Chapter 39: Cicatrizes invisíveis

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— Filha? — Escuto a voz suave de Athena me chamando

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— Filha? — Escuto a voz suave de Athena me chamando. Ao olhar pela janela, vejo a casa do David banhada pela luz suave da manhã.

Com um bocejo, levanto da perna da Amélia, ainda lutando contra o sono. Saímos do carro e, enquanto caminho para dentro da casa, um único desejo preenche minha mente: minha cama, onde posso me perder em um sono profundo.

Ao entrar, sigo em direção à escada, subindo rapidamente os degraus. O banho pode esperar; é bem capaz de eu adormecer no banheiro. Ao abrir a porta do meu quarto, sou envolvida por um aroma familiar e reconfortante que me faz sorrir. Como eu senti falta disso!

Tiro as botas e a jaqueta da Amélia, deixando-as cuidadosamente na cadeira do computador. Então, me jogo na cama, puxando o cobertor para o corpo e me permitindo afundar no conforto acolhedor. Fecho os olhos, pronta para me entregar ao descanso que tanto anseio.

•••

Preciso urgentemente de um banho!

Acordei faz poucos minutos, fiquei deitada revisitando as memórias do dia anterior, com a mente inquieta apenas pensando para onde Alexander teria ido. O tempo que passou nas mãos dos Blaikes deve ter sido suficiente para que ele tomasse uma decisão sobre o que fazer se conseguisse fugir com seu filho. Seu instinto sempre foi proteger o garoto das garras de pessoas ruins; é assim que os pais defendem seus filhos.

Mas eu também preciso me recuperar do que vivenciei. Estou ainda assimilando tudo que aconteceu e espero conseguir superar os horrores que me causaram. Não quero que esses traumas me sigam; quero me curar dos pesadelos que insistem em me assombrar. No momento, não tenho ânimo; acho que nos próximos dias vou precisar buscar alguma forma de conforto, e estar perto daqueles que me amam pode ser a melhor maneira de enterrar esses sentimentos dolorosos de uma vez por todas.

Decido ligar o chuveiro, deixando a água fria escorrer pelo meu corpo e provocar arrepios em minha pele. A sensação é revigorante. Quando a banheira enche até o limite, desligo a torneira e me sento na parte sólida e gelada, buscando relaxar um pouco. Alcanço minha esponja e despejo sabonete líquido, começando a esfregar vagarosamente em minha pele, como se cada movimento pudesse lavar não só a sujeira, mas também as memórias pesadas.

Às vezes, meu maior desejo é sentir o abraço acolhedor do papai. Antes da chegada de David e Athena, ele era meu refúgio seguro.

Estou tão perdida nos meus pensamentos, que não havia percebido a presença de Athena no pequeno banheiro me encarando atentamente, como se tentasse decifrar o turbilhão em minha mente. Sorrio para ela, tentando transmitir que estou bem. Ela se aproxima e dobra os joelhos ao meu lado, seu semblante sereno contrastando com a preocupação que brilha em seu olhar.

— Como se sente, minha princesa? — Pergunta calmamente, passando os dedos pelos meus fios úmidos.

— Parece que ainda estou tentando acordar; é como se esses pesadelos rondassem minha cabeça. — Respondo com um tom cansado na voz.

𝐅𝐚𝐢𝐭𝐡 - 𝐀 𝐧𝐨𝐯𝐚 𝐁𝐚𝐧𝐬𝐡𝐞𝐞 ࿐ ᵗᵉᵉⁿ ʷᵒˡᶠ Onde histórias criam vida. Descubra agora