Tempestade

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O céu começava a clarear, pintando o horizonte com tons suaves de laranja e rosa. Vic e seu grupo permaneciam escondidos sob os escombros do prédio que os abrigara durante a noite. O frio cortante da madrugada misturava-se com o cansaço, mas a tensão mantinha todos alertas. Os Cranks ainda estavam lá fora, à espreita. Cada segundo parado aumentava as chances de serem descobertos.

Vic, sentindo a urgência da situação, observava as montanhas ao longe, pensando no que faria em seguida. Seu corpo cansado mal podia relaxar, enquanto ela ponderava o que viria pela frente. As montanhas, onde acreditava que o "braço direito" estivesse, pareciam mais distantes do que nunca.

Ela olhou para Thomas, que estava ao seu lado, também parecendo inquieto. Ele percebeu seu olhar e suspirou, com uma expressão carregada de incerteza.

— Você acha que o "braço direito" realmente vai nos ajudar, Vic? — perguntou Thomas, com a voz baixa. — Pode ser uma armadilha. Nós nem sabemos direito quem eles são.

Vic manteve o olhar firme nas montanhas à distância.

— Não temos escolha, Thomas. Se ficarmos aqui, vamos acabar como aquelas... coisas — ela hesitou, lembrando dos Cranks que quase os pegaram na noite anterior. — Precisamos arriscar.

Antes que Thomas pudesse responder, Minho se aproximou, os passos apressados e a expressão séria. Ele observou o grupo antes de se virar para Vic.

— Eu entendo que você queira chegar ao "braço direito", Vic, mas isso não vai ser fácil — disse ele, gesticulando para as ruínas ao redor. — Estamos em território desconhecido, e aqueles Cranks podem aparecer a qualquer momento.

Vic respirou fundo, tentando manter a calma.

— Eu sei que vai ser difícil, Minho, mas ficar aqui é ainda pior. Precisamos seguir em frente e encontrar o "braço direito". Se eles tiverem recursos, talvez tenhamos uma chance. — Ela olhou para Thomas, depois para o resto do grupo. — Alguma outra ideia?

Minho suspirou, claramente frustrado.

— Não, mas não podemos sair correndo sem pensar. Precisamos de um plano. — Ele olhou em volta, como se estivesse calculando o caminho mais seguro. — Se sairmos agora, podemos evitar um confronto direto, mas temos que ser rápidos e estratégicos.

Foi então que Minho parou, como se algo tivesse acabado de lhe ocorrer. Ele deu um leve tapa na própria testa e, em seguida, olhou para Vic.

— Espera aí... Eu tinha guardado uma parte do meu almoço de ontem e um pouco de água no dormitório antes de sairmos. Com toda essa correria, acabei esquecendo disso! — Ele riu sem graça.

Vic cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas.

— Lesado! Você esqueceu disso esse tempo todo?! — Ela balançou a cabeça, meio frustrada, mas sem perder o tom bem-humorado. — Isso podia ter nos ajudado ontem à noite.

Minho deu de ombros, um sorriso envergonhado se formando no rosto.

— Pois é, meu erro. Pelo menos a gente tem alguma coisa pra comer agora, né?

Thomas riu baixinho, e o grupo pareceu relaxar um pouco com a leveza da situação. Embora estivessem em uma situação de vida ou morte, pequenos momentos como esse ajudavam a aliviar a tensão.

Após comerem juntos o que Minho havia guardado, Vic liderou o grupo em direção ao deserto. Eles estavam mais protegidos do sol escaldante, graças às roupas que haviam conseguido, mas o calor ainda era implacável. O grupo caminhou o dia inteiro, dando pequenos goles d'água para economizar, passando por edifícios em ruínas que testemunhavam o caos do mundo ao seu redor. O sol estava a pino, tornando cada passo um desafio maior.

𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 || Maze runner Onde histórias criam vida. Descubra agora