Ruptura na calmaria

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Victória via pequenos flashes da noite passada: Gally morrendo em seus braços, Chuck morto, e as sensações horríveis que ela sentiu naquele momento. Ela foi acordada por Minho, que a balançava freneticamente.

— Ei, Vic, acorda! Temos que ir! — Minho dizia, tentando trazê-la de volta à realidade.

Victória despertou assustada, olhando ao redor. O helicóptero estava pousando, e as portas já estavam abertas. A sensação de luto em Vic voltou com força ao se lembrar de Gally. Mais uma vez, ela se sentiu sem chão. Levantou-se depressa, sendo puxada por Minho. Eles desceram do helicóptero e seguiram em direção a uma construção enorme, que parecia abrigar muitas coisas, um tipo de refúgio capaz de abrigar muitas pessoas.

Vic e seus amigos foram acompanhados até um portão. O homem que estava com eles falou em um rádio algo que Vic não conseguiu entender, e o portão foi aberto. Eles seguiram para dentro do lugar, que era claro e cheio de luzes. Duas pessoas usando jalecos brancos estavam à espera do grupo e pediram para que os acompanhassem.

— Nos acompanhem, por favor, por aqui — uma mulher falou, com uma voz firme.

Vic, achando aquilo tudo muito estranho, perguntou:

— Onde nós estamos? Que lugar estranho é esse?

A mulher a ignorou. O homem que estava com eles no helicóptero empurrou Vic e os outros para que seguissem a mulher. Vic, irritada, exclamou:

— Ei, cuidado aí, seu mertila!

Eles seguiram a mulher até uma sala espaçosa. Havia algumas camas, uma mesa e um armário no final do cômodo. A sala lembrava muito a de um hospital. Todos se sentaram em cadeiras dispostas no local, e logo mais pessoas usando jalecos brancos entraram. Outra mulher se aproximou de Vic com uma agulha na mão, dizendo que precisavam fazer alguns exames.

A mulher veio com a agulha em direção ao braço de Vic, mas ela recuou, perguntando desconfiada:

— O que é isso? O que você vai injetar em mim?

— São apenas vitaminas que vocês precisam — respondeu a mulher, com um tom de voz mecânico e sem emoção.

Depois que os exames foram concluídos, um homem de cerca de 40 anos, com cabelos grisalhos, entrou na sala. Ele perguntou a todos como havia sido a viagem e disse que iria cuidar deles. Vic observou o homem de cima a baixo e, imediatamente, não foi com a cara dele. Algo no jeito dele parecia errado, como se ele escondesse algo, e Vic percebeu isso.

— Vocês podem ir tomar um banho agora — o homem disse, com um sorriso que não chegou aos olhos. — Depois, os espero no refeitório para o jantar.

Vic olhou para seus amigos; aquilo estava muito estranho, mas eles pareciam estar gostando da hospitalidade, exceto Thomas, que assim como Vic, também achava tudo estranho. Antes de ser acompanhada até o banheiro das meninas, Vic olhou para Thomas e disse em um tom baixo, mas firme:

— Fique de olho, não confie neles.

Thomas assentiu, e então Vic e Teresa foram levadas ao banheiro. Chegando lá, havia algumas garotas terminando seus banhos dentro das cabines. Vic e Teresa se entreolharam com desconfiança. Vic seguiu até uma cabine vazia, fechou a porta e tirou a roupa, que estava imunda por conta de tudo o que havia passado. Ligou o chuveiro, e a sensação da água quente em sua pele foi ótima. Havia sabonete líquido bem cheiroso para se banhar, o que fez com que, por um breve momento, ela se esquecesse de suas preocupações.

Após terminar o banho, Vic se embrulhou em uma toalha que foi entregue a ela na entrada do banheiro. Ao sair, encontrou roupas dobradas e limpas em uma caixa: uma calça jeans preta, uma blusa verde de mangas longas e um par de tênis branco. Enquanto se vestia, uma pergunta surgiu em sua mente: como eles sabiam o tamanho exato de suas roupas e sapatos?

𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 || Maze runner Onde histórias criam vida. Descubra agora