-» Entre neblina e desejo / Satosugu

· Sex

Satoru Gojo

Sukuna tinha um celular. Mas óbvio que essa opção não é viável.

Não existia mais ninguém.

Passos lentos vindos de Suguru ecoavam no corredor atrás de mim. A noite se estendeu no céu, como um véu negro, cobrindo os últimos raios de luz solar que se escondiam atrás dos muros altos do castelo.

Estava frio.

Como será que estão Haibara e Nanami?

Pensamentos lotavam minha cabeça. Nem percebi quando passei reto pela porta do meu dormitório, apenas voltei para a realidade quando uma mão quente e grande pousou sobre meu ombro, puxando-me para trás.

- Aonde vai? - Suguru questionou.

Olhei-o por cima dos ombros. Minha expressão era monótona, como se alguma praga tivesse sugado toda a felicidade antes presente no meu corpo.

- Estava perdido em pensamentos. Desculpa. - Respondi antes de me virar para a porta de madeira. Girei a chave destrancando-a e então empurrei a porta com leveza adentrando o quarto escuro e vazio.

Suguru rolou os olhos pelo meu quarto antes de questionar em um tom neutro.

- Você não tem um colega de quarto, né?

Joguei minha lanterna sobre a cama e então suspirei derrotado antes de virar minha cabeça e encara-lo por cima do ombro novamente.

- Não, meu colega de quarto era o Calvin, mas agora... - dou uma longa pausa, desviando o olhar para o chão e me amaldiçoando - Estou sozinho.

Suguru apenas concordou em movimentos com a cabeça. Um silêncio prolongado se estendeu pelo quarto, até aquela típica voz tomar minha atenção novamente.

- Se importa se eu ficar aqui? - Suguru questionou parado na linha entre o corredor e meu dormitório.

Franzi o cenho antes de pensar na possibilidade.

Suguru ficar aqui? Comigo? Por quê?

- Não, mas por quê? - Respondi com outro questionamento.

- Você parece bem mal com "tudo" que aconteceu, seria bom uma companhia. - Um sorriso sutil se espalhou pelos lábios alheios, e antes que eu pudesse rebater Suguru já estava adentrando em meu dormitório.

Apenas aceitei, indo até a porta e fechando-a com certa força.

Não me faria tão mal assim.

Talvez fizesse mal para minha saúde mental.

Afastei os pensamentos presentes em minha cabeça com um sacudir antes de me jogar na cama, exausto.

Suguru me encarou por breves momentos, até desistir de ficar me olhando e se sentar ao meu lado na cama. Não conseguia ver sua expressão. Os fios negros cobriam boa parte de seu rosto, mas ele estava encarando o chão de pedras.

Estava escuro com a luz desligada. Mal conseguia ver a silhueta de Suguru, mas consegui sentir seu toque quando uma das mãos calorosas se pôs sobre minha coxa direita.