O palco estava iluminado com luzes brilhantes, refletindo os tons frios e emocionantes que João havia escolhido para sua turnê "Anti-Herói". O local estava lotado, e a plateia aguardava ansiosa pela performance que prometia ser inesquecível. João estava no camarim, vestindo seu traje de palco, uma camisa preta e uma calça escura. Seu visual era impecável, mas seus olhos mostravam um pesar profundo.
Quando chegou a hora do discurso, João subiu ao palco, a plateia em silêncio, antecipando suas palavras. Ele se aproximou do microfone, e uma luz suave iluminava seu rosto.
"Eu não sei muito falar disso, mas eu vivi um relacionamento esse último ano. Senti as coisas mais bonitas - e as mais difíceis também. Mas a vida aconteceu e ele acabou. É engraçado como não importa o quanto a gente cante sobre, no fim, nós nunca estamos mesmo tão preparados para a dor."
Ele fez uma pausa, respirando fundo, tentando manter a voz firme.
"Dessa vez, eu planejava fazer um álbum bem mais colorido e otimista, do jeito que a rádio gosta. Mas simplesmente não é como eu tô me sentindo. Tô me sentindo pequeno e esquisito. É tão estranho como um relacionamento atropela a gente e você acaba não se lembrando do que era antes daquilo tudo. Eu me sinto tão diferente agora."
João olhou para o público, seus olhos brilhando com uma mistura de tristeza e sinceridade.
"E no meio disso, eu fiz um álbum sobre o amor. No sentido mais cruel da palavra. Não se trata de romantizar a tristeza, mas de normalizar. É que talvez tenha aqui uma letra que você precise ouvir, uma angústia pela última noite juntos, uma nostalgia sobre um dia que você bebeu demais e acabou voltando pra alguém, ou um sentimento que você achou que só você tinha guardado. Ou talvez esse disco não seja mesmo pra você."
Ele fez uma última pausa, a voz embargada.
"No fim, 'LOBOS' foi um álbum sobre mim. Mas 'ANTI-HERÓI' é um álbum sobre nós dois. É uma tentativa de me sentir um pouco melhor sobre tudo isso. E também é um pedido de desculpas, meu amor."
O público aplaudiu, alguns em lágrimas, mas João já estava voltando para o teclado, preparado para começar a tocar "Nota de Voz 8". As luzes se suavizaram, criando um ambiente intimista e melancólico. João começou a tocar as teclas, sua emoção evidente em cada nota. Quando chegou o momento crucial, ele mudou o verso de "Me desculpa mesmo" para "Me desculpa, Pedro", lutando contra o choro que ameaçava transbordar.
Pedro, que estava escondido em um canto discreto do teatro, sentiu um nó na garganta e lágrimas escorreram pelo seu rosto. A sensação de culpa e saudade era insuportável. Ele não conseguiu suportar mais e decidiu sair rapidamente daquele lugar que antes parecia um refúgio.
No corredor escuro, Renan encontrou Pedro, chorando em silêncio. "Pedro, o que aconteceu? Por que você está chorando?"
Pedro, com a voz trêmula, respondeu: "É que... João cantou... ele falou 'Me desculpa, Pedro'. Isso só me fez lembrar de tudo. Eu não posso ficar aqui. Preciso ir embora."
Renan tentou oferecer conforto, mas Pedro estava decidido a se afastar. Ele se despediu rapidamente e seguiu para seu apartamento. Ao chegar, encontrou um mar de ligações e mensagens de João em seu celular. Ele olhou para as notificações, o coração apertado com cada mensagem não lida, mas decidiu ignorá-las. Sentou-se na beirada da cama, exausto, tentando se deitar, mas o sono não vinha. As mensagens não respondidas de João ecoavam em sua mente, intensificando a sensação de perda.
Enquanto isso, João estava no camarim, sozinho, após o show. Ele enviou mensagens e tentou ligar para Pedro repetidamente. Seu contato ainda estava salvo como "Pepe (amor)", um lembrete constante do que havia sido e do que ainda poderia ser. A tristeza o consumia, e a sensação de que tudo estava se desfazendo se intensificava a cada toque no celular.
João, finalmente, se deitou, as lágrimas caindo silenciosamente em seu travesseiro. O vazio que sentia parecia ainda mais profundo após a performance. A música, o palco e todo o seu esforço não conseguiram preencher a lacuna deixada por Pedro.
Pedro, no entanto, sentia-se perdido em seu apartamento, com o coração partido e a mente repleta de dúvidas. As chamadas e mensagens não lidas de João apenas aumentavam sua angústia. Ele se perguntava se algum dia seria possível encontrar um caminho de volta para a felicidade, se existia uma chance de reconciliação ou se estava condenado a viver eternamente na sombra daquilo que havia perdido.
O episódio terminou com um sentimento de desolação e tristeza, refletindo a realidade crua e dolorosa da separação e da luta pessoal. O amor entre João e Pedro ainda estava presente, mas era um amor marcado pela dor, pela saudade e pela dificuldade de seguir em frente.
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Um amor "Proibido"-Pejão
FanfictionJoão e Pedro se conheceram na faculdade e começaram a namorar, atraídos pelas qualidades um do outro, apesar de terem personalidades bem diferentes. No entanto, as constantes brigas acabaram desgastando o relacionamento, levando-os a terminar. Após...