O ataque

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O sol mal começava a iluminar a clareira quando Victória já estava de pé, pronta para mais um dia. Depois da chegada do novato no dia anterior, ela sabia que precisaria mostrar a ele como as coisas funcionavam ali. Com um olhar decidido, dirigiu-se para onde Thomas estava, ainda se acostumando com a nova rotina.

— Vamos lá, Thomas, - disse Victória, entregando-lhe um balde vazio. - Hoje, você vai me ajudar a alimentar as cabras e a pegar água no rio.

Thomas, ainda com a mente cheia de perguntas, apenas assentiu e a seguiu. Eles chegaram ao cercado das cabras, e Victória começou a colocar a ração nos comedouros. Enquanto fazia isso, ela falou calmamente, explicando cada tarefa.

- Cada um aqui tem um papel a cumprir. Manter as cabras alimentadas é crucial, elas são nossa fonte de leite e carne. Não podemos nos dar ao luxo de negligenciar isso.

Thomas observava em silêncio, tentando absorver tudo. Victória então apontou para o balde em suas mãos.

- Precisamos de água. O rio fica um pouco afastado, mas é seguro. Siga aquela trilha e vá até lá. Cuidado para não se perder.

- Entendido, - respondeu Thomas, tentando parecer confiante.

Ele seguiu a trilha indicada, sentindo-se um pouco mais à vontade com cada passo que dava. O som da água correndo ao longe era reconfortante, mas, ao chegar ao rio, algo chamou sua atenção. Perto da margem, parcialmente coberta por folhas e galhos, havia uma sepultura improvisada. A visão o fez parar e se aproximar, curioso.

Enquanto Thomas estava distraído, ele não percebeu que alguém se aproximava por trás. De repente, sentiu um impacto nas costas que o jogou para frente. Ele virou-se rapidamente e se deparou com um garoto de aparência selvagem e olhos arregalados, cheio de fúria.

Era Ben.

Thomas tentou se defender, mas Ben o atacava com uma força desesperada. Os dois rolaram no chão, lutando intensamente. Thomas finalmente conseguiu se livrar e começou a correr, o coração disparado.

- Socorro! - gritou Thomas, sua voz cheia de pânico. - Alguém me ajude!

De volta à clareira, Victória ouviu os gritos de Thomas. Imediatamente, ela largou tudo e correu na direção do som.

- Gally! - gritou Victória enquanto corria. - Ben está atacando o novato! Ajuda!

Gally, que estava próximo, saiu em disparada, seguido por Newt, Alby e os outros. Eles alcançaram Thomas, que continuava correndo e gritando. Gally conseguiu agarrar Ben, segurando-o firmemente enquanto ele se debatia, tentando se soltar. Os outros ajudaram a imobilizá-lo.

No entanto, enquanto todos se concentravam em Ben, Thomas, ainda em pânico, não conseguiu parar a tempo e colidiu com Victória, fazendo os dois caírem no chão. Por um instante, o tempo pareceu parar. Thomas estava deitado sobre Victória, ambos respirando pesadamente. Gally, ao ver a cena, sentiu uma onda de ciúmes e raiva.

- Sai de cima dela! - gritou Gally, puxando Thomas para longe e levantando Victória com cuidado, mas com firmeza.

Newt, percebendo a tensão no ar, rapidamente se interpôs entre os dois.

- Calma, Gally! Não foi nada, ele só caiu. Vamos nos concentrar no que importa agora.

Gally respirou fundo, forçando-se a se acalmar, mas seus olhos ainda lançavam faíscas de ciúmes. Victória agradeceu a Newt com um olhar antes de se voltar para Ben, que continuava a murmurar coisas sem sentido, preso pelos braços de Alby e Minho.

- Abram espaço, - ordenou Victória, aproximando-se de Ben.

Ele estava visivelmente fora de si, seus olhos vidrados e sua respiração ofegante.

- A culpa é dele, - sussurrava Ben, com uma voz assombrada. - Ele nos colocou aqui... todos nós... é culpa dele!

Victória se agachou ao lado dele, examinando-o atentamente. Foi então que ela notou algo em seu corpo. Com cuidado, levantou a camisa de Ben, revelando uma marca sinistra em sua pele: uma picada de Verdugo.

Um silêncio chocante caiu sobre o grupo. Murmúrios começaram a se espalhar entre eles.

- Verdugos durante o dia? - disse um dos garotos, incrédulo.

Victória ficou séria, processando a gravidade da situação. Verdugos atacavam apenas à noite, ou assim eles pensavam.

- Levem Ben para a enfermaria, - ordenou Victória com firmeza. - E o resto de vocês, vá para a sala de reuniões. Precisamos discutir o que faremos com ele.

Enquanto os outros obedeciam, Victória ficou parada por um momento, o peso da responsabilidade e da preocupação esmagando seu peito. Newt se aproximou, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.

- Vamos resolver isso, Vic. Vamos descobrir o que está acontecendo.

Victória assentiu, mas sua mente estava a mil. Ben estava delirando, e agora ela temia que o mesmo destino pudesse acontecer com qualquer um deles. A segurança que acreditavam ter estava em perigo, e ela sabia que algo precisava ser feito, e rápido.

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𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 || Maze runner Onde histórias criam vida. Descubra agora