Traços de esperança

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1 ano se passou desde que João e Pedro começaram a se reconectar por telefone, e a vida parecia estar se ajustando a uma nova normalidade. João estava focado em seu próximo álbum, PIRATA, e uma reunião importante estava marcada na sede da UFO, a empresa que gerenciava sua carreira. Malu, Renan, e Giovanna, prima de João, iriam acompanhá-lo, e tudo indicava que seria um dia comum de trabalho. Mal sabia João que seus amigos tinham preparado uma surpresa que ele jamais esperaria.

Ao chegarem na UFO, João estava ansioso, mas havia algo diferente no ar. Ele não conseguia identificar exatamente o quê, mas decidiu não pensar muito nisso. Enquanto seus amigos se dirigiam à sala de reunião, João resolveu se isolar no estúdio, seu santuário criativo, para matar o tempo até a reunião começar.

Ao abrir a porta do estúdio, João foi surpreendido por uma visão que seu coração mal acreditou ser real.
Pedro estava sentado em sua cadeira, virando-a levemente de um lado para o outro, como se estivesse esperando por ele.

João congelou por um segundo, o choque misturado com uma alegria repentina iluminando seu rosto.

— P... Pedro! — a palavra saiu como um suspiro, a incredulidade estampada em seu rosto.

Pedro sorriu largamente, seus olhos brilhando ao ver João.

— João!

Pedro se levantou rapidamente e, antes que qualquer um dos dois pudesse pensar, eles estavam envoltos em um abraço apertado. A saudade acumulada de meses, talvez anos, se dissipou naquele instante, substituída por um alívio palpável e uma emoção intensa.

— Que saudade que eu tava de você, Jão! — Pedro sussurrou, sua voz embargada pela emoção.

— Até que enfim nos encontramos! — João respondeu, suas palavras misturadas a um choro de felicidade que ele não conseguia mais segurar.

Eles permaneceram assim, abraçados, por muitos minutos, como se o mundo tivesse parado ao redor deles. Para João, aquele momento era quase surreal, como se tudo o que viveram até ali tivesse levado a esse reencontro. Pedro estava ali, em seus braços, e nada mais importava.

Finalmente, eles se afastaram um pouco, mas sem soltar completamente o abraço. Os olhos de ambos estavam vermelhos, mas cheios de uma luz que não se via há muito tempo.

— Eu... — João começou, mas sua voz falhou. Ele riu nervosamente, limpando as lágrimas do rosto. — Eu não sei nem o que dizer.

— Não precisa dizer nada, João. — Pedro respondeu, seu olhar fixo no de João. — Só de estar aqui, agora, com você... já é o suficiente.

Ainda sorrindo, os dois decidiram sair do estúdio e ir para a reunião, mas ao tentarem abrir a porta, perceberam que ela não cedia.

— Meu Deus. — João murmurou, puxando a maçaneta novamente, sem sucesso. — A gente tá preso?

Pedro soltou uma risada nervosa, olhando ao redor.

— Acho que sim... — ele respondeu, dando uma batida leve na porta. — Parece que a porta só abre do lado de fora.

João olhou para Pedro, e então uma risada escapou de seus lábios, seguido por Pedro. A situação era absurda, mas, de algum modo, parecia perfeita.

— Então acho que o que nos resta é... conversar, né? — João sugeriu, tentando ignorar o nervosismo que começava a se instalar.

Pedro assentiu, caminhando de volta para o centro do estúdio e sentando-se no sofá que João usava para compor.

— Faz tanto tempo que não ficamos assim, cara a cara... — Pedro começou, sua voz baixa e calma. — E, mesmo assim, parece que nada mudou.

Um amor "Proibido"-PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora