainda não ouvimos a resposta. - Todos caíram na risada.
- Sim, é claro que sim! - E a barulheira retomou, só parando quando a noiva pediu pra continuar o momento do buquê.
Quando sai dos braços de Alexandre aproximei da minha mãe que estava parada um pouco mais a frente de onde estávamos. Dona Suely abriu os braços em minha direção e eu afundei naquele abraço.
O mundo parou mais uma vez, eu não ouvia mais nada, era como se uma nuvem nos tivesse encoberto e nos tragado para um deserto só nós duas. Naquele abraço eu voltei a ser criança, e todos os sentimentos que se possa imaginar voltaram ao meu peito. Mas o que predominava era a saudade.
Eu tinha saudade daquele colo, daquele cheiro, daquele beijo que estava sendo dado em meus cabelos. De repente nosso choro virou sorrisos, nossos sorrisos viraram palavras e nossas palavras saiam como água de cachoeira.
- Cara, como você faz isso com uma gravida? - Me voltei para Alexandre quando ele retornou com uma taça de suco e outra de água pra mim.
- Em minha defesa eu conversei com a Dra Raquel para saber dos riscos. Ela me disse que você é uma mulher saudável, que sua gravidez não é de risco, e que o único perigo seria você querer me matar depois, o que não aconteceu. - Dei um tapa em seu peito e um beijo nos seus lábios depois dessa.
- Eu amo você, Alexandre Nero, nem que eu tentasse muito conseguiria te fazer entender o quanto te amo, e o quanto isso tudo significa pra mim. - Abracei meu noivo... meu Deus, ele é meu noivo! -... pelo pescoço e sussurrei em seu ouvido. - Agora me leva pra casa e faz o que me prometeu antes da gente sair.
Mordi o canto da boca fazendo uma cara de inocente, recebendo um olhar sacana de Alexandre e uma pegada discreta e forte em minha nuca.
- Mãe, quer que te deixe em casa? - Meu senhor, eu to vivendo um sonho!
- Não meu bem, o motorista está vindo me buscar. - Abracei dona Suely pela milésima vez nesta noite e fomos despedir dos nossos amigos, para comemorar nosso noivado no melhor estilo.
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Roubada de Amor - GN
FanfictionAlexandre leva a vida como um típico "adolescente" de 30 anos, sem preocupações aparentes, até que uma única decisão enlaça seu destino àquela que será a maior roubada de sua vida, mas que poderá se tornar a mais bonita de todas. História adaptada...