CAPÍTULO 24

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"Só parece ruim
porque você ainda não
experimentou do jeito
certo."

~ Autor desconhecido

Kaiser B.

Ela era um mar no meio de um deserto escaldante. Aqueles lábios de mel que me faziam delirar completamente, levando ao céu até as profundidades mais pecaminosas dos meus pensamentos.

Que mulher perfeita, é só isso que penso.

Sua língua se movia com a minha em um ritmo deliberado e um tanto fervente, um gosto ávido de álcool bem no fundo.

Aquilo só completava o tamanho do tesão que eu sentia por ela.

Quando nos separamos, já levemente ofegantes, ela me encara com os olhos ainda embaçados e uma aparência bêbada.

- Você quer sair daqui? - pergunto, segurando sua mão - Podemos ir lá fora tomar um ar e...

- Sim! - ela diz desesperada e puxa minha mão.

Quando saímos pelas portas vermelhas, ela seguiu na frente pelo corredor.

Na iluminação ruim do corredor, ainda dava para ver o rosto dela empalidecer. Ela definitivamente não estava bem.

- Ei, olha pra mim. - seguro seus ombros e olho no fundo daqueles olhos grandes esmeralda - Você quer água? Como é seu nome?

- Keyrdan... e... banheiro...

É a única coisa que ela consegue pronunciar antes de uma ânsia subir pela garganta, o que me fez disparar pelo corredor até o banheiro feminino.

Foda-se as mulheres que estavam chorando de baixo da pia, levo ela para uma das portas e a ajudo se ajoelhar.

- Pega meu cabelo, porra! - sua ordem era direta, e o chingamento me excitou.

Tento não olhar quando ela volta tudo que comeu e bebeu na noite inteira, seus cabelos em um coque bagunçado que eu mesmo fiz.

Tinha duas mulheres no banheiro: uma se derramando em lágrimas de baixo da pia, e outra que lhe estava entregando lenços.

A dos lenços me encara com indiferença e diz:

- Sabe que esse é o banheiro feminino, né? Homens como... - cara de nojo - você, não podem entrar aqui.

- E você sabe que essa é uma festa privada, né? Onde diz explicadamente nas diretrizes que animais não são permitidos nem mesmo na entrada. - corro meus olhos por aquela vadia esguia e respondona, mas logo me viro para Keyrdan que estava voltando até o intestino dentro do sanitário.

Ficamos, em média, dez minutos agachados diante a privada. Porque claro, a cada quinze segundos ela vomitava mais alguma coisa. Que tipo de estômago é esse?

Ela se levanta meio zonza e cambaleia até a pia. Não a impeço de lavar a boca e o rosto. Um de seus pulsos estava enfaixado possivelmente torcido.

- Quero sair daqui. - ela sussurra com a voz grogue e eu a guio até a saída, em seguida a rua.

- Você quer ir embora? - pergunto tirando uma mecha de cabelo solto do rosto dela.

- Está brincando? Eu não me divirto assim há meses! Anos! - diz ela, rindo e andando sem rumo pela rua lotada de carros - Não quero que essa noite acabe.

Seu olhar pousa no chão, onde ela tira os saltos e me encara.

- Você não vai me levar embora... vai?

PARADISE In My Nightmare...  +18Onde histórias criam vida. Descubra agora