João estava sentado em seu estúdio improvisado, rodeado por papéis amassados e garrafas de bebida vazias. O brilho fraco do abajur iluminava seu rosto cansado, revelando as olheiras profundas e os olhos avermelhados. A música ecoava na sala, a melodia melancólica preenchendo o silêncio sufocante. Ele tinha se dedicado completamente à produção de seu novo álbum e à organização da turnê "Anti-Herói". Embora sua carreira estivesse avançando, algo estava permanentemente quebrado dentro dele.
As palavras que escrevia vinham da dor, como se cada verso fosse arrancado de suas feridas abertas. "A tristeza motiva músicas", ele dizia a si mesmo, tentando encontrar algum conforto em sua própria angústia. Mas a verdade é que aquelas músicas não traziam paz, apenas expressavam o que ele não conseguia dizer em voz alta. O vazio dentro de si crescia a cada dia, e a única coisa que conseguia sentir era a dor aguda da ausência de Pedro.
Mesmo com a turnê e o álbum prestes a serem lançados, João não conseguia se livrar da sombra de seu passado. A casa estava mais arrumada do que de costume, mas apenas porque Malu havia passado por lá no dia anterior, preocupada com a desordem crescente e o estado mental de João. Mas hoje, ele estava sozinho novamente, e o caos interno ameaçava engolir tudo.
Enquanto isso, Pedro estava na casa de um amigo, tentando se distrair com conversas vazias e copos de bebida. Mas nada preenchia o vazio deixado por João. Ele se pegava pensando em como seria se voltassem a se falar, se pudessem corrigir os erros que os destruíram. Mas a verdade era amarga demais para ser ignorada: ambos estavam presos em um ciclo de dor e autopunição, incapazes de seguir em frente, mas também incapazes de se reconectar.
Pedro bebia menos que antes, mas isso não significava que estava melhor. Cada gole parecia aumentar o peso da culpa e da saudade. Ele ainda ouvia as músicas de João, agora mais sombrias e carregadas de sofrimento, e sentia que cada uma delas era um lamento dirigido a ele. As palavras pareciam penetrar em sua alma, reabrindo as feridas que ele tentava curar com álcool e fumaça.
Naquela noite, Pedro não conseguiu evitar olhar as fotos antigas dos dois juntos, guardadas em seu celular. As imagens felizes eram uma lembrança cruel de tudo o que haviam perdido. Ele sabia que ambos estavam vivendo um inferno pessoal, mas se sentia impotente para mudar qualquer coisa. Em vez disso, ele se afundava mais na sua própria escuridão, cortando-se quando a dor emocional se tornava insuportável.
Do outro lado da cidade, João estava em um estado semelhante. As letras que escrevia pareciam refletir a dor de Pedro, como se estivessem conectados por uma linha invisível de sofrimento. Ele também olhava para as fotos antigas, sentindo o peso esmagador da saudade e da culpa. Mas, em vez de chorar, ele se obrigava a continuar escrevendo, tentando transformar sua dor em arte, mesmo que isso o deixasse ainda mais vazio.
Naquela noite, enquanto Pedro adormecia no sofá de seu amigo, o telefone tocou com uma notificação. Era uma nova postagem de João em suas redes sociais, um trecho de uma música nova: "E se você voltar, será que ainda sou eu?". Pedro leu aquelas palavras repetidamente, sentindo cada uma delas como uma faca em seu peito.
João, por sua vez, estava deitado em sua cama desarrumada, encarando o teto e se perguntando se algum dia conseguiria deixar tudo para trás. A tristeza ainda o consumia, e a única coisa que o mantinha em pé era a música. Mas ele sabia, no fundo, que não era suficiente para curar as feridas deixadas por Pedro.
Naquela noite, os dois dormiram pouco, como em tantas outras noites desde a separação. E, apesar de tudo, mesmo a distância, eles ainda estavam ligados pela dor que compartilhavam, uma dor que, talvez, nunca desaparecesse completamente.
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Um amor "Proibido"-Pejão
ФанфікиJoão e Pedro se conheceram na faculdade e começaram a namorar, atraídos pelas qualidades um do outro, apesar de terem personalidades bem diferentes. No entanto, as constantes brigas acabaram desgastando o relacionamento, levando-os a terminar. Após...