Capítulo 9

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Passamos por largos corredores que eu poderia facilmente me perder, cada corredor levava a um ala diferente, Sra. Genna falava conforme passávamos em qual ala estávamos atravessando, porém eu não conseguia prestar muita atenção, pois estava distraída pelas decorações das paredes em um tom branco com detalhes de arabescos ou até mesmo parecendo ser do mármore em dourado. Quando ela percebeu que mais eu olhava ao meu redor olhando tudo, as estatuas, pinturas, os vasos de diversas flores ela ainda continuava a apresentar o lugar, porém a mesma sorria.

— Me desculpe não estar prestando muita atenção no que diz. — Me senti com uma grande vergonha por não estar dando um pingo de atenção a ela.

— Primeira vez em Bellmoor? — Perguntou a senhora.

— Sim.

— De onde você é?

— Eu... Eu... — Eu vim de outro planeta, um totalmente com pessoas mortais e simples, lugares que nem se comparam a esse.

— Não precisa falar se não quiser.

— É que eu não me lembro. — Menti.

— Você não me parece estranha. — Comentou.

— Como assim? — Perguntei.

Ela parou de andar abruptamente diante de uma porta enorme também branca com detalhes em dourado. A senhora abanou a mão como se dispensasse a minha pergunta ou algo para apenas disfarçar a mudança de assunto.

— Bom chegamos, aqui será o seu quarto, se as acomodações não estiverem do seu agrado peço que me avise que procuramos um que se sinta confortável.

— Acredito que esse estará ótimo. — Respondi colocando a mão na maçaneta.

— Vou pedir que tragam algo para comer e beber, deve estar com fome e cansada de uma viagem longa. — Ela se virou para sair e girei a maçaneta sem abrir a porta. — Me esqueci! — Ela levantou um dedo ao se lembrar. — Temos algumas roupas também e um banheiro completo acoplado ao seu quarto para poder relaxar, caso as roupas fiquem largas você me avisa que as arrumarei para você.

— Obrigada Sra. Genna.

— Precisando só me chamar! — E assim a senhora seguiu rapidamente pelo corredor.

Abri a porta do quarto e adentrei ele olhando para frente e admirando, assim como admirava todos os lugares em que passei, no caso os corredores. Encostei a porta sem desviar os olhos que analisavam todo o lugar.

As cores dominantes do lugar eram sempre no branco com dourado, assim como todos os corredores vistos e meu quarto não seria diferente.

O chão de mármore acompanhava as mesmas cores do teto e das paredes, as janelas eram enormes por todos os lados, as cortinas estavam fechadas diminuindo a luminosidade que já estava fraca devido ao sol estar começando a se pôr, um tapete grande foi posto debaixo da cama que estava no centro.

Candelabros que pareciam de puro ouro estavam postos nas paredes ao lado de todas as janelas, um lustre muito bem trabalhado com cristais e muitas lâmpadas desciam pelo centro do teto.

Em uma parede sem janelas baixas haviam uma poltrona maior e em ambos os lados poltronas menores, na parede oposta uma penteadeira e também ao lado da mesma duas poltronas menores, um pouco mais para a direita da última poltrona uma janela fechada estava sem nada em sua frente, a unida sem nada por perto ou decorações além da cortina fechada.

Havia um espelho que cobria grande parte da parede na parte de trás da cabeceira da cama, passei as mãos na colcha que cobria a mesma e já pude notar o conforto que a mesma transmitia, um baú acolchoado ficava aos pés da cama. Havia várias almofadas amontoadas na cama, não sei como resisti tanto tempo e acabei me deitando na mesma, quase soltei um gemido de prazer ao sentir o quão macio o colchão era.

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