Adeus silencioso

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O sol mal havia raiado e, na manhã seguinte, o apartamento de João estava mergulhado em um silêncio pesado e sufocante. A única coisa que quebrava a tranquilidade era o som intermitente do vidro de uísque sendo colocado na mesa, e a fumaça densa que se acumulava no ar, resultado dos cigarros que João fumava incessantemente. As garrafas vazias estavam espalhadas pelo chão, e o cheiro de bebida e fumaça permeava o ambiente.

João estava sentado no sofá, com a cabeça entre as mãos, as lágrimas escorrendo sem parar. Ele mal havia dormido, e a dor e a tristeza estavam estampadas em seu rosto pálido e cansado. Seus olhos estavam fundos, revelando uma noite sem paz, repleta de angústia e desespero.

Na manhã seguinte, Malu, preocupada com o estado de João, decidiu ir até seu apartamento. Ela havia recebido uma mensagem de texto de Renan, que estava alarmado com o estado de Pedro e queria que ela verificasse João. Malu não pensou duas vezes e, sem perder tempo, foi até lá.

Ao abrir a porta do apartamento, Malu foi recebida por um ambiente caótico. As garrafas vazias, as cinzas dos cigarros e o cheiro pesado do álcool eram um reflexo claro do estado de João. O chão estava coberto de restos de comida e objetos que pareciam ter sido deixados sem cuidado.

Ela entrou lentamente, seu coração apertado ao ver a cena diante dela. João estava no sofá, com a cabeça caída para frente, a tristeza visível em cada linha de seu rosto. A visão o fez sentir um aperto no peito, e Malu correu até ele, sem saber se sua presença seria bem-vinda, mas com a determinação de fazer o que fosse necessário para ajudar o amigo.

M:João! — ela exclamou, sua voz tremendo ao encontrar o amigo em um estado tão deplorável. — Meu Deus, o que aconteceu?

João levantou a cabeça lentamente, seus olhos vermelhos e inchados se encontrando com os de Malu. Ao ver o olhar preocupado dela, as lágrimas começaram a cair com mais intensidade. Ele tentou falar, mas as palavras saíram em um choro incontrolável.

J:Não aguento mais... — ele soluçou, sua voz mal conseguindo sair entre os choros. — Pedro... ele se foi e eu não consigo lidar com isso.

Malu se ajoelhou ao lado dele, seu próprio coração partido ao ver a dor imensa que João estava sofrendo. Ela o abraçou forte, tentando oferecer algum tipo de conforto. Seu corpo tremia, não apenas pelo frio do ambiente, mas pela angústia de ver o amigo naquele estado.

M:Shhh, está tudo bem, João — ela sussurrou, acariciando seus cabelos. — Eu estou aqui com você. Não precisa passar por isso sozinho.

João se agarrou a ela, os braços envoltos ao redor de Malu, como se ela fosse a única âncora em meio ao turbilhão de sua dor. Ele chorava sem parar, o som de seus soluços preenchendo o silêncio pesado do apartamento. Malu continuava a abraçá-lo, falando palavras de consolo, tentando oferecer alguma forma de alívio para a dor imensa que João sentia.

J:Não sei o que fazer... — João murmurou entre os choros. — Eu não sei como viver sem ele.

M:A gente vai passar por isso juntos, tá? — Malu respondeu com firmeza, tentando ser a fonte de força que João precisava. — Eu sei que é difícil agora, mas você não está sozinho. Vamos encontrar um jeito de seguir em frente, um dia de cada vez.

Enquanto os minutos se arrastavam, Malu fez o possível para limpar o apartamento, começando a organizar a bagunça e a tirar as garrafas e os cinzeiros. Ela preparou um pouco de café e tentou fazer algo simples para que João comesse. A presença dela era uma luz fraca em meio à escuridão que parecia consumir o amigo.

O choro de João diminuiu um pouco, mas ele ainda estava profundamente abalado. Malu continuou ao seu lado, oferecendo suporte e palavras de conforto, sabendo que a jornada de recuperação seria longa e cheia de desafios. Ela permaneceu ali, oferecendo a mão amiga que João precisava, na esperança de que, com o tempo, a dor que agora parecia insuportável se tornasse um pouco mais suportável.

A manhã avançava lentamente, e, apesar da dor que ainda predominava, havia um pequeno sinal de esperança. João não estava mais sozinho; ele tinha Malu, e com isso, uma luz no fim do túnel de sua escuridão.

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Um amor "Proibido"-PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora