Segredos a serem descobertos

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Vic seguiu pelos dutos atrás dos garotos. O espaço era pequeno, mas dava para engatinhar e até se sentar sem muito esforço. A escuridão e a sensação de confinamento a deixavam inquieta, mas a curiosidade era maior.

— Onde estamos indo? — Vic perguntou, sua voz ecoando levemente nas paredes metálicas.

— Vocês vão ver... só mais um pouco — respondeu o garoto à frente, sem olhar para trás.

Vic, já impaciente, se perguntava o que estava fazendo ali. Por que não estava dormindo? Estava prestes a dar meia-volta quando os garotos pararam sobre uma abertura que dava para o chão de um corredor. Vic notou que estavam em cima do teto, olhando para baixo, como se espiando algo que não deviam.

Antes que pudesse perguntar o que estava acontecendo, surgiram três pessoas no corredor abaixo deles. Uma mulher se aproximou de uma porta, passou um cartão e a porta se abriu instantaneamente. Em seguida, outras duas pessoas entraram carregando uma maca coberta por um lençol branco. Atrás delas, mais cinco macas iguais, todas com corpos cobertos. Vic, sem reação, sussurrou:

— Isso... isso são pessoas mortas? Eles estão matando pessoas aqui?

O garoto fez um sinal de silêncio, seus olhos sérios e atentos. Vic observou em silêncio enquanto as pessoas entravam e a porta se fechava atrás delas. O garoto finalmente se virou para Vic e Thomas, sussurrando:

— Eu venho aqui há alguns dias... e toda noite corpos diferentes entram aqui. E eles nunca saem...

Vic ficou pensativa, sentindo uma onda de insegurança crescendo dentro de si. A sensação de que não estava segura era inegável.

— Melhor irmos antes que sintam nossa falta. Falo com vocês depois — disse o garoto, apressado, começando a se mover para fora do duto.

Os três seguiram em silêncio até a saída. O garoto se preparava para dobrar à direita, indo em direção ao seu dormitório, mas Vic o chamou:

— Qual o seu nome?

O garoto, atordoado, virou-se para ela.

— Hã? O quê?

— Seu nome — Vic repetiu, mais firme.

— Meu nome é Aris — disse ele, antes de se afastar apressadamente.

Vic saiu do duto e Thomas, ansioso, começou a falar:

— Vic, temos que descobrir o que estão fazendo com aquelas pessoas! — Ele falava enquanto andava de um lado para o outro, evitando fazer barulho para não acordar os outros.

— Eu sei! Droga! Deixa eu pensar... — Vic sentou-se em sua cama, passando as mãos no rosto, claramente impaciente.

De repente, uma ideia surgiu em sua mente, e ela se levantou de um pulo.

— Já sei! Você viu aquele cartão que a mulher usou para abrir a porta?

Thomas fez que sim com a cabeça, seus olhos brilhando com expectativa.

— Temos que arrumar uma maneira de conseguir aquele cartão. O pessoal daqui deve ter um para abrir as portas. Precisamos pegar um deles.

— Deixe isso comigo — Thomas disse, determinado. — Vou criar uma distração e pegar o cartão de um deles.

— Certo, mas tenha cuidado. Não podem descobrir nosso plano — Vic advertiu, a seriedade em sua voz deixando claro o quanto estava preocupada.

Depois disso, Vic foi se deitar, mas demorou a dormir. Sua mente estava a mil, repetindo as imagens dos corpos cobertos sendo levados pelos corredores. Quando finalmente conseguiu adormecer, os pesadelos voltaram: a Clareira em chamas, Verdugos a perseguindo, e flashes de Gally morrendo. Ela acordou várias vezes durante a noite, mas o cansaço a fazia voltar a dormir logo em seguida.

𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 || Maze runner Onde histórias criam vida. Descubra agora