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𝑶 𝑭𝑰𝑴 𝑫𝑶 𝑭𝑰𝑴

Sophia Clark


    Estávamos todos ali, estrelando o pesadelo de Alex. Kennedy Clark, Anne Gallagher, o grupo K, Elay e eu. Todos interpretando um de seus maiores medos, e estávamos nos divertindo com seu desespero. O pavor consumindo seus olhos enquanto espera pelo fim da sua vidinha patética, era como presenciar o inferno diante dos olhos. Foi em uma passarela que tudo começou, foi em um desfile que Alex entrou na minha vida, nada mais justo do que acabar do mesmo jeito.

— Sophia... Sophia por favor! — meus pensamentos se esvaíram quando ouvi a voz de Alex — Você tem que me perdoar! Sou eu... Por favor!

— Agora está implorando? O que aconteceu com toda a sua valentia? — eu ainda girava nas mãos as duas opções que tinha dado a Alex — Faça sua escolha ou eu o farei!

    Ele me encarou, como se tivesse absoluta certeza de que eu não teria coragem de fazer qualquer coisa contra ele, como se pensasse que eu ainda era aquela adolescente apaixonada de quando nos conhecemos. Vendo a sua prepotência, eu sorri, um sorriso tão perverso capaz de deixar qualquer um com medo do que sou capaz.

— Bom... Que assim seja! — me endireitei e virei para olhar minha melhor amiga — Anne, dourada ou preta? — ela sorriu e veio na minha direção.

— Quero a adaga dourada! — entreguei a ela a adaga escolhida enquanto girava nos dedos a adaga negra.

— Espera! — finalmente Alex entendeu o que aconteceria — Esse não é o combinado! Era para escolher apenas uma — eu ri genuinamente.

— Era! Você não fez a escolha — com um golpe rápido fiz um corte em seu rosto — Então quem decide sou eu! — Anne puxou a camisa de Alex, estourando os botões e deixando seu corpo exposto.

— Que tal uma homenagem? — ela me olhou e eu concordei com a cabeça, deixando ela fazer o que queria.

    Como eu imaginava, Anne usou a ponta da adaga para escrever em letras grandes o nome de Miguel no peito do homem. Ele se recusava a gritar mas deixava escapar alguns grunidos de dor, tentando inutilmente parecer forte. Anne fazia cada letra bem calmamente, devagar fazendo os grunidos ficarem mais altos conforme o sangue escorria, ela queria marca-lo profundamente, com tamanha força — para que a ponta da faca fosse o mais fundo possível — que eu podia ver um leve tremor em sua mão.

— Angel, eles chegam em cinco minutos — não dei atenção as palavras de Elay, meus olhos estavam fixos nas mãos de Anne que agora começava a fazer a letra G.

— Querida, precisamos ir! Se a polícia chegar e estivermos aqui vai ser o fim de nossas carreiras — Bill suplicou mas eu continuava hipnotizada com a dor que Anne estava causando.

    Podia ouvir os cochichos e sabia que eles estavam preocupados, olhando uns aos outros e se perguntando se alguém iria intervir naquilo. A sensação de alívio ia me consumindo aos poucos, a medida que o sangue de Alex pingava sobre o corpo da vadia que o ajudou. Duas vinganças em um único plano, eu estava me sentindo intocável, tão poderosa quanto meu pai foi um dia. Aquele seria o momento em que todos iriam temer o meu nome, todos iriam se curvar assim como Alex estava agora.

— Aí merda!! Sophia, precisamos ir! — o chacoalhão que Tom me deu, fez com que eu saísse da hipnose em que encontrava.

    Quando olhei para a tela que mostrava as câmeras do evento, vi muitos policiais entrando no lugar, o barulho de tiros veio logo em seguida indicando que eles também estavam em confronto com os russos. Aquilo não estava nos planos, mas já pensávamos nessa possibilidade, por isso era para termos ido antes da chegada deles. A distração com a dor de Alex nos atrapalhou. Peguei de volta a pistola que tinha deixado sobre a passarela e apontei para Alex, eu não sairia dali até vê-lo morto.

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⏰ Última atualização: Aug 26 ⏰

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