"O amor que a gente tem por um filho é maior que o amor que a gente tem pela nossa própria vida. E a única coisa maior que o amor por um filho é o medo de perdê-lo."
Ouvi essa frase e fiquei reflexiva, porque o meu medo durante esses 3 meses de vida da Maria era não conseguir estar com ela por qualquer motivo que fosse. Não foi fácil o puerpério, nunca é, acredito eu, mas puerpério, FM e recém nascido, falta de libído é uma combinação caótica.
Maria Teresa teve cólicas de passar noites inteiras chorando, e eu sentia dores que há muito tempo não tinha. Alexandre virou um zumbi de tão exausto. Mas não posso negar o privilégio de uma rede de apoio. Minha mãe esteve comigo todas as vezes que precisei, inclusive vinha passar umas horinhas com a neta para que Alexandre e eu pudéssemos dormir um pouco, e sabe o que acontecia? Magicamente a criança também adormecia. Quem não gosta de um colinho de vó, não é mesmo? Nero e eu que o diga!
Passado esse período as coisas foram tomando forma e ganhando novas cores. Não posso dizer que tá tudo bem, porque não está, nem tudo fácil, mas as coisas foram acomodando harmonicamente e aquilo que era novidade se transformou em cotidiano, e nada me deixa mais feliz que a simplicidade do dia a dia, mesmo com alguns incômodos pelo caminho.
Dona Creusa como uma boa Bisa virou a segunda babá de Tetezinha, como o pai chama. Eu particularmente acho brega, mas nunca direi isso em voz alta, deixa que ela diga quando crescer.
A bisa e a vovó da Maria me fazem lembrar todo dia de um poema que fala sobre "A mãe da mãe". Ele diz que enquanto os olhos de todos estão voltados para o novo ser vivente. Os olhos da mãe da mãe estão voltados para a filha dela. Que sorte a minha ter 2 pares de olhos voltados pra mim, para me cuidar, me fazer sorrir, me permitir tomar banho, fazer uma maquiagem, curtir o meu "marido".
Maria Teresa trouxe novos sabores pra minha vida, mas também descortinou diante dos meus olhos novas conexões, novas experiências, novos olhares.
Mas agora eu quero falar de um outro evento. Nero havia me pedido em casamento e eu disse sim, não teria como dizer nada diferente disso. Maria Teresa resolveu antecipar sua chegada em 2 semanas , a bonita nasceu dia 21 de junho, por pouco não nasce geminiana. Neste caos que chamamos de vida decidimos marcar a data do nosso casamento para o final de novembro.
Não será nada grande. Apenas nós 3, os nossos, o celebrante, um jardim e um pôr do sol. Nada mais perfeito que isso.
Faltam dois meses e por incrível que pareça eu estou bem tranquila com os preparativos. Claro, tenho as melhores madrinhas que alguém poderia ter. Ingrid, Flavia e Alessandra estão empenhadas pra fazer um festão, e me odiando por todos os nãos que já dei pra barrar as ideias mirabolantes. Por outro lado, existem coisas maiores me tirando o sono...
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Roubada de Amor - GN
FanfictionAlexandre leva a vida como um típico "adolescente" de 30 anos, sem preocupações aparentes, até que uma única decisão enlaça seu destino àquela que será a maior roubada de sua vida, mas que poderá se tornar a mais bonita de todas. História adaptada...