Um novo calouro

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O sol mal havia surgido no horizonte quando Victória se levantou, sentindo a brisa fresca da manhã acariciar seu rosto. O dia começava lentamente na clareira, e os primeiros raios de luz atravessavam as árvores, banhando o lugar em um brilho suave. Victória era sempre uma das primeiras a acordar, já acostumada à rotina que eles haviam criado naquele lugar estranho e cercado pelo labirinto.

Ela caminhou em direção à mesa onde o café da manhã estava sendo servido, e, um a um, os outros começaram a se juntar a ela. Gally, Newt, Minho, Alby e Chuck estavam entre os primeiros a se acomodar ao seu redor. O cheiro de pão recém-assado e frutas frescas enchia o ar, trazendo um breve conforto em meio às incertezas que o dia poderia trazer.

- Então, qual é o plano para hoje, Victória? - perguntou Newt, com um sorriso despreocupado enquanto mordia um pedaço de pão.

Victória pegou uma maçã e deu uma mordida, pensando na resposta.

- Estou pensando em correr pelo labirinto hoje, ver se consigo encontrar alguma pista nova. Não podemos ficar parados.

Gally, que estava sentado ao lado dela, franziu a testa e colocou sua caneca de café na mesa com um pouco mais de força do que o necessário.

- Eu não acho que seja uma boa ideia, Vic. Seu pé ainda não está totalmente curado. E se algo acontecer lá dentro?

Victória revirou os olhos, não gostava quando a subestimavam.

- Eu estou bem, Gally. Já corri em piores condições antes. Além disso, se continuarmos esperando o momento perfeito, nunca vamos sair daqui.

Minho, sempre o mais ousado, riu e bateu na mesa.

- Ela tem razão. A gente precisa continuar explorando. Mas, Gally tem um ponto... não queremos que você se machuque mais.

Chuck, o mais jovem do grupo, observava a conversa em silêncio, seus olhos indo de um para outro, absorvendo tudo. Ele finalmente se atreveu a falar.

- E se a gente fizer o seguinte: Victória corre, mas com alguém sempre por perto. Se algo der errado, ela terá ajuda.

- Isso faz sentido. - concordou Alby, tomando um gole de sua caneca.

Gally, porém, não parecia convencido, e estava prestes a protestar novamente quando um som alto e familiar cortou o ar, interrompendo a discussão. Um alarme. Todos se levantaram imediatamente, alertas. O som indicava que a caixa estava subindo - um novo integrante estava chegando à clareira.

- Vamos, rápido! - ordenou Victória, já correndo em direção ao poço central.

Os outros a seguiram de perto. Quando chegaram, a caixa já estava no topo, e os portões de metal se abriram lentamente, revelando um jovem de aparência assustada, com os olhos arregalados e o corpo tremendo.

O novato olhou ao redor, confuso, e antes que alguém pudesse dizer algo, ele disparou em uma corrida desordenada pela clareira, sem rumo, apenas tentando fugir de algo que ele ainda não entendia.

O grupo explodiu em risadas. Chuck foi o primeiro a apontar e gritar:

- Olha o trolho correndo! Parece que viu um verdugo!

Os outros riram, ecoando o apelido que todos recebiam ao chegar: "trolho". Newt segurava a barriga de tanto rir, e até Gally, que geralmente era mais sério, esboçou um sorriso.

Victória, no entanto, manteve uma expressão séria, observando o novato com atenção enquanto ele finalmente parava, ofegante, no meio da clareira, os olhos ainda cheios de medo.

- Alby, - disse ela, a voz firme, chamando a atenção de todos. - Leve o novato para dar uma volta pela clareira. Mostre o básico, mas não mencione o labirinto ainda. Ele já está assustado o suficiente.

Alby assentiu, movendo-se em direção ao novato que ainda estava tentando recuperar o fôlego.

- E vocês, - continuou Victória, virando-se para o resto do grupo - vamos deixá-lo se adaptar um pouco. Todos vão conhecê-lo melhor no final da tarde. Temos um dia cheio pela frente.

Os risos se dissiparam, e os outros voltaram à sua rotina, sabendo que aquele novato, assim como eles um dia foram, tinha um longo caminho pela frente para entender onde estava e o que o aguardava naquele lugar. Enquanto todos se dispersavam, Victória observava Alby conduzir o novato para longe, sua mente já planejando os próximos passos, tanto para a segurança do novo integrante quanto para a exploração do labirinto.

Ela sabia que, a cada dia que passava, o tempo parecia mais curto, e as respostas que eles precisavam estavam cada vez mais distantes. Mas, naquele momento, havia apenas uma certeza: a clareira tinha um novo habitante, e eles precisavam estar prontos para o que viesse a seguir.

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𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 || Maze runner Onde histórias criam vida. Descubra agora