PARADISE In My Nightmare... +18

CAPÍTULO 19

Dêem muito amor!! Deu trabalho!!! <3

Keyrdan Jane

Novamente me vejo perdida em meio as árvores espessas, correndo apressada e colocando em risco minha própria vida.

Não sei quais são as intenções daquele homem, muito menos o que planeja me mostrar agora. Estou indo na força do medo.

Correndo para proteger as pessoas mais importantes da minha vida, em específico, Keylan. A única coisa que me preocupava numa situação tão absorta como esta, é manter a segurança da minha filha.

Nem consigo imaginar o que eu faria se algum dia perdesse Keke... ela é o motivo de eu não ter desistido.

Confesso que depois da morte do meu irmão, cogitei diversas vezes por um fim nesse sofrimento tão doloroso. Mas, tinha uma vida crescendo dentro de mim! Que eu não sabia, mas se tornaria a razão de tudo até mesmo antes de nascer.

Então, confirmo mais uma vez: Eu vivo para minha filha e somente para ela.

Me obrigo a ir o mais longe que consigo, até o meio daquela escuridão profunda, iluminada apenas pelo crepúsculo.

Paro em meio a galhos e uma grama um pouco seca, minhas mãos finalmente parando de sangrar. Ofegante, olho em volta, mas não o vejo.

Como num piscar de olhos, sinto mãos agarrando minha cintura com força, como se tivesse medo que eu sumisse a qualquer momento.

Minha respiração fica presa na garganta e me vejo impossibilitada de mover um único músculo.

_ O que você quer? - num sussurro, as palavras saltam de minha boca.

_ Não te interessa o que eu quero. Devia estar preocupada com o que vai fazer para se livrar dessa furada em que me meteu. - sua voz grossa e abafada pairava sobre minha cabeça.

_ Eu te meti? Você me atraiu para o meio da floresta e matou o meu... - hesito - pai. Matou o meu pai!

_ Preferia ter sido estuprada?

Suas mãos apertam minha cintura com força, e nenhuma palavra se forma. Ordeno a mim mesma que não olhe para trás, não posso encarar aquela máscara ridícula agora.

_ Eu fiz o que tinha de ser feito. - num murmúrio grogue ele quebra o silêncio - Te tirei das mãos daquele desgraçado, e agora você me deve.

_ Eu não te devo!

Dou uma cotovelada fraca em seu torso e me viro. Ele parecia ainda mais alto de perto, e menos intimidador sem o machado.

_ Eu sei o que é melhor para você!

_ Não, você não sabe! - grito com ele, já sentindo as lágrimas virem a tona - Eu nem mesmo conheço você! Sabe o quanto é difícil estar aqui e não consolando a minha família? Sabe o quanto é doloroso não estar com a minha filha nos braços? Sabe o quanto dói perder o pai logo depois de um casamento arruinado? Não! Você não sabe!

Percebo que o deixei quieto e calado, mas as lágrimas quentes já molhavam minha bochecha, não vou parar agora.

_ Eu... - gaguejo - Não sei quem é você e não tenho a mínima intenção de saber! Você nunca saberá como eu me sinto ou o que estou passando!

_ Vai por mim, eu conheço melhor que ninguém essa dor. - sua voz parecia um estrondo vasto - A mistura do luto e a perda, tudo num mesmo lugar. A decepção e o remorso... Você não me conhece, como bem disse, para saber das coisas que já passei ou não.