Cotidiano

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Voltei do desmaio ainda nos braços de um enfermeiro bombado, mas só consegui abrir os olhos quando ele me colocou em uma maca. Dei de cara com alguns pares de olhos em cima de mim, inclusive os da minha mãe.


- Filha, o que aconteceu? - Dona Suely com uma voz falhando por toda cena no quarto do meu pai, me perguntava como se eu fosse capaz de responder.


- Acho que desmaiei né? - Olhava para todos os 3 rostos que me rodeavam, contando com o da minha mãe.


- Vamos chamar o médico pra te examinar. - Uma enfermeira morena falou toda gentil.


- Não precisa! - Falei mais alto do que deveria. - Foi só uma queda de pressão. Estou bem. Não precisa chamar ninguém.


- Giovanna...


- Por favor, mãe, só me deixa ir pra minha casa. - Tomei a mão dela na minha e lhe lancei um olhar de súplica.


- Então me deixa chamar o Nero pra te levar! - Minha mãe já estava com o celular na mão discando para Alexandre, não me dando a chance de discordar.


Tive que ficar quase 1h esperando por Alexandre, pois minha mãe não permitiu que eu fosse sozinha. Principalmente depois de eu ter contado sobre a gravidez. 3 pessoas antes de Alexandre já sabiam, minha mãe seria apenas mais 1.


- Como você está se sentindo, amor? - Nero fazia um carinho em minha perna enquanto dirigia para nosso apartamento. - O que aconteceu pra você ter passado mal. Não é a primeira vez que isso acontece.


- Eu estou bem, Alexandre. Só foi muito difícil pra mim ter que dizer tudo o que disse pro meu pai. - Encostei a cabeça no banco e apertei os olhos com os dedos.


- Sinto muito, linda! - Aquela mão em minha perna tinha o poder de me devolver a paz, e os balbucios no banco de trás preenchia o silêncio confortável naquele carro, me dando a certeza de que eu tinha tudo o que precisava dentro dessa bolha.

Sem perceber, minha mão acariciou minha barriga, me fazendo olhar na direção de Alexandre que concentrado no trânsito nada percebeu.


Chegamos em casa já era hora do banho da criança - Bendito trânsito de sábado! - Alexandre foi pra cozinha preparar algo para jantarmos e eu me ocupei com nossa filha. Como eu também precisava de um banho, enchi minha banheira sem sais de banho, e entrei com a princesa que fazia a festa, batendo as mãozinhas na água.


- Nerooooooo! - 15 minutos de banheira, acho que é tempo suficiente para um bebê de 4 meses. Gritava por Alexandre pra vir resgatar a filha dele, pra que a mamãe pudesse terminar o banho como deveria. - Amoooooorrrrrrr!


- Quer me matar de susto, Giovanna? - Alexandre entrou porta a dentro com os olhos apavorados. - Não faz isso comigo, cara. Você passou mal hoje e fica gritando desse jeito. Já pensei coisa ruim.

Caí na risada vendo todo o drama que aquele homem estava fazendo.


- Pega aqui sua filha que eu preciso terminar meu banho, Alexandre! - Entreguei Maria pro pai que, quando o viu, começou a se jogar pra ele. Mais apaixonada por esse homem que eu, somente ela.


Me permiti alguns minutos a mais de autocuidado, só saindo do banho uns 30 minutos depois. Nero estava com nossa filha no sling enquanto organizava a mesa pro jantar, e eu adentrei o espaço cheirosa, cabelo em um coque frouxo e apenas um kimono larguinho no corpo e nada mais por baixo.


- Tudo certo por aqui, gostoso? - Cheirei o pescoço de Alexandre e vi os pelos de sua nuca arrepiarem. - Tá sensível, amor? - Dei uma mordidinha no mesmo local, porque hoje eu tô querendo fazer um estrago na vida desse homem.


- Sossega, Antonelli, que sua filha tá acordada e não dá sinal algum de que vai dormir tão cedo.


- Vem com a mamãe, vem, pyncesa! - Retirei Maria do sling e passei a cheirar todo o seu rostinho, recebendo risadinhas e uma mão cheia de dedos no meu cabelo, desmanchando meu coque no processo.


- Vai tomar banho agora? - Sentei colocando Maria no carrinho ao meu lado, recebendo um protesto da mini terrorista. Mas nada como móbiles de luzes piscando para distrair um bebezinho.


- Dá pra esperar ou tá com muita fome? - Alexandre olhou as horas no celular vendo que já passava das 19:00 e que estava quase na hora de amamentar nossa filha.


- Se for rápido dá pra esperar sim. - Recebi um selinho demorado do meu noivo e fiquei ali mesmo na mesa de jantar, mexendo no celular, vendo que o grupo com as madrinhas estava fervendo de mensagens desde a hora que encerramos a chamada.


Mais rápido do que havia saído, Alexandre apareceu, branco igual um papel, com o teste de gravidez na mão, olho arregalado. Eu apenas sorri sem mostrar os dentes e apertei os olhos em sua direção.


- Surpresa? - Falei em tom divertido, erguendo os ombros.


- Quando você descobriu? - Nero ainda permanecia no mesmo lugar, parado na porta entre a sala de jantar e a sala de visitas.


- Hoje antes de ir pro hospital. Fiz o teste no banheiro da sua avó. Passei mal no ateliê e as meninas me fizeram comprar um teste de farmácia.


- Por que não me contou, amor? - Ele finalmente veio em minha direção, me puxando pela mão e envolvendo meu corpo pela cintura.


- Era muita coisa pra administrar, Nero. Eu precisava fechar essa história com meu pai para poder ficar realmente em paz. Não queria que esse momento fosse estragado pela angústia que eu estava sentindo.


Nossas testas encontraram e fechei meus olhos pra viver aquele momento com o amor da minha vida. Alexandre me soltou de seus braços, ajoelhou beijando minha barriga e ficou alguns segundos conversando com nosso pinguinho que mal havia sido descoberto, mas já era muito amado por todos.

Nossa bolha foi estourada pela primogênita que faminta começou a protestar por seu tetê. Acho que meu jantar vai ficar pra outro momento. Mas a fome que eu estou agora é de outra coisa, e só vou poder saciar quando Maria Teresa estiver adormecida.


🍀

Roubada de Amor - GNOnde histórias criam vida. Descubra agora