Reencontro na festa

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Alguns meses haviam se passado desde a noite na praia, e a dor persistia em cada um de seus corações. Malu, determinada a ajudar João a encontrar alguma felicidade, decidiu convidá-lo para uma festa. Embora hesitante, João aceitou o convite, talvez por uma fagulha de esperança que ainda restava em seu peito.

Do outro lado da cidade, Renan teve a mesma ideia para Pedro. Sentindo a necessidade de resgatar seu amigo do abismo em que estava, fez o convite. Pedro, com um misto de curiosidade e cansaço, também concordou em ir.

A festa acontecia em uma casa grande, decorada com luzes piscantes e música alta. Malu e João chegaram juntos, tentando se adaptar ao ambiente vibrante que os cercava. Renan e Pedro também chegaram, sem saber o que esperar.

No início, a festa era uma tentativa desesperada de distração. João e Pedro circulavam pelas salas, tentando não se esbarrarem. A presença um do outro era quase um peso, um lembrete constante do que haviam perdido. Malu e Renan estavam atentos, observando os amigos de longe, esperando que o plano funcionasse.

Algumas horas depois, Pedro, com o olhar perdido na multidão, decidiu dar um passo ousado. Enxergou João encostado em uma parede, bebendo um pouco e com um olhar distante. Seu coração disparou, mas tomou coragem e se aproximou.

— João? — Pedro chamou, sua voz tremendo um pouco.

João ergueu os olhos, surpreso e um pouco assustado. Os dois se olharam em silêncio por um momento, as palavras faltando. Finalmente, João disse:

— Pedro... Eu não esperava te ver aqui.

Pedro tentou sorrir, mas o esforço parecia quase doloroso.

— Eu sei. Renan me chamou. Achei que talvez fosse bom sair um pouco.

João balançou a cabeça em concordância, como se entendesse. A conversa parecia difícil no início, mas logo se viu em uma troca sincera e dolorosa.

— Como você está? — perguntou Pedro, um pouco hesitante.

— Estou... tentando. E você?

— Também. É difícil sem você. A vida... não é a mesma coisa.

O diálogo continuou, entre sorrisos tristes e lembranças amargas. A conversa flui para uma reconexão inesperada. Eles falavam sobre como tudo mudou desde a separação, e como os dias se arrastavam sem o apoio um do outro. A tristeza, que sempre parecia estar ali, deu lugar a uma nostalgia dolorosa.

Com o passar do tempo, Pedro e João se encontraram sozinhos em um canto mais calmo da festa. O álcool e a melancolia os envolviam, e a proximidade parecia quase inevitável. Com um olhar carregado de sentimento, Pedro se inclinou para João, e os dois se encontraram em um beijo, lento e carregado de saudade.

— Eu sinto tanto a sua falta — sussurrou João entre os beijos.

— Eu também sinto. Mais do que posso expressar — respondeu Pedro, antes de os dois se entregarem à intensidade do momento.

O beijo foi uma mistura de desespero e desejo, uma tentativa de recuperar o que havia sido perdido. A noite se desenrolou entre carícias e palavras de reconciliação, um desejo de fugir da dor que os cercava. Eles buscaram consolo um no outro, buscando preencher o vazio que ambos sentiam.

Finalmente, ao amanhecer, Pedro e João estavam deitados juntos, o cansaço e a emoção visíveis em seus rostos. Não havia certezas sobre o futuro, apenas um entendimento tácito de que, por aquela noite, encontraram um pouco de conforto no calor dos braços um do outro.

E, enquanto o sol começava a surgir, ambos se perguntavam se essa noite significava um novo começo ou apenas uma breve pausa na eterna luta que era viver sem o outro.

Um amor "Proibido"-PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora