Resgate?

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Três meses haviam se passado desde que Minho fora capturado, e a cada dia, a pressão sobre Victória só aumentava. Ela não parou nem por um segundo. As horas em que não estava treinando para ficar mais forte eram gastas analisando códigos, decifrando as comunicações interceptadas do Cruel. Cada pequena descoberta a aproximava do momento que tanto aguardava: o resgate de Minho.

Foi assim que, com contatos em várias partes e interceptações de rádio, ela finalmente encontrou uma pista concreta. Um trem atravessaria um deserto próximo, carregando cobaias, entre elas Minho e Aris. Era a única chance que tinham, e ela não pretendia desperdiçá-la.

Agora, Vic estava ao volante, pilotando um carro velho e surrado a toda velocidade ao lado do trem. As rodas levantavam poeira enquanto o motor roncava sob pressão. O vento quente e seco do deserto soprava contra seu rosto, fazendo seus cabelos presos em um rabo de cavalo balançarem de um lado para o outro. Ao seu lado, Thomas segurava firmemente a lateral do carro, seus olhos focados no trem, enquanto Vince observava o horizonte, alerto.

— Vocês acham que isso vai dar certo? — Thomas gritou, forçando a voz para se fazer ouvir em meio ao rugido do motor e ao vento que castigava seus ouvidos.

Vic não desviou os olhos do caminho à frente,  Suas mãos suavam no volante, mas sua postura não demonstrava hesitação.

— Tem que dar! — respondeu com firmeza.

De repente, algo no horizonte chamou a atenção de Vince. Um avião surgiu no céu, rápido e baixo, a sombra da fuselagem cortando o deserto. Ele estava perseguindo o carro de Brenda e Jorge, que acompanhavam o trem mais a frente. A cabine do trem já havia pedido reforços, e o avião parecia pronto para detê-los.

— Deu certo! Estão indo atrás deles! — Vince avisou, meio aliviado.

Jorge manobrou o carro com habilidade, desviando-se bruscamente para o leste, o avião imediatamente o seguiu. A distração funcionou, e Vic soube que era sua chance.

— É agora! — ela gritou, o coração batendo no peito como um tambor. Seus dedos apertaram ainda mais o volante, e ela acelerou o carro ao máximo, sentindo o motor rugir como se estivesse à beira do colapso.

A lateral do carro ficou perigosamente perto dos trilhos. A poucos centímetros do trem, Vic manteve a direção firme. Thomas, que estava pronto para agir, deu um salto preciso, agarrando-se ao metal quente da parte de trás do trem com toda sua força. mas ele se manteve firme, respirando pesado pelo esforço.

Vince não teve a mesma sorte. Ao tentar pular, seu pé escorregou, e ele ficou pendurado pela beirada, suas pernas balançando perigosamente perto dos trilhos. O terror estampado em seu rosto era visível.

— Thomas, ajuda ele! — Vic gritou, o nervosismo crescendo em sua voz.

Sem hesitar, Thomas esticou o braço, seus músculos tensionados enquanto segurava Vince com força. Ele o puxou com dificuldade, sentindo o peso do amigo e a gravidade tentando puxá-lo para baixo. Após alguns segundos que pareceram uma eternidade, ambos finalmente subiram para o topo do trem. Lá embaixo, Vic observava cada movimento deles, seu coração disparado, mas sem tempo para relaxar.

Os maquinistas na cabine já haviam percebido a presença do carro e alertaram os guardas. Do lado de dentro do trem, a movimentação começou, e logo guardas armados começaram a avançar em direção a Thomas e Vince, que agora corriam sobre o teto do trem com toda a velocidade que conseguiam.

O som metálico dos passos deles ecoava no metal, misturado ao barulho do vento e do trem em movimento. O suor escorria pela testa de Thomas enquanto ele corria, com os músculos das pernas ardendo pelo esforço. Vince, ao seu lado, lutava para manter o equilíbrio.

𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 || Maze runner Onde histórias criam vida. Descubra agora