A vitória

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O silêncio no labirinto era quase palpável, quebrado apenas pelo som das respirações tensas de Victória, Thomas e Minho. Nas sombras à frente, algo se movia. Victória levantou a mão, sinalizando para que fizessem silêncio. Thomas, lutando para manter Alby em pé, olhou para Minho, que assentiu com o olhar sério.

— Vamos... precisamos sair daqui — murmurou Victória, os olhos fixos nas sombras.

O grupo se movia lentamente pelas paredes irregulares do labirinto. O som de algo metálico raspando contra o chão ecoava atrás deles, mas, estranhamente, a criatura parecia hesitar em segui-los diretamente. Minho respirava com dificuldade, lutando com seus próprios pensamentos. Alby estava ferido demais, e ele sabia que a única maneira de sobreviver seria deixá-lo para trás.

— Não vamos conseguir com ele — disse Minho, a voz tensa. — Temos que largar Alby. É nossa única chance.

Victória virou-se para ele, seus olhos brilhando com indignação.

— Isso seria traição, Minho. Nunca abandonaríamos um dos nossos. Você sabe disso.

Minho bufou, visivelmente frustrado.

— Quem liga para as malditas regras, Vic? — ele sibilou. — Vamos todos morrer aqui!

Victória mordeu o lábio, mas continuou movendo-se. Ela sabia que Minho estava assustado, mas abandonar Alby não era uma opção. O som de algo metálico voltou, agora mais rápido, se aproximando. Eles tinham que se apressar.

— Vamos, temos que continuar — incentivou Victória, com uma firmeza que escondia seu próprio medo.

Conforme eles avançavam, Thomas olhou para cima e viu cipós pendurados ao longo das paredes do labirinto. Seus olhos brilharam com uma ideia.

— Minho, Vic... Vamos usar esses cipós para puxar Alby para cima. Podemos escondê-lo lá até acharmos uma saída — sugeriu Thomas.

Minho lançou um olhar cético, mas Victória já estava se movendo.

— Vale a pena tentar — ela disse rapidamente. — Vamos fazer isso.

Juntos, amarraram Alby com os cipós e o puxaram para cima o mais rápido que podiam. O som metálico agora era quase ensurdecedor, e o medo crescia em cada um deles.

— Está chegando! — gritou Minho, a voz tomada pelo pânico. Ele foi o primeiro a sair correndo.

Thomas e Victória conseguiram prender o cipó firmemente, mas não havia tempo a perder. Thomas rapidamente se escondeu embaixo de algumas folhas de cipós caídas. Victória, por sua vez, correu para trás de algumas pilastras de pedra.

Então, finalmente, ele apareceu. O verdugo, uma monstruosidade metálica, arrastava seu corpo grotesco pelo chão. Thomas, escondido, mal conseguia respirar enquanto observava a criatura passar a poucos metros de onde ele estava. O verdugo se movia lentamente, vasculhando o labirinto em busca de presas.

Victória prendeu a respiração. A criatura estava tão próxima que ela podia ver a cauda dentada passando a poucos centímetros de seu rosto. Ela se manteve imóvel, o coração batendo freneticamente. O verdugo parou, farejando o ar ao redor, e por um momento pareceu que iria atacá-la. Mas, milagrosamente, ele mudou de direção e desapareceu nas sombras.

Victória soltou um suspiro de alívio e saiu de seu esconderijo.

— Thomas! — sussurrou, se aproximando. — Precisamos encontrar Minho.

Thomas rastejou para fora das folhas e, juntos, eles correram silenciosamente até encontrarem Minho mais à frente, escondido atrás de uma coluna.

— Pensei que vocês não iam sobreviver — murmurou Minho, irritado. — Mas vocês são mais sortudos do que eu pensava.

𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 || Maze runner Onde histórias criam vida. Descubra agora